2. Primeira vez

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Margot ficou surpresa com o interesse dos visitantes, principalmente aqueles que tinham o poder de levar a mesma exposição para qualquer outra galeria do mundo. A rede de amigos e investidores que tinha cultivado era muito importante para um artista que quisesse ser notado. O fato das obras de Zac terem chamado atenção de apreciadores importantes fez com que Margot começasse a ter algum respeito pelo trabalho do rapaz, mesmo que não tivesse estudado nas melhores escolas.

Ele era bonito, simpático, conversava com todos durante o lançamento da exposição e Margot começou a ver que, apesar de não ter nascido em berço de ouro como ela e a filha, Zac era extremamente gentil com as pessoas. Na opinião dela, "sabia se comportar".

Ao fim da festa de lançamento, Lily ofereceu carona a Zac mesmo sabendo que recusaria de primeira. Colocou como condição que precisavam comemorar e ele não precisava ser sempre um "velhinho" para eventos noturnos.

— Zac, eu sei que artista é meio estranho, mas você não pode sair pra comemorar nem na sua noite de estreia? Foi tudo maravilhoso. Você fez ótimos contatos e eu tenho certeza que terão muitos interessados em expor seu trabalho em outras galerias. Vamos?

Ele não cedeu à insistência de Lily e disse que preferia descansar e deixar a comemoração para outro dia. Na verdade, Zac ainda não se sentia totalmente seguro para festejar por algo que estava apenas começando. Era muito pé no chão e queria ter certeza que as coisas dariam certo. Por outro lado, também achava precipitado sair com uma das donas da galeria tão cedo. Ainda que fosse profissional, Lily tinha três atributos que atrairiam qualquer um: era linda, jovem e rica. O fato de ser rica não o impressionava muito. Essa realidade mais o assustava por ser algo que nunca vivenciou do que o encantava. Nunca havia conhecido alguém tão elegante e simples ao mesmo tempo.

A exposição foi um sucesso e ficou disponível na galeria durante um mês.

Após o último dia de exposição, Zac apareceu para levar o material de volta para o seu ateliê. Pediu para subir e ir até a sala de Lily.

— Oi! — disse ele ao aparecer em frente à porta entreaberta e entrou, colocando as duas mãos no bolso.

Lily sentiu vontade de ir vê-lo em casa ou de aparecer sem avisar na feira, mas conseguiu se controlar na esperança de que aquele interesse fosse passar. Quando o viu na porta, o coração disparou. Definitivamente ela estava sentindo alguma coisa.

— Oi. Quanto tempo! Você tem sido muito procurado, rapaz. Achei até que mandaria um assistente buscar tudo.

— O telefone não para de tocar, é verdade, mas aluguei um caminhão e vim buscar pessoalmente.

— Pode entrar. Senta aqui. Me fala sobre os contatos. — falou interessada.

— Então... parece que eu vou pra Paris. — falou sem ter muita dimensão do que viria pela frente.

— Meu Deus, isso é maravilhoso! Como foi que aconteceu? Qual é a galeria? Quem é o interessado?

Ela o encheu de perguntas para depois enchê-lo de conselhos. Sendo tudo novidade para ele, Zac só ouvia e respondia achando graça de sua empolgação.

— Hoje nós podemos comemorar, né? Você não tem noção do quanto isso é bom para sua carreira. Mentira! Deve ter sim. Nossa, estou muito feliz por você!

Levantou-se com tanto entusiasmo que a cadeira continuou rodando. Foi em direção a ele e o abraçou mesmo sentado. Ele manteve o sorriso no rosto e só permitiu que ela o abraçasse com, dando um tapinha nas costas.

— Tudo bem.

— Podemos combinar pra mais tarde, então? — ela perguntou.

— Mais tarde? — Ele se espantou porque já eram 20h.

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