O beijo do sol era tão romântico e Cristine o recebeu logo pela manhã e já saltou da cama sorridente e feliz. Porque agora tinha gravado em sua mente o número restrito do rádio de Sharker. E ele propôs que se falassem ao menos duas vezes na semana. Nossa! Imagine se ele fosse romântico-normal. Ela ia estar casada com ele. Que ridícula grau três.
A quinta de sol passou muito rápida.
Visitaria o gerente do banco juntamente com o pai para uma reunião sobre o capital necessário para o início da filial no Brooklin e também informações sobre as ações que teriam que poupar para a nova corretora.
O dia começou bom, mas ela ainda sentia aquele friozinho na barriga ao imaginar que outrem — o irmão de Linda — comandaria a filial. Algo que ela e o pai iniciaram juntos, e que investiu a maior parte da herança que recebeu de seu avô Chlaus Brandt. Com orientação do doutor Vanck já amigo do pai na época, porque o pai de Vanck era amigo de Jhoel, ambos entraram com cinquenta por cento cada e o que restou ela poupou. Nem era assim, uma grande fortuna, mas talvez o suficiente para garantir um padrão de conforto. E ela nem era de esbanjar.
Em meio a cafezinhos e água mineral, os três conversaram e ela tinha vinte e dois anos, quase vinte e três e não era ignorante ou inocente naquele meio. Pelo contrário, seu avô era muito controlador e ensinou o modo mais fácil de poupar: não gastando o que tinha. E ela aprendeu direitinho porque Chlaus passou metade da vida trabalhando como gerente de banco, e lhe ensinou a cartilha do empreendedor.
Era como ele sempre dizia.
— Cristine, quinze por cento não é nada. — o gerente falou avaliando a documentação á sua frente, por debaixo dos óculos de grau, erguendo a cabeça onde lhe faltavam alguns fios lá do alto.
Nem se incomodava mais com o comportamento do senhor Lamber todas as vezes que se direcionava a ela, como se não gostasse de negociar com mulheres. Ou jovens mulheres.
— Não vou investir mais que isso. É a orientação do meu advogado.
Jhoel respirou resignado.
— Quando o Vanck lhe deu esta orientação, filha?
Filha era quando ele estava muito bravo.
— Ontem mesmo, pai. É arriscado investir mais do que isso, levando em conta a capital de giro equivalente ao proposto.
— Desde quando? Querida, vamos investir setenta por cento. Nem é tanto assim.
— Setenta por cento eu e você. Se avaliar individualmente, cada um deve entrar com quinze. Daí nem é cinquenta no final e não vamos arriscar alto.
Jhoel passou os dedos nos cabelos. Suava na testa e nas axilas, e era evidente pela sombra úmida através da camisa cáqui de mangas curtas que ele usava.
— Cristine, não vão usar a renda atual da imobiliária. É dinheiro investido há doze meses para esse fim.
— Dinheiro é dinheiro. — ela revidou sustentando o olhar astuto de senhor Lamber. — Não importa de onde vem. — continuou teimosa, a face corada de quem vai discutir e defender aquela opinião até a morte.
Houve silêncio.
— São quarenta por cento retirados deste investimento. Sem a garantia de nada.
— Começamos isto sem garantia, Cris. — Jhoel lembrou inconformado.
Ela engoliu seco. Tomou a água no copo bonito de vidro limpo e transparente, e respirou. Sentia que também suava, e seu rosto estava afogueado pelas decisões. Ela não era tão tangente nos negócios, o único problema, estava em dar de mãos beijadas a filial para um desconhecido, que nem era da família.
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SOB SEU DOMÍNIO II - Da Loucura à Conquista
RomanceSeduzida pelo mundo de sensualidade e prazer que Sharker apresentou, Cristine Brandt se vê envolvida e cada vez mais atraída. Agora era a garota hardcoriana dele. Submeteu-se ao mundo de Roland Sharker num relacionamento consensual à base de mal...