Avanço

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POV KATNISS

Acordo manhosa, sei que é difícil acordar cedo num sábado, mas preciso me esforçar se quiser chegar na hora da visita.

Tomo um belo banho, combatendo o calor infernal desse Rio de Janeiro. Deixo meu cabelo apresentável e ate o enfeito com uma faixa, mas o óculos atrapalha um bocado.

Alimento meus peixes antes que esqueça e os mate de fome, me alimento e vou pro ponto de ônibus.
Uns minutos e logo desço, caminho alguns metros adentrando o hospital.

-Bom dia, Katniss.
Hora extra?

-Não, só visitante.

-O mesmo paciente?- confirmo, vendo-a conter um sorriso torto.

Anexo a etiqueta na parte superior da minha blusa e sou liberada pra entrar, ao abrir a porta do quarto me deparo com minha chefe e também do setor.

-Ola, Effie.- coro com seu olhar atravessado, ela logo sorri voltando a anotar algo no prontuário dele.

-Bom dia.

-Como você está?- aproximo da cama, vendo-o sentado.

-Estou ótimo, morena.

Assusto com o riso estridente que ela da, nada disfarçado.
Nós a encaramos, esperando uma explicação.

-Desculpem, minha garganta está horrível.

Depois de um tempo no total silêncio, o único barulho é o da caneta passando rapidamente no papel.

-Katniss, posso falar com você?

Saimos do quarto, logo penso que levarei outro fumo.
Ninguém merece essa mulher, parece um cão de guarda ao meu redor.

-Estou te obedecendo, so o visitando quando permitido!

-Sei disso, querida.
Mas preciso lhe informar que o paciente vai receber alta.

-Não!- a palavra sai de minha boca antes que eu possa pensar.
É tão altomático quanto a careta que devo estar fazendo.

-Ele ja esta recuperado.

-O cara não sabe o próprio nome!- levo os dedos a têmpora e esfrego, penso em uma solução.

-Não posso fazer nada sobre isso, lamento.

Antes que ela possa virar as costas, seguro sua mão, não tendo a certeza se essa é a melhor coisa a se fazer.

-Eu me responsabilizo.

Ela puxa os lábios, num sorriso pequeno mas revelador.

-Katniss...

-Não vou deixar meu paciente ficar jogado no Rio de Janeiro sozinho, com uma forte amnésia.

-Vai hospedá-lo na sua casa?

Puxo o ar antes de afirmar, sabendo que é um passo gigantesco que estou dando na nossa recente amizade.

-Posso ficar com ele e dar todo o suporte.

-Isso é uma paixão forte!- ela sussurra, crente que não ouvi. Se enganou, pois cruzo os braços fechando a cara.

-Como é?

-Oh nada, tenho a mania de pensar alto.

Ela me faz assinar os papeis, é mais facil pois o loiro é adulto.
So fico na responsabilidade de moradia, atendimento domiciliar e auxílio.

Voltamos pro quarto, vejo-o de pé saindo do banheiro. Os cabelos penteados, uma roupa que o hospital deve ter disponibilizado e um bonito sorriso.

O Outro ReinoOnde histórias criam vida. Descubra agora