Você de Novo

Part.15

Dani
Triiiiiiiiii- (Despertador tocando)
-Que MERDA!- bato com tudo no despertador que mesmo no chão continua tocando descontrolado.
Quando dou por mim, já estou levantando visivelmente irritado, iria buscar minha irmã no aeroporto logo pela manhã, custei pra pegar no sono e quando vi já estava amanhecendo.
Fui direto tomar meu banho e escovar meus dentes, botei uma calça jeans, uma blusa polo branca e um vans preto.
Ajeitei meu cabelo, e peguei minha carteira e chaves, não sem antes tomar o café da manhã que minha mãe fez questão de preparar e praticamente me obrigar a comer algo.
Não sou muito chegado em café da manhã, no máximo tomo um café, mas hoje minha mãe estava em uma empolgação, que chegava a dar nos nervos.Bianca estava prestes a chegar, e minha mãe só falava disso, mas sabia que ela sentia muita falta da minha irmã, as duas são muito agarradas mas mesmo com a distância davam um jeito de manter contato.
-Bom dia mãe-Eu falo já tomando minha xícara de café.
-Bom dia meu filho-Minha mãe fala cantarolando.
-Que horas está previsto a chegada do vôo da Bianca?-Eu pergunto, já me preparando pra sair.
-As 9:00 horas da manhã, e se apresse Daniel, daqui a pouco ela deve estar chegando.-Minha mãe diz ansiosa.
Dou um beijo na testa da minha mãe, e vou direto pra garagem pegar o carro.
No caminho, ligo o rádio pra distrair a mente, meu celular apita e olho em sua direção para pega-lo.
Quando eu freio bruscamente indo com tudo na traseira de um carro vermelho.
Bato no volante já imaginando a merda que eu fiz, saio do carro imediatamente pra ver o estrago que eu fiz.

