Detention [Larry Stylinson] (Portuguese Version)

Capítulo 38

(Harry's POV)

As coisas lentamente estão, com certeza, começando a se acalmar nessa normal e quieta cidade. Eu não poderia estar mais feliz, e para melhorar, o Natal é amanhã, o que, é claro, significa que hoje é aniversário do Louis!

Tem alguns dias desde a última vez que o vi, quando encontrei suas irmãs e sua família e dormi lá. Eu tenho ligado e mandado mensagens para ele sem parar, mas nós dois andamos muito ocupados. Louis está muito nervoso por causa da primeira apresentação do musical, que é em 7 dias, 5 horas e 21 minutos. Eu tenho a contagem regressiva no meu telefone. Pode me chamar de doido!

Ele está paranóico achando que algo vai dar errado. Ele acha que alguém vai ativar o alarme de incêndio ou um serial killer louco vai assasinar todos nós. Como eu disse, ele está paranóico pra caralho.

Eu tenho ensaiado muito ultimamente, o que provavelmente deixará ele menos nervoso por saber que eu fiz a minha parte decorando tudo. Normalmente, eu só sento no meu quarto e canto para mim mesmo, ou Jenna me ajuda e fala as partes de Eleanor. Eu memorizei cada linha, palavra, ponto e vírgula. Eu coheço todo o musical como a palma da minha mão.

Alongando meus braços, eu levanto da minha cama. Olho no relógio e já é quase meio-dia. Louis me disse para não lhe dar nenhum presente de aniversário nem Natal, porque, ele disse, a tatuagem que fizemos outro dia ja era suficiente. Mas é claro que, sendo o namorado romântico e carinhoso que eu sou, fiz uma reserva para um restaurante chique para as 14h. O que significa que eu tenho duas horas para me arrumar, pegar o Louis e chegar no restaurante, que é a uns 45 minutos daqui.

Eu mando para Louis uma pequena mensagem:

FELIZ ANIVERSÁRIO, AMOR!!! Eu te amo muito. Eu sei que você não queria nenhum presente, mas eu fiz algo de qualquer jeito. Esteja pronto em uma hora. Vista algo legal. ;)

Eu sorrio antes de mandar, então vou para o banheiro e jogo uma água no rosto para acordar de verdade. Visto um par limpo de jeans justinhos e uma camiseta branca de gola em V com um blazer. Vou para a cozinha e pego algo para beber. Estou com sede!

Eu paro no meio da escada quando escuto meus pais conversando no outro quarto. Faz semanas que não converso de verdade com eles! A última vez que conversei com minha mãe foi quando fomos ao shopping juntos, para um desses "passeios de mãe e filho". Eu digo oi para eles e tudo, mas é isso. Eu não tenho falado com eles, apenas para eles... se isso faz sentido.

"O que faremos no Natal? Vamos visitar a família?" ouço mamãe dizer.

"Não somos mais exatamente uma família..." meu pai responde. Eu franzo as sombrancelhas.

"Desculpe, Robin, mas as coisas foram longe demais. Nós precisamos aceitá-lo como ele é." minha mãe diz.

"Eu não sei como." meu pai responde tão baixo que mal  consigo ouvi-lo.

"Ele continua sendo nosso filho," mamãe começa,"eu sei que ouvir ele confessar algo como isso foi uma surpresa, para nós dois, mas está na hora de seguir em frente. Faz meses que você nao fala com ele. Não acha que está na hora de perdoar e de esquecer?"

"Eu não sei."

Ouço minha mãe suspirar, e há um longo e dramático silêncio antes de ouvi-la falar, "Amanhã é Natal. Talvez devessemos fazer algo juntos, como uma família." ela sugere.

"Mas-"

"Mas nada. Ele é nosso filho, e nós precisamos aceitá-lo. Primeiro eu não quis acreditar, e eu admito que não estou muito feliz pela escolha que ele fez, mas eu o amo igual antes. Talvez o garoto com quem ele está namorando seja um bom rapaz. Nós precisamos, pelo menos, dar a Harry o benefício da dúvida, você não acha?"