clareira

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Jimin colocou seu braço na frente dos olhos e suspirou. O sol estava especialmente forte aquele dia. Em meio as flores altas da clareira, ele podia ouvir os sussurros baixinhos das ninfas, escondidas atrás das árvores do bosque.

Um vento forte remexeu seus cabelos rosa-pálidos, uma herança de sua mãe. Fazia tempo que não a via, estando ela preocupada demais remexendo as vidas patéticas dos mortais. Jimin suspirou de novo e inspirou pesadamente logo a seguir. A clareira estava cheirando a jasmim de forma quase enjoativa e ele sabia o que isso queria dizer.

— Eco?

Uma risada aguda soou perto dali. Coçando os olhos, ele preguiçosamente se sentou, com as pernas cruzadas e as costas curvadas.

— Boa tarde, príncipe. — disse a ninfa, sentando-se a sua frente. Hoje, ela ostentava uma coroa de rosas brancas no cabelo loiro, que caia como uma cortina pelas suas costas.

Jimin riu com uma expressão de desprezo e voltou a se deitar.

— Eu não sou nenhum príncipe.

— Por que negas sua herança, príncipe do amor e da beleza? — a ninfa disse, descansando sua cabeça em sua mão, com uma expressão preocupada — Afrodite está preocupada. Ares também. Zeus, todos estamos. Você vai fazer dezesseis anos, príncipe.*Já deveria ter descido ao mundo dos mortais.

Jimin riu sarcasticamente.

— E fazer o que? Me tornar um herói? Queres que eu lute como Aquiles, Héracles, Perseu? Eco, estranho-te. Venho de berço fútil e belo. Não fui criado para lutar. — ele se sentou repentinamente e encarou a ninfa - Eco, não tenho paixão para lutar. Prefiro ficar aqui, nos bosques do Olimpo e preservar ninha beleza e juventude. — ele riu e se deitou de novo, resmungando — Imagina, desperdiçar um rosto lindo como o meu em batalha?

Eco fez um biquinho infantil e se levantou, limpando seu tradicional vestido branco e apertando os braços contra a fina cintura, assumindo uma pose irritada.

— Então casas-te comigo! Se não quer lutar, então fique aqui. Jimin... - ela hesitou - Não. Não usarei esse nome mortal. Narciso, venha a se tornar um servo da natureza também. Se não comigo, com outros. Todos os deuses, as ninfas, os sátiros, os mortais, homens e mulheres, todos desejam-te! Eu...

— Eco! — ele a interrompeu, se levantado com um pulo — Não entende? Eu não te amo. Nem a você nem a ninguém neste ou em outro mundo. Vocês não merecem meu amor — cuspiu estas palavras, como veneno — Sou eu, único merecedor da minha própria perfeição. Os deuses me moldaram de acordo com seus desejos e carrego comigo a beleza de Afrodite, minha mãe, única cuja beleza consegue se igualar a minha. Eco, sou perfeito, e em minha perfeição, nego-os, vocês, seres imperfeitos, do privilégio de serem amados por mim.

Ele viu Eco tremer levemente, as flores de seu cabelo escurecendo e seu maxilar se contraindo. Então, ela encarou Jimin e sorriu.

— Gostaria de poder me irritar contigo, meu príncipe. Mas estás certo. És perfeito demais para receber meu ódio. Esperarei por você. Insistirei. Filho de afrodite não pode morrer sem amor. Ai de me amar ainda um dia. — Então, se virou e caminhou até a margem do bosque, aonde as ninfas haviam finalmente se calado.

— Eco! — ele chamou, fazendo-a parar e se virar, com um olhar esperançoso. — Não morrerei sem amor. Eu me amo, Eco, de um jeito que nunca amarei ninguém.

*o tempo no olimpo passa diferente. Lá ele tem dezesseis anos mas no mundo mortal tem alguns milênios. As idades não são relevantes para a história por isso não vou aprofundar essa questão do tempo por que tem MUITA coisa nessa história rs preparem os cus

NARCISO | MYG + PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora