— O que aconteceu?
Seu plano imediato foi fingir que nem ouviu a pergunta. Bah! Pergunta de Sharker sem repostas? Nunca.
— O quê?
— Você bateu o carro?
Agora já analisava o carro todo, encontrando o para-choque quebrado, uma parte do capô e da traseira amassados.
— Bati. Algo bobo. — murchou com um sorrisinho amarelo. Mas ele não iria desistir.
— Quando foi isto?
— Segunda... acho.
— Segunda feira. — ele a encarou e era aquela expressão de quem quer esganar. — Onde esteve?
Cristine engoliu seco. Merda. Nem tinham um relacionamento muito sério assim. Tudo bem, ele aceitou não ter mais namoradas, mas garantiu que nunca a amaria. Então mantinham encontros sexuais somente entre eles mesmos e agora exigia saber sobre detalhes de sua semana. Ela não poderia fazer aquilo com ele?
— Eu, eh... — gaguejou. Puta merda. Gaguejar significava admitir a própria culpa.
— Onde Cristine?
— Fui á um coquetel, na casa de amigos. — decidiu ser firme e até ergueu a cabeça.
— Continue.
— Só. — abriu os braços porque nem tinha muito que continuar. Na verdade, ele deveria pensar que não.
— Cacete. Quem bateu em seu carro, Cristine?
— Eu não sei.
— Fez um boletim de ocorrência?
Era sua intenção.
— Não.
— Porque diabos não?
E ele já berrava, acenando com os braços. Poderiam sair dali?
— Por que... eh, eu bebi.— confessou vermelha, cabisbaixa e culpada.
— O quê?
— Eu bebi um coquetel e os policiais, um deles muito nervoso e bravo — assim como você, ela queria acrescentar, — ameaçou fazer um teste e provar que eu estava alcoolizada.
— E estava?
Ela engoliu seco. Sua mente gritava "a verdade" em ecos.
— Não sei.
— Não sabe? O que bebeu?
— Pinã colada. — confessou novamente, murcha. — Podemos jantar agora? Estou com fome.
— Puta merda. Você ficou maluca? — ele deu um tempo trágico ao silêncio seguido. — Plena segunda feira, sai para beber com amigos — ele entortou a boca para dizer aquela palavra. — e ainda... Ficou na delegacia?
— Não. Acionei meu advogado.
Coisa que deveria ter feito lá atrás, um dia remoto quando ele a jogava dentro de um Labace.
A expressão de Sharker era de frustração mesmo, olhos arregalados e boca curvada e pretensiosa.
— Comportamento de amador imbecil.
Nossa! Pegou pesado com ela.
— Nunca mais faça isto. E o risco que correu! Sabe quem bateu em seu carro, Cristine?
— Não... Podemos sair daqui? — usou um tom baixo, com receio dos movimentos alheios. — Estamos chamando a atenção.
— Sabe quem fez isto? — ele ignorou. Uma mão agora, apertou seu braço porque era para prestar atenção somente nele.
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SOB SEU DOMÍNIO II - Da Loucura à Conquista
RomansaSeduzida pelo mundo de sensualidade e prazer que Sharker apresentou, Cristine Brandt se vê envolvida e cada vez mais atraída. Agora era a garota hardcoriana dele. Submeteu-se ao mundo de Roland Sharker num relacionamento consensual à base de mal...