Capítulo Dez

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Je déteste ça. — Dominic resmunga ajeitando os óculos escuros no rosto, ao fechar o porta-malas.

O dia estava insuportavelmente quente e ele sentia uma gota de suor escorrer em sua testa, com desgosto.

Suspira mal-humorado pegando sua mala, e ao lado de Leroy caminha para dentro do novo hotel que se hospedariam.

Já há alguns dias ele e Leroy viviam de hotel em hotel para evitar possíveis encontros com inimigos, mas isso já estava sendo insuportavelmente incômodo para Dominic.

— Infelizmente temos que fazer isso, Dom. — O ruivo diz puxando sua mala com dificuldade notando a expressão contrariada do francês.

Dominic não o responde, só conseguia pensar que precisava o quanto antes resolver aquele impasse. Afinal, ele estava tendo que por sua missão de lado para evitar confrontos.

E isso era realmente um problema deveras irritante.

Por sinal, já se fazia dias que ele não agia a respeito da joia.

A última vez que encontrara um Blanche, foi na boate quando vira Beatrice e suas amigas. Desde então andava ocupado demais com Leroy, falsificando identidades e mudando-se de hotéis.

Belinda Blanche chegou a ligar algumas vezes para eles se encontrarem, mas Dom acabou a ignorando para se atentar aos problemas mais urgentes.

Merde.

Ele estava se desviando do objetivo inicial e precisava retornar o quanto antes.

Já no corredor do hotel, Leroy se encaminha ao seu quarto enquanto Dominic caminha lentamente até o seu. Respira profundamente ao entrar deixando a mala no canto da parede, e indo até a janela.

Olha para a vista da cidade sentindo-se terrivelmente entediado.

Sua cabeça andava cheia ultimamente, chegara até a cogitar momentaneamente a ideia de desistir de pegar aquela joia, se mandar dos Estados Unidos e tirar alguns meses de férias.

Afinal, tudo o que ele menos necessitava era ficar esquentando tanto sua cabeça.

Mas são 125 milhões de dólares em jogo...

A voz maldita sussurra em sua mente fazendo-o fechar os olhos pensativo.

Sainte merde!

Tinha aceitado esse infortúnio valioso e agora terminaria.

Custe o que custar.

Tira o celular do bolso em um movimento rápido, e sem pensar duas vezes disca o número de Belinda Blanche.

— Alô? — ela atende ao segundo toque, surpresa com a ligação inesperada.

Bonjour, mademoiselle Blanche. Quanto tempo, no? — Dominic fala despreocupadamente escutando um suspiro exasperado do outro lado da linha.

— Oh, Dominic... Sim, já faz certo tempo. — diz com um ressentimento velado na voz. — Pensei que tinha se esquecido de mim.

Dominic ri internamente ao notar o tom de voz afetado de Belinda.

— Impossível esquecer alguém como você, ma belle... — fala suavemente na forma de um galanteio.

Belinda do outro lado não consegue conter um sorriso.

— Deve ter andando bem ocupado então... — ela comenta lembrando que ele passara dias sem dar sinal de vida.

— A senhorita nem imagina. — Dom responde relembrando os recentes inconvenientes. — Mas, liguei porque estava com vontade de vê-la, e queria convidá-la para um jantar. — diz diretamente sem paciência para ficar com enrolação.

Le ℳonsieurOnde histórias criam vida. Descubra agora