Eu vou te buscar!

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Tristan está com ela, esse desgraçado está com a garota que eu amo. Eu não devia ter deixado ela vir ao baile, eu sabia de tudo e meu pai me avisou que isso poderia acontecer. Mesmo assim aceitei a ideia e permiti que ela participasse nesse meio, eu não sei o que fazer. Tristan ainda está do outro lado da linha me deixando sem opções e a única coisa que veio a mim foi o desespero.

− Tristan, onde ela está? Ela não tem nada a ver com seus problemas, solta as garotas. − Nesse momento eu comecei a caminhar entre as pessoas indo para o lado de fora onde meu pai disse que estaria.

− Ah Dyllan, mas como você é certinho, sabe de uma coisa, eu quero saber até onde você vai pela garota que ama. Era entre mim e seu pai, você veio como um brinde em minhas mãos e confesso que essa Barbie leva até jeito para ser uma de minhas meninas como a sua mãe foi um dia, você não imagina as coisas que ela sabia fazer. − O psicopata estava sorrindo ao falar essas coisas. Meu coração estava tão disparado que pela minha garganta eu podia senti-lo, tem que a ver um jeito, eu preciso pensar em uma forma.

− Se você encostar um dedo nela, eu vou te mato Tristan. − Eu conseguia escutar a voz das meninas no fundo como se elas estivessem com um pano na boca e barulho de carro em movimento. O pior de tudo é que ainda não achei onde meu pai está e não sei quem são os detetives desfardados. Então resolvi fazer as coisas eu mesmo e tentar fazer uma proposta ao Tristan.

− Eu sei o que você quer e eu vou te dizer o que eu quero, eu quero trocar de lugar com as meninas, esse será o único jeito do meu pai ir sozinho me resgatar. − Eu já não sabia se era o certo a fazer, tomar uma decisão assim sem falar com meu pai. A vida da Emmy está em jogo e o meu medo de perde-la me encorajou a fazer o que for preciso para busca-la.

− Você é corajoso Dyllan, mas acha que eu sou burro? Eu sei que no salão do baile tem vários detetives disfarçados e do lado de fora tinha carros com policiais, tentaram armar para mim, mas eu também tenho os meus truques. Eu aceito a sua proposta, sua vida por essas garotas e quando eu tiver você, Clark Cooper vai comer na minha mão. Próximo a ponte Golden Gate tem um armazém abandonado, vá até lá e faremos a troca, se fizer qualquer gracinha avisando seu pai antes da hora ou qualquer outra pessoa, todo mundo morre!

*Chamada Off*

Ele desligou o telefone me deixando ainda mais desesperado, se eu avisar o meu pai ele nunca irá me deixar ir até lá, vai encher o armazém de polícia e poderá acontecer alguma coisa com elas. Eu sei que pode ser uma armadilha, que prova eu tenho que ele não vai matar ou manter a gente preso quando eu chegar? Nenhuma, mas eu não tenho escolha. Fui correndo até o estacionamento buscar o meu carro, eu já estava em um estado em que nem palavras eu conseguia formar, minhas mãos estavam tremulas e meu pulmão queimava de tanta força para respirar. Quando cheguei perto do carro meu pai apareceu bem rápido também preocupado.

− Porque você está correndo? O que está acontecendo Dyllan? Um dos homens que está lá dentro me ligou dizendo que você saiu correndo falando com alguém no celular.  − Meu pai me perguntou e eu obviamente pensei em mentir, mas eu não sei como.

− Tristan está com ela pai, ele pegou a Emmy e Lunna. Eu não consegui proteger elas. − Eu não aguento e me desmancho em lágrimas de desespero. − Ele me ligou pelo celular da Emmy e disse que se eu contasse para você ele a mataria.

− Dyllan, vai ficar tudo bem, eu vou traze-las de volta, só preciso saber onde ele está. − Meu pai perguntou seriamente.

− Estão em um armazém perto da ponte de San Francisco. − Eu falei abrindo a porta do carro como se fossemos ao resgate juntos.

− Dyllan, eu quero que me escute bem, eu vou trazê-la de volta, mas você não vai conosco. E perigoso demais e vamos fazer o que for necessário, eu te prometo. − Ele falou para mim colocando suas mãos em meus ombros e me abraçando. Nesse momento chegou dois policiais que me seguraram querendo me guiar até o carro da polícia que estava ao lado.

− PAI!! POR FAVOR!!. − Eu gritei implorando enquanto eu era arrastado pelos policiais.

