Dezesseis

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Caio Mkaby

Chego mais perto e observo minha doidinha tão frágil, pego em suas mãos geladas e lágrimas escapam dos meus olhos.

- Por favor, não me deixa. – Beijo seus dedos pálidos.

Abaixo a cabeça e meu olhar cai sobre seus cortes inflamados, o que me causa uma raiva imensa, mesmo querendo ficar ali com ela, tenho que ir ver quem foi a maldita pessoa que fez isso com minha Lili.

Me levanto e tenho a leve impressão de sentir um fraco aperto em minha mão, mas não acredito que ela vá reagir agora, não depois de tudo isso.

Deixo um beijo em sua testa, prometendo voltar logo e vou até a sala que os seguranças estão.

- Onde ela está? – Pergunto para o segurança parado na porta.

- Lá dentro, senhor. – Responde saindo da frente, me dando passagem.

Adentro a sala e o mundo parece parar no momento em que encaro a pessoa sentada em minha frente.

- Marcela? – Um misto de surpresa e raiva me toma.

- Meu amor. – Sorri tentando vir até mim, mas é parada pelos seguranças que entram no meio, impedindo-a.

- Foi você? Você quem fez aquilo com a Lilian? – Pergunto incrédulo.

- Foi sem querer, meu amor, eu juro. Voltei para você e encontro aquela vagab....a Lili, foi na hora da raiva e....- Não suporto ouvir tanta merda e interrompo-a.

- Os cortes desferidos nela, foram sem querer? Quando desligou os aparelhos, também foi sem querer? – Sorrio sem vontade sentindo um ódio de Marcela que nunca foi tão forte.

- Eu não sei o que deu em mim. Eu te amo tanto.- Começa a chorar desesperadamente.

- Ama? Você me ama? Primeiro destrói tudo e agora tenta matar minha mulher, a mulher que amo. – A raiva se sobressai ainda mais e não me dou conta das últimas palavras. Eu realmente a amo?

- Você não ama ela, não pode amar. É uma pena que não o carro não tenha a matado logo de uma vez. – Sussurra em meio ao choro.

- Foi você, você fez aquilo com ela. – Afirmo vendo seu rosto ficar branco.

- Não, meu amor. Jamais faria isso. – Gagueja tentando se explicar.

- Assuma, porra. Seja mulher ao menos uma vez na vida, Marcela. – Grito para ela que arregala os olhos.

- Foi o Jorge. – Diz por fim em meio aos soluços.

- O que? – Minha cabeça lateja ainda mais.

- Foi ele, eu juro. Mas como aquele inútil não conseguiu fazer o serviço direito, eu tive que terminar. – Limpa as lágrimas sorrindo.

- Eu vou matar vocês dois. – Me aproximo sentido meus nervos tremerem, meus passos são parados pelo alvoroço do lado de fora.

- Senhor, a senhorita Lilian. – Um dos meus seguranças da equipe pessoal adentra a sala e nem o espero terminar de falar, correndo para fora.

Quando entro no quarto de Lilian, vejo seu corpo convulsionando e os aparelhos apitando escandalosamente, uma médica entra e rasga suas roupas, lhe dando vários choques e nada, minha doidinha sequer esbanja alguma reação.

- É a última tentativa. – Avisa, me vendo estático olhando para aquilo.

Quando ela leva o desfibrilador novamente para o corpo de Lilian fecho meus olhos, e me nego a abrir, pois sei que estou perdendo-a.

- Conseguimos. – Ouço o grito aliviado da médica e pareço estar sonhando quando a palavra chega em meu ouvido.

Abro meus olhos e encontro os seus assustados, me fitando

E ali me dou conta do quanto senti falta desse olhar.


PLÁGIO É CRIME!!


Meu JuizOnde histórias criam vida. Descubra agora