Gi
Acordei com o sol batendo na minha cara, eu e as meninas dormimos no sofá.
Acordei desorientada e batendo em tudo, estava completamente desastrada e ria de mim mesma com a situação.
-Obrigada por me acordar com essa risada escandalosa!-Mih fala sonolenta.
-Oh safadaa, eu tava dormindo, para de andar que nem uma barata tonta e batendo nas coisas e se aquieta aqui!-Gabi dizia rindo sem parar.
-Ah gente, eu já ia aprontar com vocês mesmo, então não reclamem.As duas vão me levar pra casa, vou aproveitar que está de manhãzinha antes que minha mãe comesse a me ligar!-Eu digo indo em direção ao banheiro tomar um belo de um banho.
Até que nos arrumamos rapidinho, já estávamos sentadas a mesa, pois tia Patrícia(mãe das meninas), preparou um belo café da manhã, nos enfartamos de tanto comer, até eu terminar de arrumar as minhas coisas.
Tio Paulo(pai das meninas) ia nos levar, mas assim que estávamos indo em direção a garagem, eles recebem uma ligação mega urgente que deveriam ir imediatamente a empresa aonde trabalhavam.Então eu me ofereci a dirigir e levar as meninas comigo, Gabi sabia dirigir e voltaria com o carro pra casa.
Meus tios ficaram mais tranquilos, e foram em um carro e nós em outro.
Pegamos a pista, e eu nem estava correndo muito, liguei o som e cantávamos e nos balançávamos conforme a música.Quando eu paro o carro pois o sinal havia fechado, sinto uma porrada na parte traseira do carro, e bato com tudo minha cabeça no volante.
Na mesma hora, demos um grito, e minha cabeça latejava com a batida, não tinha me machucado, só tinha alguns arranhões de leve e a vermelhidão na testa.Fiquei descontrolada, e desci com tudo no carro já xingando o desgraçado(a) por isso.
-Que porra foi essa?Você acabou com a parte traseira do meu carro!-Eu estava furiosa.
Quando olho mais de perto o sujeito a minha frente, reviro os olhos e não acreditando no que estava acontecendo.
-Foi mal aí colega, mas esperaa aí, eu te conheço de algum lugar..-Diz ele nervoso e pensativo.
Estava sem paciência nenhuma, e ele ainda parado me encarando como uma estátua tentando se lembrar de onde me conhecia, só podia estar zoando com a minha cara!
-Gentee, o que tá acontecendo aqui?-Mih pergunta saindo do carro junto com a vaquinha colorida.
- O imbecil do Daniel acabou com o carro da sua mãe Gabi, ELA VAI ME MATAR!-Eu digo histérica.
-Sabia que você não me era estranha, Giovana não é?E olha como fala comigo hein garota, desculpa pela merda dada, e prometo que pago o conserto.-Ele diz mais calmo.
-É o mínimo né querido! Tinha que ser logo você pra estragar meu dia, e quem vai levar a gente pra casa?-Pergunto injuriada.
Gabi estava sem reação, e me olhava com surpresa e uma cara de abobalhada, não pelo estrago feito, e sim quem tinha feito ele.Nem eu e nem ela imaginávamos dar de cara com o meu suposto boy da balada, ainda mas em uma situação desastrosa como essa.
Não sei, mas toda vez que eu me encontro com Daniel, é como se meu passado retornasse naquele instante, não a parte ruim, e sim quando eu era apenas a Gi sem o histórico manchado, que era feliz sem saber que era, quando fui embora daqui e deixei pessoas que eu tanto amava.
Ele me lembra um pouco um melhor amigo de infância que eu tive, e por coincidência ou não, o nome é até o mesmo.O Dani Banana(apelidinho carinhoso que eu coloquei no meu melhor amigo), só chamava ele assim, e ele odiava no início mas depois nem ligava mais, éramos tão agarrados e unidos, como unha e carne.
Ele tinha uma irmã chamada Bianca, que me via como sua irmãzinha mais nova, adorava ela mas depois que eu tive que partir, só continuamos mantendo contato por alguns meses, e depois disso nunca mais a vi.
Nunca fui boa com despedidas, e a minha foi a pior possível.Descobri em cima da hora que estava a caminho de ir embora do Brasil, tentei convencer meus pais de eu permanecer aqui mas de nada adiantou.Eu só chorava, pois não queria me desapegar de tudo e de todos, não queria largar minha vida aqui para um lugar desconhecido, estava completamente desesperada, e minha única saída foi aceitar a muito contragosto a fazer minhas malas e quem sabe um dia pudesse retornar.
Contei a notícia pelo telefone para o Dani, e sua família, que assim que souberam ficaram arrasados, mas nos apoiaram e foram com a gente até o aeroporto.
Tive uma discussão horrível com o Dani naquele mesmo dia pelo telefone, ele não aceitava a minha viagem sem volta, e eu só queria entender porquê de as coisas chegarem aquele ponto.
Eu soluçava nervosa, não conseguia segurar as lágrimas, e o silêncio que só durou alguns segundos me parecia uma eternidade.Ele não falou mais nada, e eu disse que precisava desligar, e assim eu fiz.
Dali a algumas horas eu viajaria para o Canadá, e não estava nem um pouco contente.Mal consegui dormir, e ainda acordei com uma cara péssima, só queria que aquilo tudo fosse só mais uns dos meus sonhos loucos, e que minha mãe me acordaria a qualquer momento para ir a escola, e eu riria disso tudo.Mas infelizmente não era, e partir da minha terrinha, seria a coisa mais difícil que eu teria que fazer.
O caminho até o aeroporto foi silencioso, olhava pela janela aquele céu nublado e aquela chuvinha miúda prestes a cair.O clima até combinava com o momento em que eu estava passando, dentro de mim eu estava prestes a desmoronar, minha feição estava triste e meu pensamento vagava longe, só queria que aquilo fosse uma mera brincadeira ou até pegadinha, eu queria tentar me enganar que ficaria bem depois, não era isso que as pessoas dizem para si mesmas ou para os outros como consolo e segurança?
Quem dera se isso funcionasse, estava em meus 12 anos, e pouco sabia da vida, mas mal imaginava que o pesadelo só estava para começar.
Me despedi de toda a minha família que ficaria por aqui, de alguns amigos e conhecidos próximos meus que foram nos ver, e do Dani.
Ele estava lá, sentado em um banco ao lado de seus pais e sua irmã, que ela assim que me viu, correu em minha direção em meio a abraços calorosos e lágrimas por toda parte.
Me despedi dela com um aperto no coração, e em seguida dos meus tios de consideração, e assim que terminaram de conversar comigo dando conselhos e me consolando, fui em direção ao Dani Banana que nem percebeu minha presença.
Sentei ao seu lado, e coloquei minha mão sobre a sua e apertei carinhosamente(fazia isso com ele quando tinha medo, ou quando precisava dele, era o nosso código), e só ele entendia o que aquele toque representava.
No mesmo instante ele me olhou, e nos abraçamos instintivamente.
-Se você topar, podemos escapar daqui sem que ninguém nos veja, vai ser nosso segredo!-Ele falava com aquele sorriso de canto.
-Como consegue me fazer rir no meu pior momento?-Eu falava o encarando.
-Não sei lidar muito bem com a tristeza, te ver sorrir me mostra que eu me saio bem mesmo estando mal.-Ele diz com a cabeça baixa.
-Por favor, fica, Cabecinha oca!-Ele dizia enquanto eu me afastava.
-Desculpa, mas se eu continuar aqui, não sei o que vai acontecer comigo-Eu pronunciava as palavras com uma certa dificuldade na voz embargada.
-Adeus então, até porque não vai voltar mesmo, pra você foi fácil ver o fim disso tudo, espero não te encontrar nunca mais Giovana!-Ele cospe as palavras.
Porém, mesmo distante pude ouvi-las, e não tive tempo de responder, ele já tinha virado as costas e ido embora, só dei uma última olhada para trás, antes de embarcar.
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Desculpaa gente, pelo tempo sem postar!
E obrigada pela força e apoio de todos, amo vcs!! ❤️
Supeer beijo da Gi 💋