Rivais No Poder (Completo)

capítulo 13

"Me leve para casa,
Onde é o meu lugar"
Aurora

Chloe*

Entro na sala da presidência e vejo aqueles cabelos loiros penteados para o lado, os olhos verdes parecem serenos e calmos, estão mais verdes essa manhã, essa boca rosada é tão linda que me dá vontade de beijar sem parar, mordo o lábio com o pensamento que me vem a cabeça, ele me encara com uma careta, então volto a vida, estava na sala dele para falar sobre a análise que fiz da empresa.

- descobri por que o balancete da empresa não estava batendo

- então me diga senhorita resolva tudo.

A voz dele soou tão ríspida e sarcástica que senti meu estômago embrulhar de raiva, não sei por que ele sempre me trata com tanto desdém

- a empresa está falida, mas o dono fez uma última tentativa de reerguer a empresa fazendo um empréstimo no banco, mas não adiantou muito, ter essa empresa como sócia agora é fazer com toda certeza um mal negócio

- como descobriu essa informação?

- não acho que vem ao caso

- muito bem Srta. Lafaiete, fez um bom trabalho

- obrigada, se não precisar mais de mim vou me retirar

- Srta. Lafaiete minha vó gostaria que fosse jantar conosco no sábado

- vou ver se posso ir

- acho melhor você não rejeitar, ela não gosta muito que seus convidados rejeitem um convite

- está bem, diga a ela que irei.

Ele abriu um sorrisinho de canto, parecia ter gostado da minha afirmativa, virei-me e então me retirei da sala dele, caminhei para minha sala, era a melhor coisa que podia fazer para passar de mim esse calor todo, minhas mãos ainda estão tremendo, sinto meu sangue correndo em alta velocidade.

Respiro fundo e por fim me sento na minha cadeira, abro meu e-mail para ver se tem algo importante, já chequei meu e-mail hoje, mas estou me sentindo tão nervosa que volto a checa-lo novamente.

Meu celular começa a tocar, tomo um susto e sou trazida à minha realidade, Milla quem me liga, acho estranho, mas atendo afinal ela deve ter se perdido ou deve ter acontecido algo

- Chloe aconteceu algo.

A voz da Milla soava preocupada, algo muito ruim parecia ter acontecido, fiquei nervosa

- o que aconteceu?

- o pai do Henry morreu.

Quase deixei o celular cair, aquela notícia me pegou de surpresa, como será que o Henry esta? Confesso que uma notícia dessas pega qualquer um de jeito, agora estou pensando no estado em que deve estar o Henry, deve estar destruído

- tem certeza disso?

Perguntei em pânico, minhas mãos trêmulas do choque

- sim

Em estado de pânico desligo a ligação e pego minhas coisas para ir até o Henry, ele deve estar precisando de um ombro amigo agora, ligo diversas vezes, mas ele não me atende, chama e vai para caixa postal, deixei mensagem pedindo a ele para me retornar, peguei meu carro e diriji ate a minha casa, onde encontrei Milla em pânico total, nós duas fomos para a casa dos pais do Henry, o trânsito estava tranquilo para dirigir, mas eu queria chegar o mais rápido que podia, meu coração estava triste demais, essa é uma perda muito grande, sei o que é perder alguém

Chegando a casa deles, estaciono e então descemos o mais rápido que podíamos e entramos na casa, Henry estava na sala inconsolável, a mãe dele não estava presente, Tulio logo foi consolado por Milla, Henry me olhava com fúria nos olhos, senti que se ele pudesse me partir ao meio o faria, mas o que fiz para receber tal tratamento? Só me recusei ser a outra.

Ele se aproximou de mim e com muita força pegou em meu braço e me arrastou até a porta

- quero você fora dessa casa, é tudo culpa sua o que aconteceu com meu pai

- eu não tenho culpa de nada, e solte o meu braço, se quer que eu vá embora eu vou

- meu pai tinha razão, você e seu pai não valem nada, ele se matou por sua culpa e por culpa do cretino do seu pai.