− Vai ficar tudo bem. − Foi o que ele disse antes de entrar em seu carro com outros detetives e saindo em alta velocidade. Os dois policiais que estavam comigo disseram que vão me levar ao escritório do meu pai onde eu teria que aguardar até tudo se resolver. Ainda no carro eu pude ouvir a conversa dos policiais através do rádio da polícia.

− " Central, já estamos próximo ao local, vejo dois homens de vigia na porta da frente e dois na porta de trás. Existem mais homens lá dentro onde provável que o Tristan esteja com as garotas, eu preciso de reforço. " O policial sussurrou pelo rádio e nesse momento eu precisava achar uma forma de sair daqui. Emmy precisa de mim. 

− Ei garoto, eu sei o que você está passando agora, mas não existe uma pessoa melhor do que seu pai para trazer sua namorada de volta, vai dar tudo certo eu sou Max e esse é o meu parceiro John. O policial falou se virando para o banco de trás do carro. Vinte minutos depois chegamos ao escritório onde eles me fizeram entrar. Quando entramos, um dos policiais jogou a chave da viatura em cima da pia e foi direto para a geladeira.

− Você precisa comer alguma coisa garoto. − Max falou me entregando um pão.

− Eu estou bem, não consigo comer numa hora dessas, para falar a verdade está difícil até de respirar só de saber que tenho que ficar parado sem poder ajudar.

− Calma garoto, vai dar tudo certo, seu pai vai trazer as garotas e prender o Tristan. − Jhon falou do fundo.

− Eu não quero ele preso, EU QUERO ELE MORTO!!. − Gritei indo até a pia jogar água no rosto e tive uma ideia de como sair daqui. Sem eles perceberem eu consegui pegar a chave da viatura levemente.

− Eu não consigo respirar aqui dentro, por favor me leva lá para fora. − Falei concluindo e Max acabou concordando em me levar um pouco.

− John, vou levar o Dyllan para fora alguns minutos para pegar um ar e qualquer atualização me avisa por favor. − Ele falou com o outro que estava tentando sintonizar o rádio da polícia no escritório.

− Tudo bem, mas não demore muito lá fora. − John respondeu.

Saímos para o lado de fora e era o que eu precisava para fugir no carro da polícia, já se passaram meia hora que meu pai foi para o esconderijo do Tristan e ainda não tenho nenhuma informação depois da mensagem por rádio no carro.

− Dyllan, você está bem? − O policial Max me perguntou enquanto andávamos do lado de fora, paramos um de frente para o outro e eu respondi para ele.

− Eu não estou bem e não consigo ficar aqui parado sem saber o que está acontecendo com eles. Se acontecer alguma coisa a culpa vai ser minha. Eu tive a chance de evitar isso, mas fui irresponsável e não vou me perdoar se acontecer alguma coisa com ela Max.

− Não é sua culpa. − Ele me interrompeu.

− Eu não consigo mais ficar aqui parado, eu sei que vocês querem me proteger e estão fazendo o que meu pai mandou. Mas eu não tenho escolha, me desculpe Max. − Eu o empurrei, fazendo-o cair no chão, comecei a correr até a viatura e consegui entrar facilmente já que só havia duas chaves.

− ESPERA DYLLAN, NÃO FAZ ISSO!! − Ele gritou, mas eu já havia conseguido ligar a viatura fazendo a baliza e saindo em velocidade atrás das pessoas que eu amo. Estou sentindo o meu pulmão queimando a cada inspiração e expiração que eu faço, o ponteiro do velocímetro está colado, meu coração está acelerado e minhas mãos estão tremendo visivelmente.

− Emmy eu vou trazer vocês de volta. − Pensei alto buscando confiança, o rádio da viatura está ligado e ninguém fala nada e todo tipo de pensamentos e possibilidades já passaram pela minha cabeça, é amedrontador. Comecei a me lembrar de todos os momentos que tivemos e todas as vezes que eu falei que a amava e que nada e ninguém iria nos separar, lágrimas escorriam pelo meu rosto concretizando o meu desespero. Chegando próximo a ponte eu freei o carro abrindo a porta e correndo para o armazém onde avistei o meu pai com uma dúzia de policiais. Eu só pensava em como ela está, só pensava em vê-la e toca-la.

− Pai onde ela está? − Eu perguntei olhando para os lados procurando em toda parte e a feição do meu pai me chocou de repente.

− Dyllan, meu filho olha pra mim. − Ele colocou as mãos em meus ombros e me abraçou tão forte que quase não podia me mover, pude ouvir ao fundo gritos agudos de desespero, era a Lunna.

Senhor do Tempo - Preciso salvá-laOnde histórias criam vida. Descubra agora