Estamos bem

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Chegamos a cidade graças a carona que recebemos de um gentil senhor desconhecido, ele nos deixou na escola onde estavam vários professores, os pais da Emmy, meu pai e a polícia. Quando me deparei com a cena já vi que a coisa ia ficar feia para o meu lado, saímos do carro e Emmy me disse que nos falaríamos depois por que no momento tinha que enfrentar os seus pais, ela foi direto para eles que me olharam com um olhar não muito bom e eu fui onde estava meu pai, com um semblante sério me abraçou e mandou entrar no carro.

− Cheguei aqui na viatura com os outros policiais, vamos pegar o seu carro.− Disse meu pai.

− Estou sem a chave, minha bolsa ficou no acampamento.− Eu respondi.

− Está comigo, a polícia achou sua bolsa, sua e da garota que estava com você, vamos para o escritório, temos que ter uma conversa séria, vai no carona, eu dirijo.− Ele falou ainda sério.

Entramos no meu carro, olhei para o lado e acenei para Emmy me despedindo, ela sorriu para mim, mas sua mãe a puxou pelo braço para entrarem no carro. Enfim chegamos no escritório e por visto, eu e meu pai temos muito o que conversar, estou tentando achar uma forma de amenizar a minha irresponsabilidade da noite passada, não teve jeito.

− Vamos Dyllan, explique-se.− Meu pai falou olhando para mim

− Pai, é complicado. − Eu respondi desviando o olhar.

− Então descomplica Dyllan e me diz o que aconteceu.

− Eu fiquei chateado por ver a Emmy conversar com outro cara e entrei na mata, acabou que ela veio atrás de mim e começamos a conversar e nos perdemos, a culpa foi minha, eu não consegui achar o caminho de volta, eu tentei, mas já estava muito escuro, achei um lugar bom para dormir e ficamos até o amanhecer.− Falei como um desabafo para o meu pai.

− Pois é Dyllan, isso gerou muitos problemas, um dos alunos falou com a polícia que você a levou para a mata, os pais da garota ficaram muito indignados com isso como se você fosse o culpado.

− Estamos namorando pai, tenho certeza que a Emmy vai falar a verdade com eles, eu não tive culpa.

− Esse não é o problema Dyllan, agora realmente eu sei que Tristan está na cidade, ontem mais cedo eu e o Deny estávamos aqui no escritório investigando algumas pistas e descobrimos uma cabana na mata onde Tristan podia estar escondido, combinamos de irmos juntos checar o local, ele foi sozinho e os capangas do Tristan o pegaram. − Meu pai falou com lágrimas nos olhos e pude sentir o tom de raiva ao falar o nome Tristan.

− Capangas? Mas, e o Deny? Como ele está? .− Perguntei preocupado.

Deny é o melhor amigo do meu pai, foi ele que sempre deu forças para a gente superar a perda da minha mãe.

− Ele está morto filho, Tristan o matou na mata ao lado do acampamento onde vocês estavam, quando eu me dei conta de que a cabana era ao lado do acampamento não pensei duas vezes e fui para lá, vocês tiveram muita sorte pois nenhum dos capangas acharam vocês. Só Deus sabe o que poderia ter acontecido, os policiais trouxeram os alunos de volta, mas só depois fiquei sabendo que não estavam no ônibus, quando chegaram, a polícia já tinha retomado as buscas.

− Pai, eu sinto muito.− Falei o interrompendo não conseguindo conter as lágrimas.

− Tudo bem meu filho, está tudo bem.− Ele me abraçou.− Preciso que se arrume, mas tarde temos que ir ao enterro dele, ele foi muito importante para nós desde a morte da sua mãe, merece uma homenagem.

− Ok pai.

Fui para meu quarto e desabei, choro e muita raiva é o que me define nesse momento, mesmo sem conhecê-lo​ "eu te odeio Tristan". Logo penso na Emmy, preciso saber como ela está, vou ligar para ela.

#Chamada Emmy on#

Alô! Dyllan?

−Oi!

Nossa foi bom você ter ligado, as coisas não estão boas aqui em casa, meus pais estão achando que você que me levou para mata, eles não querem que eu te veja mais Dyllan.− Pude sentir uma voz desapontada vindo da Emmy

− Eu sei amor, aqui em casa também não está muito boa as coisas.− Falei quase pausando ainda com um tom de choro.

− O que aconteceu? Você está chorando? .− Emmy perguntou

− Ontem na mata morreu um Detetive que era melhor amigo do meu pai

− Dyllan, eu acabei de assistir isso na TV, foi muito horrível, foi perto de onde a gente estava, eu sinto muito, você está bem? e seu pai, como ele está? Emmy perguntou muito preocupada.

− Ele está muito abalado, eu tenho que me arruma para o enterro do Deny.

− Me desculpa por não poder está com você nesse momento, queria estar com você agora.− Emmy falou com uma voz triste e desapontada.

− Não se preocupe comigo, só de estar falando com você e saber que pensa em mim já é um bom motivo para me recompor, princesa eu preciso ir agora, te ligo depois para a gente continuar se falando, beijos meu anjo. − Falei por sussurros.

− Como eu queria seu beijo agora, Beijos meu príncipe.− Emmy retribuiu por sussurros.

#Chamada Emmy off#

Depois de alguns minutos eu já estava pronto, um terno demonstrando nosso luto era indispensável, meu pai ficou com a chave do meu carro, ele usou isso como castigo assim eu nunca sairia de sua vista, mas isso não importa para mim agora, só quero que essa raiva e tristeza passe logo, chegamos ao enterro e com muitas lágrimas meu pai disse para mim.

− Essa é a pior parte, a despedida.

Senhor do Tempo - Preciso salvá-laOnde histórias criam vida. Descubra agora