Capítulo 06

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N/A  Voltei


Eu cavalgava no mesmo cavalo que minha mãe logo atrás do Duque Jauregui, o Brasão da sua genealogia reluzia atrás de sua capa azul marinho. Jauregui, eu sabia que Cabello era original da Espanha assim como Jauregui, achava engraçado, quer dizer então que talvez nossos tataravós moravam no mesmo lugar, ou antes disso... Mama me contava tudo o que sabia sobre a nossa origem, apesar de meus bisavós terem vindo do Novo Mundo, nós éramos descendentes de espanhóis, e eu até sabia falar algumas palavras em espanhol, será que a filha dele sabia falar espanhol? talvez eu pudesse ensina-la o que eu sei...


- Está tudo bem? - Mama sussurrou ao meu ouvido, acenei que sim - Quero que você fique perto de mim o tempo todo, e não converse com ninguém, tudo bem?


- tudo bem Mama... - concordei. não era como se eu fosse chegar lá e ser simpática com todos de todo jeito.


Aparentemente o Senhor de capa azul tinha vindo sozinho, e ao julgar pelo horário, escondido... Cavalgamos por algum tempo até eu poder ver o topo da enorme mansão, contei doze janelas coloniais apenas em sua frente, três de um lado da grande porta, três do outro, e mais três acima de um lado e de outro.


A Lua iluminava boa parte do jardim, mas eu não pude me atentar aos detalhes, Mama desceu do cavalo me ajudando em seguida, um homem alto e magro estava a espera do Sr. Jauregui, foi ele quem abriu a porta da grande casa.

- Por favor, me sigam - Michael falava com a respiração acelerada, será que o estado da sua filha era tão deplorável assim? quanto desespero.


Subimos dois lances de escadas e andamos por alguns corredores, eu acho que não saberia voltar sozinha. Michael parou em frente a uma porta de madeira maciça completamente trabalhada em desenhos e envernizada. 

Ele olhou para mama e seus olhos eram suplicamentes.

- Pode fazer qualquer coisa, mas salva minha filha - e assim abriu a porta. - o quarto, bem maior que minha própria casa, estava bem iluminado com candelabros e lamparinas, ao centro uma enorme cama e lençóis de seda acomodavam um frágil corpo, pude observar no canto do quarto uma mulher muito bem vestida ao lado de duas servas que nos encarava com expectativa.- Salva minha filha - ela sussurrou.


Acompanhei mama que se aproximava da cama e pela primeira vez pude colocar meus olhos na garota. Ela parecia ser mais alta do que eu, seus olhos estavam fechados e ela parecia com dor, sua pele branca estava avermelhada, suas bochechas mais ainda, denunciando a febre alta, seus lábios cheios estavam secos e descascando, ela gemia, e balbuciava coisas sem sentido, realmente, ela estava muito mal. - Camila, pegue os panos - mama me disse e eu prontamente corri até a bolsa e peguei alguns - preciso de uma bacia com água - ela disse mais alto e uma das servas saiu do quarto.Vi mama puxando as cobertas e tirando as roupas de baixo da garota, eu estava muito curiosa para saber a extensão e o estado da ferida. cheguei perto de mama com os panos e corri meus olhos pelas coxas grossas e pálidas da garota.- Mama, isto está mal - sussurrei para mama.- Sim, muito mal.... - a voz de Mama era firme, ela estava determinada a salvar aquela garota.


A Ferida estava muito infeccionada, eu sabia que aquela cor roxo escuro, escurecendo gradativamente não era nada bom, boa parte da coxa estava vermelha e eu aposto que ela tava sentindo muita mais muita dor.


- Mama, vai ter que cortar? - sussurrei já tendo uma ideia do que deveria ser feito.


- Sim, mas antes vamos coloca-la para dormir - meus olhos brilharam em expectativa, ver Mama em ação era a minha atividade favorita.


Observei Mama levantar a garota um pouco, ela estava testando seu peso. Vi seu olhar cair sobre mim e meu coração acelerou, seria agora.


A ação iria começar.

ATHAMEWhere stories live. Discover now