Capítulo 49 - Não me deixa ❣️

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Uma hora e meia depois, Felipe estacionou o carro em frente ao local mencionado na mensagem mandada por Humberto. O percurso fora facilitado pelo GPS e por algumas informações fornecidas pelo irmão de Shirlei que conhecia Santiago como a palma da mão. Claro que ele teve de esconder o real motivo pelo qual estava pedindo aquele endereço. Entretanto, desconfiado, Giovanni disse que se ele não voltasse em no máximo três horas, chamaria a polícia; sua desculpa foi que o bairro de qualquer forma era um tanto quanto estranho e perigoso. Sem remédio, Felipe teve de concordar e bem lá no fundo achou até bom, afinal, não sabia até que ponto o tal Raoni estava disposto a ir.

Pelo retrovisor de teto, deu uma olhada no local. Tratava-se de um galpão abandonado com no máximo três janelas, algumas até quebradas que ficavam no alto. Com um único e grande portão. Engoliu a seco e crispou os olhos a procura de alguém por ali perto. Nada. Ninguém. Aquele lugar era realmente perfeito para um crime se assim Raoni o quisesse e pretendesse.

Para se sentir um pouco menos nervoso, esticou o braço e ligou o rádio. Uma música lenta e agradável ecoou em seus ouvidos, fazendo-o lembrar de todos os momentos vividos com sua princesa, desde o momento em que a conhecerá até o dia de hoje, quando disse a ela que estava em indo em busca de seu "Felizes Para Sempre".

"Eu to na preguiça que sempre te dá
Quando olho no relógio já passou das 6
Eu tô na play list do teu celular
Escondido na história da música 3
To no teu reflexo no espelho
No teu travesseiro, sonho e pesadelo
E quando acordar, eu tô aí
Mesmo sem estar
Tô naquela fome louca de manhã
Na vontade de comer besteira no café
Tô naquela blusa que eu sei que é azul
Só pra me irritar insisti em dizer que não é
Tô na solidão do elevador
Do teu cobertor, no filme de amor
Seja onde for, eu tô aí
Mesmo sem estar
Saiba que eu sempre to aí
Saiba que eu sempre tô aí
Mesmo sem estar
Que tal apostar
A gente não se fala mais por um mês
Você vai ver
Que o tempo não muda nada, nada"

Quando a música terminou, Felipe estava em prantos, chorando como uma criança, soluçando mesmo. Não porque a música se parecia totalmente com eles. Não. Mas porque ele se lembrou do momento em que eles passaram um mês separados; do quanto fora doloroso passar tanto tempo separado Dela. Do quanto ela se tornou uma parte importante dele, um pedaço dele, e porque não dizer o ar que ele respira. Cada lágrima Dela, nesse tempo em que ficaram juntos ou separados, ele sentiu na alma. E cada sorriso era como se uma estrela nova em seu coração voltasse a brilhar. Se isso não fosse amar alguém com tudo que tinha, o que seria?

Por ela, ele teve certeza ali sentado naquele carro, chorando como um menino e passando as mãos no cabelos, seria capaz até mesmo de...de... de... Morrer. Concluiu, temeroso, pois naquele segundo uma dor lancinante começou a tomar forma em seu corpo como se estivesse tendo um pressentimento ruim. E pela primeira vez na vida teve medo... Não de morrer por ela, mas de imaginar que ela sofreria com sua perda. Pensando nisso, pegou o celular e começou a escrever algo que a confortaria caso isso acontecesse, as lágrimas molhando o visor a cada vez que seus dedos trêmulos teclavam.

Quando terminou, enxugou suas lágrimas com as costas das mãos, guardou o celular no porta luvas, já aproveitando para pegar algo que jamais imaginou usar alguma vez em sua vida.

Uma arma calibre 32.

Saiu do carro. Guardou a arma cuidadosamente nas costas, no cos da calça, cobrindo-a com a camisa e rumou para o galpão. Chegando lá, foi para a lateral onde avistou a janela mais baixa. Pegou uns barris, amontoando-os um em cima do outro e subiu por cima deles até dar vista à pequena janela fosca. Devagar para não fazer barulho, e com bastante esforço, Felipe abriu a janela que mais parecia estar emperrada.

Ansioso e confuso, Felipe começou a olhar  o interior do galpão que era tão sinistro como o lado de fora ou mais, pois a iluminação era pouca e o lugar era imundo e repleto de entulhos. Então seus olhos percorreram todo o local até, para sua imensa surpresa se depararem com ninguém menos que...

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