Niall Horan
Logo depois que chegamos, recebemos muitas visitas. Minha mãe e meu pai, meu irmão e sua família, minha sogra, minha cunhada. Minha família. Todos estávamos com muita saudade.
Nesse tempo que eu, Anna e as crianças passamos rodeados de pessoas que nos amam, realmente me senti em casa novamente.
Mas quando todos foram embora, e voltamos a nossa rotina novamente, eu quase enlouqueci.
Era casa e trabalho.
Eu estava em casa, na minha cidade.
Mas eu sentia muita falta do quarto da pousada, da padaria, do restaurante. Dos meninos.
Eu passei um longo tempo com eles, vendo eles todos os dias, vivendo com eles. De novo.
E eu sentia como se isso tivesse sido bruscamente tirado de mim.
Eu me sentia tendo uma crise de abstinência.
Três dias, eu disfarcei bem minha crise.
No quarto dia, quando eu cheguei em casa, Anna não estava me esperando com um beijo e as crianças não estavam na sala brincando.— Olá, Niall. — Anna diz, assim que eu entro.
— Oi, amor.
— Niall, vem cá. — Vou até a poltrona onde ela está sentada. — Senta aí, vamos conversar. — Ela se escora para trás.
Meu único pensamento é: Qual foi a merda que eu fiz?
— Onde estão as crianças? — Pergunto, casualmente, enquanto sento.
— Com a sua mãe.
— Ah, sim...
— Vamos direto ao ponto, Niall. — Anna dispara. — O que está acontecendo?
— Como assim? — Fico confuso.
— Desde que nossa vida voltou ao normal, como era antes de irmos visitar os seus amigos, você parece que entrou em um transe. Está inquieto, não se concentra em nada.
Acho que eu não disfarcei bem.
— Eu só estou tendo dificuldade de me habituar a uma vida sem eles novamente.
A expressão dela suaviza.
— Está tudo bem, Niall. Eles não te esqueceram. Eles ainda gostam de você. Não tem o que temer.
— Eu sei... É só que eu queria poder ficar sempre perto deles, entende?
— Nem sempre temos o que queremos. Eles tem a vida deles lá e você tem a sua aqui. Não tem como mudar a ordem natural das coisas.
— Mas isso não me impede de sentir muita falta deles.
— Eu sei... Por isso eu tive uma ideia para fazer você se habituar novamente a nossa casa!
— Você já sabia o motivo para eu estar estranho?
— Querido, eu te conheço a 12 anos, sem contar o tempo de fã. Eu sei ler os seus sinais melhor que você mesmo.
Eu rio.
— E então, qual é sua ideia para a minha recuperação?
Ela dá um sorriso sapeca e levanta.
— Vem comigo! — Ela diz, pegando minha mão.
Minha esposa me leva até o carro e ela vai dirigindo — isso é um grande gesto, porque ela não gosta muito de dirigir.
Eu não percebo o tempo passar, ela vai conversando comigo e descontraindo.— Você viu aquela música nova do Justin Bieber? Simplesmente incrível!
— Eu sei! Adorei ela!
— Ainda não acredito que ele voltou com a Selena, não gosto dela!
— Ah... Ela é uma pessoa legal.
— Prefiro a Demi Lovato. — Ela fecha a cara e eu lembro o motivo para ela não gostar da Selena e rio.
Depois de certo tempo, ela para o carro.
— É aqui! — Ela desce do carro e eu também.
É lugar praticamente deserto. Tem algumas casas, que estão consideravelmente longe, e muitos terrenos vazios, alguns deles tem marcações.
Anna parou em frente a um específico. Bem no meio.
A única coisa que consigo pensar é: WTF?Me vendo totalmente confuso, ela decide explicar.
— Eu te trouxe aqui para extravasar. Não tem nada perto. É tudo deserto. Ninguém vai ver, ninguém vai ouvir. Faça o que você quiser, bata, pule, grite, chore. Bote para fora o que você está sentindo.
Ela caminha até estar bem no meio do terreno. E ela dá um grito. Um grito muito alto. E cheio de sentimentos. Daqueles que a pessoa dá quando precisa extravasar.
É, é isso.
Extravazar.
Caminho até estar a alguns passos dela.
E grito. Grito forte. Meu grito é longo.
Grito uma vez, duas vezes.
Seis vezes.
Não acho que isso esteja resolvendo.
Então eu pulo, chuto. Enfim, coloco tudo para fora.
Passamos umas boas duas horas naquele lugar, até que decidimos ir embora.
Passamos na casa de mamãe e pegamos as crianças.
Quando chegamos em casa, Anna dá um banho nos dois sapecas e eu faço comida.
Os pequenos dormem cedo, parece que brincaram muito na vovó.
Enquanto Anna toma um banho eu sento na varanda.
É, acho que está tudo resolvido. Tudo está bem.
É mais um capítulo da minha vida que se completa.
Agora, todas as peças estão encaixadas, sem espaço para qualquer tipo brechas.
Está tudo completo.
Está tudo bem.— Tudo bem, Niall? — Anna pergunta, colocando a mão no meu ombro.
— Sim, melhor impossível. — Sorrio para ela.
____________________________________________________________________________
Obrigado por me permitir essa maravilhosa experiência, infelizmente esse é o fim. Até minha próxima história! 💖
VOCÊ ESTÁ LENDO
Depois do Fim · NH
Fanfiction12 anos. 12 anos se passaram desde que a One Direction fez seu show de despedida. Niall Horan foi o único que se afastou dos "irmãos", e agora ele pretende mudar isso. Será que ele vai conseguir? Será que vai reencontrar Liam, Louis, Harry e suas f...