3. Paris

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Agora eles tinham uma viagem para planejar e aquilo os aproximaria mais rapidamente, pelo menos assim Lily esperava lá no subconsciente. Depois de algumas vezes ela ter tomado iniciativa para convidá-lo para sair à noite, Zac também passou a ligar com a intenção de ficar mais à vontade, já que passariam duas semanas juntos.

— Você vai mesmo me fazer acordar cedo? — reclamou ela ao telefone.

— Quantas vezes você já me fez ficar acordado até tarde? — ele rebateu.

— Tá bom, vai. — disse bufando.

— A gente pode dar uma corridinha e depois tomar café.

— Nossa, promete que não vai fazer isso todos os dias em Paris? Caso contrário, eu invento uma desculpa pra não ir com você agora mesmo. — ela disse.

— Não reclama. Você está me devendo. — Já que passou a aceitar sair à noite quando ela chamava.

— Ugh. Tudo bem!

No dia seguinte, ela apareceu no parque bem cedinho para correr, ou melhor, caminhar. Lily não tinha o costume de correr nem fazer outro tipo de atividade além da yoga e não começaria naquele dia a ser uma maratonista.

— Bom dia! — ele disse todo animado ao encontrá-la, já com sinais que tinha começado a atividade antes que ela chegasse, com o rosto vermelho contrastando com o cenário branquinho de neve no parque.

— Só você mesmo pra me tirar da cama nesse frio e a essa hora. — Ainda sonolenta.

Ele notou que ela não tinha a mesma energia de manhã e não insistiu em mantê-la sem café depois de algumas voltas.

— Vamos comer alguma coisa, antes que você me afogue nesse lago. — ele propôs.

— A sua sorte é que está congelado. Livrou-se por pouco.

Ele a levou na cafeteria do bairro que ela adorava. Depois de dar uns goles no café quentinho aquecendo as mãos na xícara, Lily respirou fundo e disse:

— Agora sim, eu começo a funcionar. Você já fez as malas?

— Não. — Ele sabia que deveria.

— Como não? A gente viaja amanhã!

— Sempre deixo para a última hora, mas os quadros já chegaram à galeria em Paris, isso que importa.

Ela virou os olhos para ele e disse:

— Você precisa fazer isso hoje, Zac!

— Eu vou! Quer me ajudar? — Ele chegou mais perto e encostou a mão na dela, brincando com os dedos. Isso a deixou extremamente desconfortável de tão boa que era a sensação.

Lily olhou para as mãos, olhou para ele sem graça e percebeu que estava demorando muito a responder.

— Hmm... claro. Ajudo.

***

Era a primeira vez que entrava na casa dele e isso a deixava um pouco tensa. Não por ele, mas pelos pensamentos que ela procurava evitar. Fizeram as malas em tempo recorde devido à prática que ela tinha de fazer a vida caber dentro de uma mochila.
Não sabendo lidar mais com tantas horas perto dele, quis voltar para casa a fim de se preparar para o dia seguinte. Era uma viagem a trabalho e tentava manter isso em mente o tempo todo.

***

Bem cedo na manhã seguinte, eles se encontraram já no aeroporto JFK para seguir em um voo direto pra Paris. Seriam 7 horas lado a lado e ela não fazia ideia se teria tanto assunto. Tinha opção de dormir, ver um filme ou de repente ler um livro, qualquer coisa que disfarçasse o silêncio incômodo depois de tanto tempo.

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