Capítulo 4 - Guarda Compartilhada ❣️

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Quando o carro freiou, Shirlei e Felipe foram automaticamente jogados para frente. Preocupado com o que poderia acontecer com Shirlei, instintivamente, Felipe esticou o braço para protegê-la de bater a cabeça no para brisa.

- Cê tá bem? - Felipe perguntou, aturdido, e ainda com o braço esticado. - Se machucou?

Antes de responder, Shirlei mirou o braço dele para em seguida levantar o rosto para encara-lo. Então seus olhares se encontraram.

- Não, eu tô bem, mas e o cachorrinho... - Pausou, pois a troca de olhares foi tão intensa que praticamente fez com que Shirlei se esquecesse do que ia dizer. Engoliu a seco para disfarçar. - ...Será que se machucou?

Felipe também demorou um pouco para se recompor e mais ainda para retirar o braço.

- Não sei... Melhor eu ir lá ver. - Disse Felipe, enquanto retirava o cinto e abria o carro. - Já volto.

Quando Felipe bateu à porta do carro, percebeu que a rua estava deserta, apesar da iluminação de algumas poucas casas por perto. O bairro era um pouco perigoso para que eles ficassem lá por muito tempo, então para sua própria segurança e de Shirlei seria melhor ser rápido. Primeiramente, olhou na lateral esquerda do carro. Nada. Nenhum sinal. Mas foi quando olhou para lateral direita, que conseguiu avistar um pequeno animal jogado na calçada, ganindo de dor. Sem pensar duas vezes, correu até ele e se agachou para se certificar de suas condições. Aparentemente estava com uma patinha quebrada e sangrava um pouco pelo focinho.

- Calma, cara , eu vou te ajudar. - Felipe falou, passando a mão pelo pêlo do animal, que respirava ofegante. - Só ainda não sei como. Mas eu vou dar um jeito, eu prometo, tá?!

- Tadinho, deve ter machucado a patinha. - Um voz falou, pegando Felipe completamente de surpresa.

Felipe levantou a cabeça e avistou Shirlei de pé, olhando para o cachorrinho, os olhos marejados, e os braços cruzados como que se protegendo do frio.

- Ow, Shirlei, tava aí? - Felipe perguntou, a expressão preocupada. - Nem tinha te visto. Melhor você entrar no carro. A rua aqui é perigosa e tá um pouco frio aqui fora.

Shirlei sorriu com ternura, mas em vez de obedecer, ela se agachou e começou a fazer carinho no cachorrinho.

- Nada disso, seu Felipe. Eu vou ficar bem aqui. Vai que o senhor precisa de mim! - Deu um sorriso matreiro, arrancando um sorriso de admiração de Felipe. - O senhor já tem alguma ideia do que a gente pode fazer?

- Pior que não. - Respondeu ele, frustrado. - Você por acaso conhece algum veterinário por aqui por perto?

Shirlei balançou a cabeça, negando.

- Não. E já tá ficando um pouco tarde. Será que a gente ainda encontra algum que atenda a essa hora da noite?

- Acho que não, né? A não ser que... - Felipe pausou, pensativo. - Shirlei, eu acho que.... eu não tenho certeza, mas... não custa nada tentar. - Shirlei não entendeu nada, até vê-lo sacar do bolso o celular e rolar a barra de sua agenda telefônica, apertando em um número qualquer. Então após algum tempo em silêncio com o celular no ouvido, ele finalmente falou: - Oi, Marina. Desculpa te ligar a essa hora... não, num é nada com a peripécia não, pode ficar tranquila. Então, tô te ligando porque uma vez cê me disse que teu namorado é veterinário... Felipe deu uma risada meio sem graça - Shirlei começava a entender - Pois é, Marininha, tô precisando de um favorzão seu! É que um cachorrinho acabou de ser atropelado e eu acho que ele quebrou a patinha, aí será que num tinha como o seu namorado dá uma olhadinha nele? Eu sei que tá muito tarde, mas... Tinha??? Ow, Marina, cê nem sabe o favor que cê tá me fazendo... Não. Ele num é meu não. Ele é de uma amiga... uma amiga muito querida. - Felipe encarou Shirlei, que baixou a cabeça, envergonhada. Porque por mais que tudo aquilo fosse uma grande mentira, era Dela que ele estava falando. - Ah... sei, sei... Eu acho que eu sei onde fica essa clínica sim. Mas pode mandar a localização por mensagem se quiser porque aí se eu não conseguir achar, eu coloco no GPS e chego lá em no máximo... - olhou o relógio de pulso - uns vinte minutos, pode ser? Caramba, Marininha, fico te devendo essa! Abraço! Boa noite. - Despediu-se e apertando um botão, desligou o celular.

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