Capítulo 11.

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Que droga, não vou terminar nunca essas sacas de semente. Pensava.

Mas não posso deixar meu irmão na mão.
Ele sempre me ajuda, isso é o mínimo.

Meu pai também, temos sorte do pai de Pedro, o senhor Luís. Nos deixar morar aqui nessa casa na Fazenda.
Era uma caridade, que pagávamos com serviço. 

Então o mínimo era fazer um bom serviço.

Fui tirado de meus pensamentos ao ouvir alguém se aproximando.

Como estava escuro era difícil ver quem era.

-Oi!
Disse uma voz que não pude reconhecer.
-Oi... respondi tentando identificar.

- Essa fazenda aqui é a do Pedro?

-É sim, pois não, posso ajudar. Falei indo em direção a sombra...

Ao me aproximar vi um homem machucado.

- O senhor está bem ?!
Falei indo em até  ele, para socorre-lo

Ele sorriu e apontou uma arma em minha direção.

-Eu estou ótimo!
Respondeu sarcasticamente.

Tentei recuar, mas esbarrei em outro homem, estava cercado.

- O que querem?

-Dinheiro!

- Aqui não tem moço...não temos nada de valor.

Ele se aproximou de mim, colocou a arma em meu rosto devagar.

Eu paralisei...

Estava em choque.
Tinha uma arma apontada para o meu rosto, meu Deus!

-Como se chama?
Disse calmamente o homem que empunhava a arma

-Tico. Gaguejei.

Respondi baixo e abaixando a cabeça.
Ele segurou meu rosto para que eu olhasse para ele.

-O que tem na carreta?Tico.

-Sementes. 

-Pelo visto são muitas. Deve haver um valor nelas! Não?

Fiquei em silêncio.

-Deem uma olhada, vejam quanto tem. Disse a dois deles.

-Tem alguém na casa?

Apontou para minha casa.
-Meu pai, mas está tão bêbado, não o machuquem...

-Mais ninguém?Mãe,  irmão? Alguém?

-Não, meu irmão Marco saiu para encontra o senhor Pedro. E somos só  nos três.

-Seu irmão Marco, está com Pedro?

Falou sorrindo levemente raivoso.

-O irmão dele. Deve ser um dos rapazes que estava lá.

Disse outro homem.
Ele então  me encarou novamente e eu desviei o olhar.

Ele fez algum sinal para o outro homem. E o mesmo se posicionou atrás de mim.

- Sabe, você parece ser um rapaz gentil. Dócil...
Buscou meu olhos novamente e dessa vez não desviei...
Seu patrão tá me devendo...e parece que seu irmãozinho se meteu na história. E por isso acho justo você pagar por isso, não acha?

Me fitou por um tempo.

- Mas gostei de você, me lembra uma menina indefesa...Não lembra? Comentou com o outro que riu.

Fiquei nervoso, mas não me atreveria a falar.

-Então vou levar as sementes. E ao invés de matar você, vamos brincar um pouco, enquanto meu amigos carregam a caminhonete.

-Não... tentei falar, mas não consegui me ouvir.

Ele sorriu segurou meu cabelo pela nuca levantando meu rosto. Inspirou em meu pescoço, se alimentando do meu cheiro.

Eu sabia o que ele queria dizer com brincar... Ele não  foi o primeiro a querer isso de mim...

O homem que estava atrás sorrateiramente me amordaçou. Tentei lutar com todas as forças, mas ele me jogou no chão,  não parei de lutar, ele não iria me forçar a nada, não iria.
Ao me debater ele dizia.

-Calma, não quero ter que te machucar. Tem um rosto tão lindo...Calma!

Ele ao notar que eu não deixaria de maneira nenhuma, ele partiu para agressão física.

Me deu dois socos na boca do estomago que me fizeram ficar sem ar e tonto. Enquanto isso o outro homem amarou minhas mãos e pernas.
Tentava ainda reagir mais em vão.

Ele me colocou de bruços, e levantou meu quadril até ficar de joelhos, enquanto o outro forçava meu rosto contra o chão e segurava meus braços.

Não... isso não estava acontecendo.

Proibido DesejarOnde histórias criam vida. Descubra agora