Uma menina chamada Cindy, quem ficou órfã de mãe ainda criança. Seu pai era uma figura ausente, pois viajava muito a trabalho. Ganhava a vida comercializando pedras e joias preciosas. Pouco após o falecimento da esposa, ele se casou com alguém que deveria ser para a pequena filha, uma segunda mãe. Mas, se aplica aqui o ditado: "mãe, só tem uma".
Alguns anos após o casamento, o pai de Cindy veio a falecer, deixando-a sob os 'cuidados' da segunda esposa. A partir daí, a 'simpática madrasta' mostrou-se uma bruxa perseguidora, juntamente às duas filhas feias e invejosas. Poxa, parece que Cindy não podia contar com ninguém!
O tempo passou e Cindy tornou-se uma linda moça. Embora fosse descendente da nobreza, era tratada como plebeia em seu meio familiar. Plebeia não, vassala. Cindy era a única encarregada dos afazeres domésticos, dormia no menor dos quartos e fazia as refeições na cozinha, enquanto as demais degustavam na sala de jantar. As roupas que vestia eram, todas, ajustes das que se viam pequenas, gastas ou démodés para as meio irmãs.
Às vésperas do aniversário de Princy, o príncipe do reino desencantado, um seleto grupo de jovens foi convidado para 'O Baile', no qual uma entre as tantas aspirantes a princesa, seria eleita futura rainha.
Obviamente a madrasta Madalein, ambiciosa, egoísta e antiética, comprou vestidos e sapatos novos para ela e as filhas irem ao baile, deixando Cindy fora da programação do fim de semana. A enteada, que a essa altura sofria um profundo complexo de inferioridade, acreditava-se inadequada ao baile. Imagine ao posto de princesa!
À noite 'N', Cindy as assistiu na produção do look, vendo-as sair cheias de esperanças. Ela sabia que o príncipe apenas se apaixonaria por alguma delas se fosse vítima de um feitiço, dado não haver encanto possível para tal simbiose. "A menos que esteja subestimando as adversárias", pensou. A solitária órfã adormeceu imaginando como seria Princy. Talvez um homem de voz suave, finos gestos e firme pegada. Nada mais fácil do que fantasiar acerca de um jovem rico, belo, e com tão elevado título.
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Pelo Andar da Carruagem - O Lado Oculto dos Contos de Fadas
FantasíaPelo Andar da Carruagem é uma releitura de contos clássicos de fadas, cujo ápice NÃO se dá no casamento entre Cindy e o príncipe, mas nas subsequentes descobertas que ela faz de si mesma.