"Se choras porque perdeste o sol, as lágrimas não te deixarão ver as estrelas."
Rabindranath Tagore• • •
Dominic olhava para a janela aberta de seu quarto com o olhar fixo no céu que àquela hora da madrugada estava completamente estrelado.
O relógio marcava 3:45 da manhã, e ele já havia desistido de tentar dormir. Estava acostumado com aquelas crises repentinas de insônia.
Por mais que a insônia tenha sido uma companheira que estava ao seu lado desde muito jovem, ela havia diminuido com o passar dos anos.
Mas agora ele estava ali, olhando pensativo para fora da janela, vendo as horas se passarem lentas e torturantes.
Estava com uma taça de vinho na mão, que pegou no início com o intuito de adormecer rapidamente, porém agora nem se importava mais em dormir.
De onde estava, continuava a mirar as estrelas. Enquanto rodava bem devagar a taça em sua mão, Dominic passou as olhar agora com certa inveja.
Começou a pensar o quanto seria menos estressante ser um daqueles pontos brilhantes nos céu, que só tinha como trabalho enfeitar as noites.
E elas não precisavam matar ninguém, claro.
Quando percebeu o quanto estava divagando, Dominic deixa sua taça de lado. Já estava alucinando, e tinha bebido apenas meia garrafa do vinho tinto.
Fecha os olhos, tentando não pensar demais. Costumava a achar, que acabaria enlouquecendo pelo tanto que sua mente delirava sozinha.
Tentando manter-se relaxado e sem mais se mexer, Dominic finalmente adormece, quando já eram 5:30 da manhã. Dormia mal, com o corpo grande escorregando da cadeira.
Tinha se passado apenas uma hora desde que tinha pegado no sono, quando é acordado de forma abrupta.
Seu celular começou a tocar, e o som alto reverberava pelo quarto inteiro.
Abre os olhos com dificuldade, sentindo todo seu corpo doer por ter dormido naquela posição desconfortável. A luz do sol invadia o quarto pelas janelas que estavam escancaradas, e ele se viu reprimindo um palavrão.
O toque incessante continuava, enquanto ele mal conseguia se levantar.
Quando finalmente o barulho infernal se encerra, Dom como que automaticamente fecha seus olhos novamente sem vontade de fazer nada. Nem de fechar as cortinas para evitar aquela luminosidade, e nem em ir deitar-se na cama.
Enquanto se ajeitava na cadeira, procurando uma posição melhor para seu corpo, o celular mais uma vez volta a se manifestar, e aos seus ouvidos aquele som soou mais alto que o anterior.
Levantando-se irritado, apenas vestido com uma calça, ele sai à procura do maldito celular.
— Onde está essa merde barulhenta?!
Falava irritado vagando sonolento pelo quarto. Seja quem for que estivesse ligando, já conseguiu deixá-lo furioso.
Encontra o aparelho desprentesiosamente caído no chão perto de sua cama, junto com as chaves do carro.
— Oui? — atende bocejando e no primeiro momento só escuta alguns ruídos. — S'il vous plaît, dites-moi ce que vous voulez...
Sem se dar conta de que tinha falado em francês, Dominic aguarda mais um segundos, e sem obter qualquer resposta, solta um palavrão em francês e decide desligar.
— Bonjour, monsieur. — a pessoa do outro lado finalmente se manifesta, e então foi a vez de Dominic permanecer calado.
Estranhou o sotaque tosco da pessoa que falava, definitivamente não era um francês.
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Le ℳonsieur
RomanceQUANTO CUSTA SUA HONRA? ______________________________ ❝A desonra é a pior degradação que pode ocorrer na vida do ser humano. Perder a honra, é tornar-se indigno de viver.❞ Dominic Baltimore sabia que era um desonrado. Julgava-se e condenava-se. ...