Capitulo 7.

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Acordei cedo naquele dia de domingo. Passaram-se uma semana sem PH, e eu me sentia como uma drogada em abstinência, ainda mais quando ouvia meu nome em suas orações. Eu já não acreditava que ele era um monstro, mas ainda não entendia o por que de tamanha crueldade.

Desci ate a praia com a minha prancha. O mar estava agitado graças ao dia chuvoso. Pedi proteção a Deus e me joguei no mar. Avistei PH sentado na prancha alem da correnteza, já em mar aberto. Ele olhava o horizonte como se pensasse em algo, ele não me percebeu ali, e eu agradeci mentalmente por isso. Surfei ate meu corpo não aguentar mais. sai da água e fui ate o topo da serra pra apreciar o por do sol que se iniciava em meio as nuvens negras de chuva, a visão de la de cima era incrível, e era impossível sentir alguma coisa ali alem de paz.

- Oi. - ele surgiu de trás das arvores me fazendo pular de susto.

- PH QUE SUSTO!

- Desculpa...

- Ta. - revirei os olhos automaticamente.

- Eu não sabia que tu tava aqui, se quiser eu vou embora. - Eu podia sentir o tom melancólico na sua voz quase me implorando para que eu negasse. Me virei para encara-lo, e ele estava cabisbaixo, com os ombros caídos, parecia cansado. Soltei um tímido sorriso sem querer ao perceber que o traficante que muitos temiam, era completamente entregue a mim feito um cãozinho.

- Pode ficar. - Ele abriu um sorriso cheio de vida. Um raio de sol fugiu de entre as nuvens carregadas e iluminou seu rosto, e eu me insultei por quase ter esquecido o quanto ele era lindo.

Se sentou a alguns centímetros de mim, e encarou a imensidão azul.

- Escuta, eu não sei se ainda me acha um monstro...

- Ei! Não penso mais isso. - Eu sorri pra ele, que pareceu um tanto surpreso.

- Não?

- Que tipo de monstro pediria a Deus para que cuidasse de mim todos os dias?

Ela abaixou a cabeça e sorriu.

- Eu nunca me perdoaria se acontecesse algo com você.

- Não vai, uma vez ouvi dizer que Deus atende os oprimidos.

Ele balançou a cabeça afirmando, mas depois de alguns segundos parou e me olhos desentendido.

- Ta me chamando de oprimido ?

- Não. - Eu sorri.

- Eu senti sua falta sabia?

- Eu também.

Na subida da Favela. (Revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora