NARCISO | MYG + PJM

lagoa do espelho

e aí gente! leiam black box porr favorrr. anyways, aproveitem esse capítulo pra se recuperar do que aconteceu no anterior hehe

Era uma perfeita manhã de primavera. O orvalho trazia cheiro de flores frescas e a brisa balançava a copa dos pinheiros. O bosque estava bem iluminado, o sol rompendo as folhas baixas e iluminando o ainda úmido chão de terra. Jimin havia acordado cedo e fugira do castelo antes que animação exagerada tomasse ele: a volta dos heróis e um novo deus haviam tornado o Olimpo um caos.

— Narciso. - uma voz solene soou. O som de cascos amassando a lama se tornou mais próximo.

— Sátiro - Jimin saudou de volta.

— Para onde vais? De onde vens? - perguntou o homem meio bode, se sentando ao pé de uma árvore, mascando um pedaço de capim.

— Fazes perguntas complicadas - respondeu o semideus - para respostas simples. Venho do palácio, para o bosque.

— Por que vens para o bosque? Aqui pode machucar seu rosto.

Jimin o encarou, ponderando se ele estava debochando, mas a feição curiosa e despreocupada do sátiro não dizia nada.

— Venho ao bosque por que os ares florais fazem bem à minha pessoa. E também, por que alguém roubou meu espelho de cristal e preciso ver se Hermes o fez. Ele mora por aqui.

O sátiro mascou a sua grama mais um pouco, deixando Jimin sem resposta por um tempo.

— Uhm... - ele finalmente disse - se Hermes roubou, não vai querer devolver. Mas existe um lugar que eu acho que você iria gostar. Faz tempo que eu ouvi esta história e faz muito, muito mais tempo que ela aconteceu. A época em que o mundo ainda era pequeno e os grandes prédios estavam por construir. Um ninfa, de beleza absoluta, se apaixonou por um rei. Sua aparência etérea, de pele clara e cabelos azuis fez o homem se apaixonar de volta. Mas tendo com esse fato se tornado muito arrogante, ela insultou Afrodite - ele fez uma pausa e finalmente engoliu a grama - Sim, sua mãe. Foi até uma floresta, onde diziam ser o templo de Afrodite por falta de prédios, se sentou no meio das oferendas e, clamando ser a mais bela dos mortais e do Olimpo, tomou o posto de Afrodite. Irritada, e com razão, sua mãe transformou a ninfa em uma lagoa. Dizem que ela se via mais bela do que os outros a viam e por isso, essa lagoa mostra exatamente, sem nenhuma distorção, como você se parece.

— Quanta história sátiro. Eu só precisava de um espelho. - ele sorriu maliciosamente. Então seu sorriso se dissipou e ele encarou o amontoado de árvores que o cercava - mas por... curiosidade sabe, fins científicos, onde ficaria isso?

O sátiro sorriu e pegou um punhado de grama do chão.

— No mundo mortal.

Jimin engoliu em seco. Coisas novas não eram bem seu forte.

— Incomodas o filho de Afrodite, sátiro? - soou uma voz rouca e entediada em cima deles - tens histórias demais. Uma biblioteca com cascos.

Curioso, o semideus olhou para cima de onde a voz vinha. Perigosamente debruçado para baixo, sentado em um galho, estava Yoongi, com uma postura levemente infantil, como um criança durante uma travessura.

— Bom dia, senhor. - cumprimentou Jimin

O deus riu um pouco. Então, ele se enrolou precariamente em um cipó e se jogou, parando de cabeça para baixo, com os olhos na altura dos de Jimin.

— Senhor?

— Uhm - murmurou o Narciso. - és um deus não é? Eu não deveria te tratar com respeito?

O deus o encarou, estudando seu rosto por alguns segundos.

— Respeito. - ele riu - és Narciso. Não espero respeito de ti, cria da futilidade.

— Acha que isso me ofende? - respondeu Jimin - tenho orgulho da minha própria raiz fútil.

— Uma pena - respondeu Yoongi - você é verdadeiramente uma obra-prima estética. Se procurasses uma vida mais completa, poderia ser uma obra-prima de todos os modos.

Ele se curvou para frente e apanhou o cipó entre os dedos, desamarrou seu pé e deixou-se cair no chão.

— Encontrei Eco hoje - ele continuou, levantando-se - ela é muito interessante, talvez devesse lhe dar uma chance.

Jimin riu.

— Fora minha falta de amor pro todos, tenho uma especial falta de atração por mulheres. Genética e intelectualmente superiores? Talvez. Mas pouco atrativas.

— Mas como podes ter menos atração por mulheres, se já tens zero atração por todos?

— Como?

— Para teres menos, terias que ter alguma. Ou seja, para que tenhas menos atração por mulheres, tens que ter alguma por homens, ou por outro gênero.

— Pensas demais! Qual a necessidade de questionar tudo que digo? Mas sim, talvez eu tenha um mínimo de atração de algum tipo, em relação a homens.

Yoongi chegou mais perto dele e encarou o fundo de seus olhos. Então, soltou uma risadinha. O Sátiro continuava sentado ao pé da árvore, mascando um novo pedaço de grama que ele pegara como se fosse pipoca, assistindo a discussão.

— Então você gosta de homens huh?

— Eu não gosto de ninguém!

— Mas gosta mais de homens que mulheres.

— Sim.

— Então gosta de homens!

Enquanto eles discutiam o estranho assunto acaloradamente, os dois chegaram perto um do outro o suficiente para que seus narizes se tocassem com um movimento. Jimin saltou para trás, bufando frustrado.

— E tu, gostas de que?

— Eu gosto de todo mundo, independente do que tem entre as pernas.

— Então você gosta de mim! - Jimin exclamou, como que descobrindo algo incrível.

— Havia dito que não gostava por acaso?

O deus riu um pouco e subiu de novo no cipó, chegando ao galho e ficando em pé.

— Isso que estou fazendo se chama acrobacia aérea, um tipo de arte que inspirei um humano a criar. Deverias tentar, tens o físico.

Então, ele desapareceu entre as copas d'arvores, causando o sussurro das folhas com seu movimento.

— Vocês imortais são estranhos mesmo ein? - comentou o sátiro, que estivera ignorado. - bem, se se interessar pela lagoa do espelho, pergunte á sua mãe. Eu preciso ir.

Com isso, o sátiro saiu, deixando um levemente chocado Jimin para trás. Ele demorou a voltar do seu transe, ficando parado por muito tempo naquele bosque, mordendo o interior da boca e remoendo as palavras do deus.

"Havia dito que não gostava por acaso?"

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yoongi rei pansexual. brincadeira gente, não sejam dessas que ficam adivinhando sexualidade não.

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