Eram tantas crianças que Amy se assustou de princípio, depois que a morena entrou chamou atenção momentaneamente, para logo em seguida ser "ignorada". Respirou fundo e foi até o rádio em passos curtos mas ágeis. Procurou o cabo do celular na mochila, torcendo para que não tivesse o esquecido na casa da Aline.
- Calma, Amy. Você consegue! - a morena falava baixo, em um tom que apenas ela pudesse escutar. Mas para a sua tristeza, seu primeiro problema já havia começado, não levou as sapatilhas - Ok... crianças...- tentou chamar -lhes a atenção sem muito sucesso. Uma, duas, três vezes, até que seu inconsciente se irritou com a atitude da morena, fazendo com que Amy se questionasse para onde tinha ido sua autoridade - CRIANÇAS - e instantaneamente todas pararam seja lá o que estivessem fazendo - Obrigada, bom... Só quero deixar uma coisa bem clara. Vocês podem conversar e brincar a vontade, afinal criança tem mesmo que se divertir - Amy falava em um tom mais alto para que todos pudessem ouvir bem, aos poucos as crianças iam se aproximando enquanto se sentavam próximas a morena, prestando atenção em cada palavra - Mas...preciso lembrar que vocês vieram fazer aula de dança e isso exige disciplina, quer dizer, vocês precisam prestar atenção quando eu começar a falar, tudo bem? - terminou com um grande sorriso, vendo algumas crianças concordando com a cabeça e outras respondendo um "sim"- Ótimo, antes de começarmos a aula, vou precisar ir até lá embaixo, quem ainda não colocou as sapatilhas, podem colocar e por favor todos fiquem sentados sem gritaria.
Amy foi o mais rápido o possível para o pequeno depósito a procura de uma sapatilha e que fosse do seu número, após concluir sua missão, a morena voltou para a sala feliz por finalmente começar a lecionar e seu sorriso abriu mais ainda ao ver seus alunos rindo e conversando devidamente sentados e comportados.
- Que orgulho de vocês - Amy se pronuncio enquanto entrava na sala e percebia ter a total atenção de todos - Ok, pessoas. Essa é a primeira vez que eu dou aula e a primeira vez que eu os vejo então... vamos começar nos conhecendo, alguém quer falar? - depois de alguns segundos silenciosos, a morena prosseguiu - Tudo bem, eu começo. Me chamo Amy, tenho 23 anos, amo dançar, assistir desenho e comer chocolate. Viram? Não é difícil, vamos ver quem quer ser o próximo agora - a morena olhou em volta para cada rostinho até finalmente uma menina de cabelos loiros levantar a mão - Pode falar, meu anjo.
E assim foram as apresentações, Amy demoraria para aprender o nome de cada um, ainda mais sendo vinte e oito crianças. Em média, a faixa-etária estava entre 6 e 10 anos; a maioria era hiperativa, mas algumas pouco falavam devido a timidez e para a felicidade e surpresa da morena, cinco meninos também fariam a aula. Mesmo que a dança tenha anos de surgimento e que muitos bailarinos famosos e extremamente talentosas fossem homens, ainda existia aquele preconceito, o que para Amy era completamente ridículo já que sempre teve admiração por todo homem que já tivesse visto dançando.
- Então vamos começar a aula, aos poucos vou guardando o nome de cada um de vocês. Vou colocar uma música e eu gostaria que vocês só corressem em círculos pela sala toda, ok? Será o aquecimento de hoje - Amy falou vendo que aparentemente, todos aviam gostado da ideia. Foi então que ouviu um dos meninos dizer que iria contar até três para começarem o "pega-pega"- Gostei da ideia Kevin, mas na dança não contamos 1, 2, 3 para iniciarmos alguma sequência ou exercício.
- Por que? - o pequeno Kevin perguntou confuso, seus grandes olhos pretos mostravam estranheza enquanto fazia um esforço para tirar o cabelo castanho do rosto.
- Na dança, começamos a contagem pelo 5 e vamos até o 8, mais pra frente eu explico melhor - a morena falava enquanto procurava uma música agitada, assim que viu ter esclarecido o garotinho, sorriu brincalhona - Prontos?
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Do Ringue aos Palcos... Segunda Temporada
RomanceDepois de anos de faculdade prestada em Londres, Amy volta para casa com o intuito de acabar com a saudade que tinha dos amigos e da família, não conseguiu manter o contato que esperava por causa da rotina puxada que uma faculdade lhe exigia. E como...