Detention [Larry Stylinson] (Portuguese Version)

Capítulo 16

(Harry POV)

Eu posso sentir meu cérebro latejando e tem pontadas como se pregos e agulhas estivessem o esfaqueando. Louis me odeia... E isso não é uma pergunta ou mesmo uma teoria, é um fato. Eu pude ver pelo olhar dele quando ele fugiu de mim. Seus olhos azuis brilhando com lagrimas e seu lábio inferior ficando saliente. Ele pareceu tão chocado e triste. Ele pareceu tão machucado, e eu fui quem causou isso.

Culpa está queimando na base do meu estomago, me corroendo de dentro pra fora. Eu tenho certeza de que todo mundo escutou Zayn dizer que Louis era gay e mesmo que não tenha sido eu que disse isso, ainda é minha culpa. Fui eu quem entrou em uma discussão com o Zayn. Isso é tudo minha culpa.

"Harry, por favor, fale comigo." Sr. Travis diz.

Eu espreito meus olhos abertos para que possa olha-lo. O cabelo preto dele está penteado pra trás e seu rosto está preenchido com compaixão falsa e interesse. Ele não se importa mesmo comigo ou nada acontecendo na minha vida. Ele é um conselheiro, então é o trabalho dele.

Ele quer entrar na minha cabeça e descobrir cada detalhe da minha vida. Eu o odeio tanto. Por que ele não me deixa simplesmente sozinho porra?! Minha vida é privada pra mim e só pra mim. Por que eu deveria contar todos os meus segredos a algum homem que nem se importa?

"Harry... Fala comigo." Sr. Travis repete, dessa vez um pouco mais rígido. Não tinha mais 'por favor' envolvido.

"O que você quer?" Eu resmungo.

Ele parece feliz de que o respondi e me dá um pequeno sorriso por seus lábios vermelhos. Nós estamos sentados em seu escritório e eu estou na cadeira em frente a ele, tendo que frequentemente me reposicionar por ser desconfortável. Tem uma escrivaninha separando a gente, com arquivos de estudantes e copos de café encima.

"Eu quero saber como você está lidando com sua sexualidade." Ele me fala.

"Você não quer saber, você tem que saber. É seu trabalho." Eu argumento.

Ele revira os olhos, "Harry, me escuta." Ele começa obviamente frustrado comigo, "Eu me importo. Eu sou um orientador por um motivo, e é porque eu gosto de escutar os problemas das pessoas."

Eu suspendo uma sobrancelha, "Isso não fica chato? Escutando inúmeros adolescentes tagarelando pra você sobre seus problemas dramáticos?" Eu questiono.

Sr. Travis morde o interior da bochecha dele, "Eu acho que você pode colocar desse jeito, mas não é chato se você está disposto a escuta-los, embora." Ele insiste.

Eu franzo as sobrancelhas, "Tá. Você quer saber como estou lidando com minha sexualidade? Não muito bem, pode ter certeza." Eu vocifero.

Ele assente, "Explique." Ele encoraja.

Eu esfrego atrás do meu pescoço desajeitadamente, incapaz de compreender a situação que estou prestes a entrar, "Eu tenho chegado a termos de que talvez eu seja bi, ou gay, ou alguma outra coisa que não é normal." Eu admito.