Capítulo 2

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O sol foi embora mais cedo, mas deixou o tempo quente e a tarde que caiu meio cinza de um lado, meio laranja de outro, oferecia um ar abafado e seco. Cristine dirigiu ouvindo música porque gostava, espairecia de seu dia agitado e movimentado. Na maior parte, Linkin Park tomava seu display porque era sua banda preferida.

Com a pasta nos braços, entrou em sua casa arfando um: "acabada!" e já foi tomar banho, mais um tempo e Mike chegaria reclamando.

Vestiu-se de modo prático e porque queria conforto jogou uma camisa bem maior que ela e ajeitou um rabo de cavalo. Olhos para o relógio e a campainha tocou.

— Na hora. — fez uma careta quando abriu a porta. E coitado, ele nem tinha culpa se a mãe forçava que aprendesse português.

— Sempre. Sou pago para isto. — Mike torceu o nariz e era uma resposta a altura. — E o que fez hoje?

Ele perguntou enquanto ajeitava a mochila sobre a mesinha de centro e retirava dois livros.

Cristine arregaçou as mangas da camisa grande como se fosse partir para uma faxina. Fez outra careta, ignorando o tom sarcástico dele para com sua observação desdenhosa.

— Fui ao banco... Tive que negociar um novo cofre, uma apólice e uma hipoteca. Ah, conheci um casal gay, — ela abriu o sorriso. — eles são muito divertidos.

— Divertidos? — ele repetiu azedo, certamente com um resquício de inveja.

— Sim, megapower divertidos. Querem comprar um apartamento em Soho, um deles tem uma clínica veterinária na região.

— Entendo.

— E você?

— O que tem, eu?

— Está azedo.

— Não. Estou no meu normal.

Ela soltou um hã e desviou o olhar para seus livros.

— Não. Estou péssimo. — ele confessou logo em seguida.

— E por quê?

— O Alex, aquele rapaz que eu te falei, lembra?

— Sim.

— Pois então, ele voltou com a ex.

— Poxa, eu sinto muito. — falou sincera, a expressão mais séria se solidarizando por ele.

— Tudo bem, acho que estou me acostumando com esta situação.

Ficaram em silêncio deliberadamente. Putz o que dizer naquela situação, porque poderia piorar com qualquer comentário bem intencionado. Por isso manteve os olhos no livro, fingindo interesse na pesquisa.

— E você?

— O quê? — ergueu os olhos para ele, prejudicada emocionalmente. — Eu... Nada.

— Nada mesmo?

— Nada. Bem, — ela ficou corada para variar. — passei esse final de semana em Oak Park. E só.

— Oak Park. Sei, e o homem amedrontador continua com aquele ar monstruoso?

Ela deveria rir com a careta que ele fez, arregalando os olhos, abrindo a boca e erguendo as mãos curvando os dedos. Mas como era verdade, ela se encolheu.

— Sim.

— Como consegue? Porque eu me tremi todo.

— Talvez seja porque levou um soco.

SOB SEU DOMÍNIO II - Da Loucura à ConquistaOnde histórias criam vida. Descubra agora