Ele gritava, mas eu não estava entendendo nada, como eu poderia ter culpa de algo que não fiz? Minhas lágrimas queriam sair, mas as segurei, sou uma mulher forte, e não mostrarei minha fraqueza para quem não merece.

Sem entender nada, vejo que seus olhos estão cheios de ódio, mas que no fundo disso tudo sei que ainda a amor, mas ele vai sufocar tudo ate não restar mais nada, e eu serei esmagada junto com todo esse sentimento de ódio

- sinto muito por sua perda

- não diga que sente, por que agora seu pai deve estar achando que irá conseguir comprar a empresa da minha familia, mas avisa aquele imbecil que isso nunca irá acontecer.

Ele berrava alto uma acusação contra mim e contra meu pai que não vejo a anos, parecia estar convencido de que fiz algo, mas como poderia ser eu a causadora de algo que não fiz?

- se quiser conversar depois, sabe onde moro

- não quero sua ajuda, quero que vá embora da minha casa.

Saí da casa dele fervilhando de raiva, vim como amiga para oferecer meu ombro amigo e é isso que recebo em troca, quem ele pensa que é para me tratar como uma qualquer? Jamais vou permitir que alguém me trate como uma qualquer.

Entro no carro e dou a partida, minhas lágrimas rolaram feito cachoeira, me sinto tão pequena agora, tão nada, fui rebaixada à nada aos olhos da pessoa que tanto amei, acho que esperava essa reação de todos menos dele, atravessei um sinal vermelho, estava dirigindo feito uma louca, minha cabeça está em uma completa confusão, muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo.

Buzinei para um carro que estava impedindo minha passagem, peguei um engarrafamento, parecia ser o universo conspirando contra mim. Liguei o rádio para abafar meus pensamentos, começou a tocar No Way de Firth Harmony, não preciso de uma musica me dizendo:

"Eu sei que você não me quer mais
Pelo olhar em seu rosto
Eles dizem que quando está ruim só  piora dá para dizer pela minha cara".

parecia ser o destino gozando da minha situação, como se não bastasse chegou no refrão

"Todo mundo vem com cicatrizes,
Mas você pode amar até que elas  desapareçam Eu te disse que não era perfeita
Você me disse o mesmo".

Minha dor so aumentando, parecia ter um buraco em meu peito, tudo parecia ter perdido a ordem. Fui direto para casa, não dava para encarar meu trabalho depois de tudo, iria acabar me extressando mais. Assim que entrei em casa lavei o rosto, bebi um copo de água para me acalmar, então liguei para Matthew para avisar sobre minha ausência

- Nardine Falando

- Boa tarde, sou eu Chloe, estou com um probleminha de saúde e não irei poder voltar para o escritório hoje

- tudo bem, mas o que você tem?

- dores de cabeça, acho que estou com inchaqueca

- descansa, amanhã nos falamos.

Assim que desliguei desabei sobre minha cama e chorei rios, chorei até minha alma se saturar, havia um buraco em meu peito, meu coração  parecia ter sido arrancado a força de dentro de mim.

Queria poder fazer algo para que ele acreditasse em mim, mas não a como fazer nada quando o outro não quer, meu mundo está sem cor, me sinto vazia, não sabia que iria doer tanto, que iria sentir tanto a falta dele, quanto mais eu chorava, mais vontade de chorar eu tinha, passei tantas noites chorando por causa dele, mas essa noite é a última vez que o faço, nunca mais derramarei nenhuma lágrima por ele, sinto que hoje foi a gota d'água.

Estava decidida à encontrar um novo rumo para minha vida, sei que sou uma mulher forte de coração partido, mas coração partido se cura, agora só preciso chorar para me aliviar, afinal cada uma daquelas palavras me feriu no mais profundo.