Capítulo 20

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Quando abri os olhos senti uma tremenda dor na face... Estava no chão... Já era noite.
Olhei para os lados mas não havia ninguém. Me sentei, ainda um pouco confuso, acho que desmaiei.

- Preciso comer...

Me levantei ainda com dificuldade, fui até a porta de casa, abri lentamente.
Meu pai dormia no sofá e meu irmão não Estava...

Fui até nossa geladeira, abri sem fazer muito barulho... havia um pouco de cuscuz e galinha... agarrei e comi...

Foi a coisa mais deliciosa que comi nos últimos dias, mas não foi o suficiente para matar minha fome, ainda estava faminto. Mas já estava acostumado a sentir fome...

Olhei ao redor peguei a garrafa de água e bebi, no gargalo mesmo...

Fui ao banheiro olhei meu rosto que ainda doía, estava levemente vermelho. Eu estava acabado... escovei os dentes o que me animou até a tomar um banho...mesmo sabendo que teria de voltar ao trabalho, havia começado a tirar a camisa quando pensei melhor, Meu pai estava logo ali... Não posso, tenho de terminar meu trabalho.

Sai de casa e voltei ao caminhão, pelo menos já me sentia um pouco mais forte.

Continuei a trabalhar... apenas o sono e um pouco do cansaço ainda atrapalhava.

Eram 23:00 horas quando o carro de Ricardo passou novamente...Estava em alta velocidade. Parou bruscamente.

Ricardo pulou do carro raivoso... e veio em minha direção!

Dei alguns passos para traz com medo ao ver sua fúria.

- A culpa é sua? Gritou.

Ele veio como um leão faminto e raivoso.
Não consegui me mexer, fiquei ali esperando que me alcançasse.
Me encolhi, instintivamente . Ele segurou meu pescoço fortemente...
Falava entre os dentes, com o mesmo ódio que o vi ao matar aquele homem.

- A culpa é sua!

 Eu queria falar, perguntar o que eu havia feito, mas a voz não saia. 

- Eu vou matar você!!! Cansei desse jogo!!! 

Apertou meu pescoço mais forte, pude sentir o ar faltar e a vista escurecer, minhas mãos foram perdendo a força lentamente, as senti pararem de lutar... Antes que eu me entregasse ao escuro, ele me largou.

Cai no chão sem forças, tossia muito, buscando respirar.

- Droga! Não consigo, não dá...meu deus, o que está fazendo comigo?!

Resmungava sozinho...

Eu tentei levantar precisava chegar em casa, ele me segurou pelo braço, e começou a me arrastar para dentro da mata, tentei pedir ajuda, mas minha voz saia com dificuldade, lutava, ele iria me matar...

Mas porque? O que eu fiz? talvez a culpa?
Talvez ele pense que sou o culpado, por ele ter se tornado um assassino.
Logo ele que estudava para salvar vidas...
Tudo fazia sentido, sim, eu era culpado!

Chegamos a beira do rio, ele então me arrastou até a água...

-Por favor! Na água não, não quero morrer assim... por favor na água não...

Me puxou até o meio do rio, e enfiou minha cabeça dentro da água,  meus olhos ainda abertos, podiam ver Ricardo fora da água, a lua iluminava muito bem o local, puxou-me para fora. 

O desespero tomava conta de mim... 

- Não! Gritei. Tentei me segurar nele e ele tornou a me afundar....

Ele parecia se divertir, quando me puxou novamente para fora, segurei nele, abraçando-o com toda minha força...

Foi quando ele me segurou forte e começou a beijar meu pescoço...
Aquele beijo, um beijo desesperado, forte, que parecia que sugava minha alma...

Seus olhos expressavam desejo, eu tentei me afastar, mas a imagem dele com Ana... eu...não queria que ele me soltasse.

-Só tem um jeito disso acabar...

Falou olhando pra mim...

- Eu preciso experimentar você! 

Proibido DesejarOnde histórias criam vida. Descubra agora