Conversas

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POV KATNISS

-Não é certo, você vai me encrencar, príncipe.

-Sou o único que pode te tirar de lá também.

-Errado, seu pai sim. Você não!

Suas orbes azuis rolam a contragosto, tomo uma bela quantidade de suco antes e levantar. Vou até a frente de um espelho, estou péssima.

Cabelo embaraçado, roupa suja e rasgada, pele imunda.

-Por que não me disse que estou horrível?

Ele sorri enquanto bebe seu suco, engole e recoloca o copo na mesa.

-Pra mim você está bonita.

Não levo como um elogio, somente bufo tentando arrumar meu cabelo.

-Não tem graça!

-Não estou brincando!- essa simples frase faz meu coração acelerar, minhas bochechas coram radicalmente.

-Posso pegar uma escova da minha mãe pra você, se quiser.

Agora já é demais, viro sendo atingida por uma mecha de meu cabelo, o jogo pra trás ouvindo sua risada.

-Por que está sendo tão gentil com uma desconhecida?- ele abre a boca, mas o impeço de falar.
- Você disse que sou maluca, e mesmo assim me trouxe ao seu quarto. Por que, Peeta?

Ele limpa as mãos e a boca, levanta vindo.

-Sabia que iria perguntar isso.

-Me responda então.- cruzo os braços, vendo seu olhar rodar.

-Quero treinar pra tratar bem minha futura esposa!- quase despejo meu café no chão, mas sua risada vem me tranquilizando.
-Não é você, está maluca?

-Jamais pensei que fosse, tenho um noivo!- deixo bem claro, mas sua boca pende pro lado, num bico perigoso.

-Hum, tudo bem. Vai querer a escova ou não?

-Não. Tenho que voltar pra cela!- digo fazendo uma trança qualquer, pego um pouco da água que fica numa bacia e passo por meu rosto, Peeta me entrega sua toalha, pego secando.
-Obrigada.

Ele somente sorri, vai trocar de roupa enquanto observo o céu por sua janela.

Sinto saudade de minha família, meu quarto, minhas criadas. De ir a floresta, comer maçãs que colho no pé, tomar banho de cachoeira.

Quero ir pro meu mundo.
Mas lembro que nele Peeta não existe. Um aperto aparece em meu peito, por que me sinto assim?

18 anos vivi sem conhecê-lo, não será 2 dias que passamos juntos que irão mudar isso.

-Assim que levá-la, procurarei meu pai. Ele vai soltá-la, certo?- afirmo, alisando meu corpete sob o tecido azul de meu vestido.

Peeta abre a porta, vê se o caminho está limpo antes que eu saia.
Estamos atravessando um corredor lateral ao salão onde o rei e a rainha tomam café, me escondo atrás de uma grande tapeçaria costurada, esperando Peeta me chamar com a mão.

Ele volta, ergue a mão. Saio dando passos silenciosos até ouvir o tilintar da armadura dos guardas atrás de nós.

Rapidamente Peeta segura meu braço, o aperta me fazendo dar um gritinho e ficar na ponta dos pés.

-Alteza, essa garota fugiu...

-Eu sei, a encontrei tentando correr. Vou levá-la para a cela.

-Nós fazeremos isso.

O Outro ReinoOnde histórias criam vida. Descubra agora