Passaram-se algumas semanas des de que Eu e PH moravamos juntos. E eu Não podia estar mais feliz. Tirando o fato de que minha casa vivia cheia de meninos, Armas e drogas, e que eu ficava agoniada toda vez que Pedro saia de casa.
Comecei a entender melhor e admirar a fé que esses meninos tinham. De certo modo, era Bonita a ideia dessa entrega da propria vida para protejer o lugar de que se veio. Com certeza era algo que eu não teria coragem. E Ph pregava exatamente isso aos meninos, a fé e a irmandade.
Aprendi como Ele comandava o morro, e como desviava a droga do Porto de Santos para distribuir em São Paulo toda e como importava as armas. Percebi que o trafico nao era desorganizado e marginalizado como imaginava, mas sim uma super impresa. E o tanto de dinheiro que eu via por semana, com certeza muitas pessoas Não veriam, mesmo com uma vida inteira de trabalho. Eu admirava muito a inteligencia de Pedro, era até dificil acreditar que tinha apenas 17 Anos, parecia um homem com doutorado quando se tratava de trafico, mas como me disse, foi treinado quase a vida inteira pra isso.
Quase todos os dias faziamos amor, e quase todas as manhãs eu era acordada com uma enchurrada de beijos. Todas as noites diziamos o quanto um eramos importante um pro outro, já que toda noite poderia ser a ultima. Eu me esforçava pra ser uma boa Dona de casa e manter minhas notas, Pedro nunca reclamava, pelo contrario, sempre elogiava minha comida. Passavamos o fim de semana na praia, Ou nas ilhas fazendo churrasco. As vezes viajavamos, como na vez que fomos no churrasco dos patroes na capital, um churrasco que era de lei que nenhuma mulher podia Falar uma palavra, Pedro disse que isso se dava para manter a segurança do morro. Me Contava as historias de seu pai, e lembrava da mae e dos irmãos, sempre enchia os olhos no final de cada uma. Ele insistia em me dar tudo do Bom e do melhor, me dava presentes quase todos os dias. Tudo estava perfeito.
Até um dia, que Pedro chegou em casa estressado, Acabamos brigando por coisa a toa, nossa primeira briga. Perguntei o por que de tanto estresse, e Ele me disse que tinha recebido ordens de invadir Boraceia* e que pela segunda vez na vida sentiu medo.
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*Bairro de São Sebastião/Bertioga dominado pelo comando vermelho.
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Na subida da Favela. (Revisando)
Teen Fiction" A nossa realidade é outra, a nossa verdade é outra. No meio da contradição, o certo agindo errado e o que era pra ser errado agindo certo. No meio da morte, No meio da fé, da entrega da coisa mais preciosa que se tem pra honrar o lugar da onde se...