Capítulo 2

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Assim que larguei seu braço, fui direto para dentro da casa de meus tios. Meu coração palpitava desesperado. Parecia que iria sair pela minha boca e se mandar.
Minha tia me encarou assustada.

- Querido, está pálido? Se sente bem?

- Um pouco cansado da viagem...

Meu tio interrompeu estabanadamente, me puxando para o corredor.

- Precisa descansar, se lavar, dormir um pouco... Pedro foi buscar a moça da cidade pra conhecer você, e nesse estado, não dá!
Anda,anda, sabe onde fica seu quarto.
O jantar será servido as 18:00, como de costume meu filho, está em casa.

Quando dei por mim, já estava em meu quarto, não conseguia parar de pensar na emoção que Tico havia me proporcionado, emoções eram algo tão raro e incomum pra mim... como incomodava.
Eu estava zonzo, não conseguia pensar... sempre que meus olhos fechavam, lá estava ele.

- Sai da minha cabeça! Falei alto

Fui até o banheiro, molhei, o rosto. Sim aliviou...
Precisava de um banho. Retirei a roupa e entrei rapidamente no chuveiro. Tentei me concentrar em outra coisa.

- Como será essa moça da cidade?

Aos poucos meus pensamentos foram se ordenando, e a ideia de conhecer alguém, pareceu muito boa...
Quem sabe...

Sai do banho, notei que minhas malas não estavam no quarto. Claro, quem deveria trazer estava chorando por aí.

-Droga!

Fui até a porta e chamei por titia, logo vi aquela bolinha quicando pelo corredor.

- O que foi querido?
- Minhas malas. Ficaram no carro.
- Ah?! Mas o Tico ia subi las. Vou pedir pra ele trazer...
- Não! Quero dizer, melhor não, acho que ele não aguenta, já não conseguia retirar do carro...

Minha tia me olhou pensativa.

-Tudo bem... vou ver o que faço.
Durma um pouco, ainda parece abatido.

Saiu, fechei a porta, fui até minha janela para dar uma olhada na Fazenda.

- Não mudou nada.

A ponte, o Rio, os estábulos e a imensa plantação. Tudo lá.
Que lindo, um jardim... agora temos um jardim. Muito bonito, a titia sempre gostou de flores.

Eu olhei para dentro, agora reparando no meu quarto, por incrível que pareça, me senti em casa.
Deitei na minha velha cama, com cheiro de infância e adormeci.

Proibido DesejarOnde histórias criam vida. Descubra agora