Capítulo 19

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Seus olhos partiram para Sharker. Em pé, o tempo todo encostado no batente da porta. Estava lindo com uma calça de moletom e só. Nada mais. Braços cruzados sobre o peito e olhos curiosos e intensos. Levemente estreitos para ela. Sua mente se perguntou em que momento ele se vestiu.

— Minha mãe... — Cristine começou a explicação. — Vai promover um evento no Sex Shop sábado.

— É mesmo? — ele ergueu os ombros, demonstrando interesse. Ou não.

— Está lançando um produto que ela mesma criou.

Devia se sentir orgulhosa mesmo, mas o que conseguiu foi murchar a voz e encolher os ombros.

— E o que é?

Cristine corou. A boca se mexendo fechada de um lado para o outro.

— Um masturbador.

Ele enrugou as sobrancelhas surpreso.

— Interessante.

Mega.

— Você quer ir? — Sharker perguntou num tom seco.

— Eu tenho que ir.

— Entendo. — ele mudou de posição, os braços caindo pelo corpo e deu dois passos. — Ok, sábado então. Como vamos fazer sexta?

Af! Ele usava um tom baixo e por dentro pareceu que explodiria a qualquer momento. E aquele olhar? Era pura lança em sua direção.

— Eu, eh... não sei.

Porque como iria para Oak Park na sexta e no sábado partir para quase quatro horas de voo até Miami, pensou murchinha. Além de cansativo ainda seria inviável porque nem valeria à pena. Apesar de que sempre valia à pena ficar com Sharker.

Nem soube responder, por isso ficou entre analisar seu celular em sua mão.

— Porque eh, tenho que estar lá entre sete e oito da noite.

O que significava que devia ir embora lá pelo meio dia da casa dele dependendo do horário do voo. Sim, seria muito cansativo.

Ele não disse mais nada, balançou a cabeça concordando. Mas viu que Sharker queria gritar porque seus planos saíam errado e ele não gostava de ser contrariado. Mais uma vez, deveria escolher entre os pais, certo?

Certo. Primeiro o pai e agora a mãe. Sim, definitivamente, fazia escolhas corretas.

— Mas eu vou querer ver você, Cristine. — ele disse. Simplesmente. — Além do mais, não quero que fique sozinha por aqui ainda. Então, vá na sexta á tarde para casa.

Para casa. Para a casa dele. Porque soava tão... íntimo e casual?

— Mas não tem muito sentido por que...

— Vá na sexta. Já disse, não quero que fique aqui. Depois do sequestro de sua mãe, você corre perigo.

— Como pode saber? — Indagou alarmada.

Era como se soubesse de alguma coisa. Mas Sharker era experiente, certamente que agia preventivamente.

— Caralho! — ele socou o ar. — Não sei. Se soubesse você nem estaria mais aqui. É algo que estou alerta e você também deveria estar. Eu titubeio e lá está você, como se nada tivesse acontecido. Porque faz isto?

SOB SEU DOMÍNIO II - Da Loucura à ConquistaOnde histórias criam vida. Descubra agora