De quantos acasos coincidentes é feito o destino?
• • •
Sentado em uma cadeira giratória, Dominic rodava-se despreocupado enquanto fitava o anel de pedra negra em seu dedo. Havia acabado de se instalar em um hotel cinco estrelas de Nova York, e sentia-se terrivelmente cansado por conta da longa viagem.
Estava tão distraído, que nem percebe quando Leroy abre a porta de seu quarto.
— Pronto, Baltimore. Tudo acertado na recepção, logo trarão suas malas. — diz entrando, sem perceber que o amigo estava no mundo da lua.
Dominic o olha de relance parando sua cadeira. Nota com interesse a carranca que estava estampada no rosto do ruivo.
— Problèmes? — cruzando as pernas, Dom o analisa curioso.
— Não. Nenhum problema. — diz um tanto abrupto, virando o rosto.
— Oui? — Dominic o olha sem acreditar em suas palavras. - Se você diz... — fala e levanta indo até uma mesa onde estava algumas garrafas de bebida.
Ficando de costas para Leroy, ele abre uma garrafa de whisky, derramando o líquido lentamente em seu copo.
— Foi uma longa estadia lá em Los Angeles, não foi Leroy? — diz voltando sua atenção ao outro. Enquanto com uma mão segurava o copo com a outra sutilmente ele circulava seu anel com o dedo. Só fazia aquilo quando estava pensativo.
— É... — Leroy é pego de surpresa com aquela súbita pergunta. — Geralmente não ficamos tanto tempo assim em um lugar.
— Lá era bom para os negócios. — Dominic sorri levando o copo até os lábios. — Mon Dieu! Estou até me sentindo nostálgico! — fala se encostando na mesa. — Mas, deixando de pieguice, já descobriu alguma coisa relevante sobre o tal do Blanche?
Dominic observa Leroy se mexer desconfortável, então finalmente percebe o que tanto incomodava-o.
— Ah... Sim, claro. Desde a semana passada quando você decidiu começar com isso — Leroy diz sem disfarçar a discordância que tinha sobre aquele plano. — Já comecei minhas investigações.
— E o que descobriu? — ignorando a cara mal humorada de Leroy, Dominic pergunta.
— Bom, vamos ver... — ligando seu tablet que já estava em sua mão, Leroy confere suas anotações. — Pelos dados encontrados, sabe-se que Arnold Henry Blanche, nasceu no Arizona e tem 53 anos. É casado com Violet Bennet há mais de 20 anos e tem duas filhas. Belinda de 26 anos e Beatrice de 24 e... — enquanto falava monótono, Dominic o interrompe.
— Pule a parte da família, Leroy. — diz impaciente. — Quero saber o que esse cara faz de errado, quero os podres. Para assim usarmos contra ele.
— Claro, claro... — Leroy suspira resignado voltando a falar. — Blanche junto com o sócio de sua empresa, Joseph Ravel, desvia dinheiro dos produtos que são exportados. Mas, como a quantia desviada é sempre razoável, eles nunca são descobertos.
— Ora, ora que interessante... Prossiga. — Dominic diz colocando mais whisky em seu copo.
— Por enquanto, é só isso que descobri. — Leroy diz mantendo-se sério.
Dominic nota mais uma vez o tom cortante na voz do outro. E caminhando até ele, decide acabar com aquilo de uma vez.
— Okay, Leroy, eu já entendi que você não gosta nem um pouco de estarmos aqui, mas não precisa ficar com essa cara de quem comeu e não gostou. Está começando a me deixar zangado. — dando um longo gole em sua bebida Dominic se afasta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Le ℳonsieur
RomanceQUANTO CUSTA SUA HONRA? ______________________________ ❝A desonra é a pior degradação que pode ocorrer na vida do ser humano. Perder a honra, é tornar-se indigno de viver.❞ Dominic Baltimore sabia que era um desonrado. Julgava-se e condenava-se. ...