Catorze

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Lilian Muniz

Finalmente conseguimos passar pela enorme muvuca de pessoas e podemos ter ampla visão de todo o lugar. Olho para todos os lados em busca de Math, que acabou ficando pouco atrás de mim em nossa tentativa de passagem. Ergo o olhar e noto uma parte superior, como se fosse um tipo de camarote, e é quando encontro um par de olhos azuis me fitando, não só ele mas também uma mulher, que o acompanha.

Tiro minha atenção de ambos com o coração batendo rápido e caminho até Math, que aparece alguns passos em frente.

- Te achei. – Sorri quando chego perto.

- É, e eu você. – Sorrio fraco, sendo analisada por ele.

- Aconteceu alguma coisa? – Sua voz é preocupada.

- Não, não aconteceu nada. – Sou puxada até o bar, onde começamos nossa primeira rodada.

Já sinto meu corpo leve como pluma após algumas muitas doses de...O que eu bebi mesmo? Ah, não importa.

Um momento lúcido aparece e me arrependo de beber no mesmo instante, na última vez rendeu a cena de um senhor granfino gritando loucamente comigo, por seus sapatos caríssimos vomitados, por mim.

Chego até a pista e me preparo para o show de horrores quando avisto Théo, que sorri abertamente assim que me vê. Essa criatura sabe ser bonita.

- Ei. – Pega em minha mão me guiando até a parte central e começa a se mexer, me levando junto.

- Meu Deus, poderíamos ser processados por dançarmos dessa maneira. – Nosso jeito desengonçado é hilário.

- Bem? Será que tem algum programa de dança? Poderíamos competir. – Dá idéia, zombeteiro, e gargalho.

- Você é realmente bonita. – Solta e meu riso soa mais alto.

- Você também, um tipão.

- Tipão? – A graça em sua voz é evidente, nosso sorriso é cessado quando seus lábios vem de encontro ao meu, e não recuso.

Sequer tenho tempo de reagir quando seu corpo é puxado bruscamente.

- Que merda vocês pensam que estão fazendo? – Sua voz é alta.

- Dançando? – Me embolo para responder.

- Vem comigo. E você, depois conversamos. – Aponta o dedo para Théo e passa por mim, agarrando minha mão e caminha até a saída.

- Me solta agora, Caio. – Me livro de sua mão.

- Por que você fez aquilo? Meu Deus, Lilian. Por que está fazendo isso? – Sua voz é irada.

- Fazendo o que? Estou vivendo, Caio. – Esbravejo

- Fazendo isso comigo? - Algumas pessoas observam de longe.

- Isso? Se tem alguém que fez algo com o outro aqui, não sou eu. – Sorrio sem vontade.

- O que eu fiz? Me fala, vamos conversar e..

- Não, já conversamos até demais e sempre somos levados ao mesmo lugar. – Tenta se aproximar de mim, que dou passos para trás e me viro, andando rápido, querendo sair dali logo.

Ouço uma freada alta e meu corpo se choca ao asfalto.

Não tenho tempo para sentir ou entender nada, a escuridão invade meus olhos e apago.


PLÁGIO É CRIME!








Meu JuizOnde histórias criam vida. Descubra agora