Forcei os olhos a abrirem, mas minhas pálpebras pesavam como se fossem feitas de chumbo ou de algo de igual peso. Com um pouco de esforço consegui abri-los, pisquei algumas vezes para que os contornos do local onde me encontrava entrasse em foco. O lugar estava iluminado pelos raios solares que entravam pela janela. O quarto parecia muito com o que estava hospedada na casa de Sky; porém não lembrava desse bip irritante perto de mim. Talvez isso signifique que de alguma forma ainda estou viva, a morte não pode ser tão barulhenta.
Conforme a sensibilidade retornava a meus membros dormentes, senti o desconforto de uma agulha intravenosa em minha mão e um tubo saindo de meu nariz. Vários outros fios estavam ligados a mim, em uma reação instintiva tentei arrancá-los e me livrar da sensação incomoda.
- Não. Nada disso. - Dedos longos seguraram minha mão.
- Sky? - Virei à cabeça encontrando com o rosto belo dele. Ele estava sentado em uma cadeira do lado esquerdo da cama, por isso não o vi ao acordar. - Ah Sky... Eu... Eu... Tive tanto medo. - O coração acelerou fazendo a máquina bipar loucamente.
- Shhhhh, calma, está segura agora. - Respirei fundo tentando fazer o ritmo cardíaco desacelerar.
- Como vim parar aqui? Não consigo lembrar direito. - As lembranças estavam um caos. Alguns fios de memória dançavam aleatoriamente em minha cabeça.
- Eu a trouxe... Foi por pouco que... Se tivesse demorado alguns segundos a mais... Desculpe-me.
- Você não teve culpa. - Queria desesperadamente dizer-lhe o quanto estou grata e levar embora a culpa estampada em suas feições e voz. - Salvou minha vida mais uma vez, obrigada Sky.
- Não há de quê. - Ele repousou a mão sobre a minha. Um ato tão simples; mas suficiente para fazer o monitor cardíaco enlouquecer loucamente com meus batimentos acelerados não podia ser menos constrangedor.
- Por quanto... Tempo fiquei fora do ar? – Pigarreei tentando disfarçar a vergonha.
- Uma semana. - Arregalei os olhos.
- Ok. Posso desistir da escola. Uma semana sem assistir aula é o mesmo que decretar meu fracasso estudantil. - Gemi consternada.
- Não conhecia esse seu lado dramático. - Tive vontade de bater nele. Como podia achar meu desastre acadêmico ser divertido? Emburrada olhei para janela. - Mady, olhe para mim. - A contra gosto obedeci. - Os bombeiros fecharam a escola por tempo indeterminado, aparentemente as fundações do prédio foram bastante danificadas.
- Então... Não estou ferrada?
- Não. - O imortal parecia está segurando o riso.
- Que alívio. - Tomada por uma coragem desconhecida sustentei o olhar dele. O rosto perfeito estava marcado por olheiras profundas e escuras. Pela primeira vez em toda minha vida senti raiva de verdade. Raiva pelos responsáveis por trazer sofrimento tanto para mim, quanto para ele.
- Deveria descansar. - Consegui dizer.
- Estou bem Mady. - Ele parecia resignado como se já tivesse tido essa conversa mais de uma vez. - Conversei com Edward... - Está tentando mudar de assunto. Estreitei os olhos mostrando que havia percebido a intenção dele e fui ignorada com sucesso. - E concordamos que você precisa ser preparada. Vamos ensiná-la a se defender e mostrar como usar seus poderes de guardiã.
- É. Já chega de ser saco de pancadas. - Preparei minha jogada. - Mas quem vai me treinar?
- Eu e Edward. É claro.
- Hum... - Os olhos azuis desconfiados pairaram sobre mim, não permiti que isso desviasse minha linha de raciocínio. - Você? - Queria que minha incredulidade parecesse verdadeira.
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Guardiões Vol 1. (Em Revisão)
FantasyCom certeza você já se perguntou se está só no universo, se a humanidade é a única raça pensante, e a reposta é simples: Não pense demais, isso só te fará ver o que não deve, e dificultar o meu trabalho. Quem sou eu? Sou o que chamam de guardião, um...