Era meio dia, havia acabado de chegar da escola. Precisava esquentar o almoço para levar a PH. Tomei um banho rapido, montei a marmita e fui decendo o morro em direção a vila mosquito, ele estava lá acompanhando a treino de tiro dos vapores. Estava acompanhada apenas das minhas duas cachorras, e por onde eu passava as pessoas cochichavam. Tive que passar por um beco vazio que dava passagem pra vila mosquito, e então, derrepente escuto a voz da vadia da Luana, me viro e encontro a mesma com o cabelo raspado e um olho roxo, acompanhada por 2 meninas.- O piranha! Que bom que te encontrei sozinha!
Engoli em seco, pois sabia que com certeza as tres acabariam comigo. Comecei a tremer e orar a Deus para que me guardasse.
- Por causa de você, meu homem ta bravo comigo. Mas isso não vai ficar assim vagabunda! - Ela gritava, e eu ia andando pra tras cada vez que elas se aproximavam.
- Por favor Luana, não quero brigar.
- Quem disse que a gente vai brigar ? - Ela disse cheia de ironia. - Eu só vou te eliminar do meu caminho. - Luana tirou uma peguena faca da cintura e apunhalou na minha direção, consegui desviar, mas as duas meninas me seguraram.
- Sera que o PH vai te achar bonita sem cabelo?
- Luana, por favor, não! - Ela desferiu um tapa forte em meu rosto e mandou eu me calar. Lagrimas e mais lagrimas escorriam dos meus olhos, Luana só me encarava friamente e ria.
Passou a faca em meu braço fazendo com que a pele abrisse profundamente e o sangue jorrasse, segurou meus cabelos em um rabo de cavalo e posicionou a faca no topo, eu chorava muito e só conseguia me perguntar por que isso acontecia comigo.
Derrepente, escuto latidos, eram meus anjos da guarda.
Elas ronavam com os dentes a mostra encurralando as tres meninas. Luana parou na hora o que fazia, claramente estava com medo.
A Bean, um labrador preto, mordeu a perna de Luana, fazendo com que ela largasse a faca e as duas meninas me soltassem, a outra cachorra avançou tambem, me dando oportunidade de correr. Larguei a sacola com a comida no chão e corri o mais rapido que pude em direção a vila mosquito, eu estava desesperada, e meu rosto ardia por causa das lagrimas salgadas caindo sob a pele ferida, e eu mal consegiua mecher meu braço pois sangrava muito. Logo avistei tres meiotas, numa delas PH estava. Ele parou assim que me viu, e se desesperou tambem ao ver meu estado.
- Amor, o que foi?
Eu mal conseguia falar de tão desesperada que estava. Ele rasgou um pedaço de sua blusa e amarrou no meu braço. Mandou Jacaré pegar um carro e o outro vapor buscar agua.
- Calma, você ta segura agora. - Ele me puxou pra um abraço e disse com um tom calmo. - Me fala quem fez isso por favor.
- Luana. - Foi tudo que eu consegui dizer.
- Onde? - Ele estava claramente com raiva.
- No beco.
Ele suspirou fundo, eu bebia a agua que o vapor me dera desesperadamente na tentativa de me acalmar. Logo jacaré voltou com o carro.
- Jacaré, leva ela pro doutor Fernando, eu vou ali resolver essa fita.
- PH, fica comigo, por favor.
- Princesa, a gente tem que resolver isso agora, e se essa piranha fugir?
- Vem comigo PH, eu não quero ficar sozinha.
Ele suspirou e entrou no carro.
- Vamo passar ali no beco rapidão pra averiguar isso ai.
Em minutos estavamos no beco, as meninas não estavam lá. Mas vi uma cena horrorosa, uma das minhas cadelas havia sido esfaqueadas, ainda estava viva, a outra estava sentada ao lado como se tentasse ajudar de alguma forma.
- Elas avançaram nas meninas, ai eu consegui fugir. - Explique a PH, ja que sua cara era de duvida.
Ele pegou a cachorra com cuidado nos braços e colocou no carro.
- Você é uma boa garota, vai ficar tudo bem. - Ele acariciava a cachorra no banco de tras, ali eu tive a certeza absoluta de que Pedro Henrique não era mau. - Tu tava fazendo o que no beco ? - Ele perguntou desconfiado .
- Tava levando almoço pra você - Respondi grossa por causa da desconfiança.
- Desculpa amor... - Ele depositou um beijo no topo da minha cabeça. - Eu tinha que achar essa vagabunda!
- PH, leva a patroa pro hospital que eu acho a Luana e levo ela pra tu demoro?
- Pode pá Jacaré!
Ele entrou no carro, deixamos Bean no veterinário e fomos direto para o hospital, logo fomos atendidos, resultou em 5 pontos e anti-inflamatórios.
__~__
Eu tinha acabado de acordar com uma dor de cabeça enorme. Não sabia onde estava. Eu estava sozinha, quando ele entra no quarto com minha cachorra nos braços.
- Já acordou amor? Trouxe alguém pra te ver.
Eu só conseguia sorrir ao ver que minha cachorra estava bem. Ele soltou a labrador, que veio correndo de maneira desordenada por causa dos ferimentos até mim.
- Pelo jeito não foi nada grave. Que bom! PH, onde eu estou?
- No meu quarto ué.
- E minha mãe?! - O pânico já percorria meu corpo.
- Ela ligou e disse que ia passar a noite fora, e mandou eu cuidar de você. Mas é claro que vou cuidar, vou cuidar muito bem. - Ele dizia num tom lascivo se aproximando cada vez mais, até que se jogou do meu lado da cama.
Aproximou nossos lábios e começou aquele beijo apaixonante que só ele tinha.
- Eu nunca mais vou deixar ninguém tocar um dedo em tu! Eu prometo. Acho que já tá na hora de te assumir, vou marcar um baile amanhã e fazer isso.
- E minha mãe?
- Tu só sabe falar isso? - Ele deu risada e eu dei um leve soquinho em seu braço. - Amanhã vou falar com ela.
- Será que você consegue convencer a fera? - Disse debochada.
- Por tu eu conseguiria convencer até o Diabo.
Eu sorri e acariciei os cabelos dourados que se encontravam esparramados em meu peito.
- Gabi?
- Pedro?
- Eu amo você.
- Eu amo você também.
E ali eu percebi, que correr todo o perigo do mundo, por ele, valia a pena.
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Na subida da Favela. (Revisando)
Teen Fiction" A nossa realidade é outra, a nossa verdade é outra. No meio da contradição, o certo agindo errado e o que era pra ser errado agindo certo. No meio da morte, No meio da fé, da entrega da coisa mais preciosa que se tem pra honrar o lugar da onde se...