Uma semana depois - Capítulo 12.

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Me deixaram em um casulo, mais morto que o normal. E se não houvesse dado certo? E se eu houvesse simplesmente morrido para sempre? Mas felizmente, tudo funcionou e eu já me sentia diferente.

O ar começou a circular pelos meus pulmões, eu sentia a raiva circulando em minhas veias, meu corpo começou a esquentar, eu me sentia mais forte, meu corpo estava mais forte e rígido. Comecei a me mexer dentro do casulo ainda com os olhos fechados, minha audição estava ainda melhor, ouvi pessoas falando ao fundo:

— Está na hora. Já são 20:00. Venham.

Começaram a abrir o casulo, tiraram toda a casca que havia em volta de mim, quando chegaram na minha cabeça, retiraram a casca e eu abri os olhos. Todos me olharam assustados, me espreguicei, levantei da maca, a Avó da Vênus me olhou e falou:

— Funcionou. Bem-vindo de volta.

A olhei e falei com a voz um pouco mais grossa que o normal:

— Por que estão me olhando assim?

A Hera pegou um espelho, me entregou e falou:

— Seus olhos...

Ao me olhar no espelho, vi que meus olhos estavam completamente pretos, que eu estava mais pálido e que meu corpo estava mais forte e gelado. Respirei fundo e voltei ao normal. Ao fechar os olhos, senti uma energia ruim, os abri e falei:

— Tem um inimigo aqui.

A Hera me olhou e falou:

— Sim, tem.

Ela mal acabou de falar e eu senti uma coisa estranha, mas ao mesmo tempo incrível. Meu corpo ficou parado, mas eu comecei a correr mais rápido que o normal, quase na velocidade da luz. Eu conseguia ver as pessoas e coisas ficando para trás, em câmera lenta. Ao chegar atrás do inimigo, eu parei e todos me olhavam assustados por eu aparecer lá "do nada" como num passe de mágica e pelos meus olhos estarem todo pretos. O olhei de costas e falei:

— Quem é você e o que faz aqui?

Era o Pitter, ele virou me olhou assustado e antes dele falar alguma coisa, peguei seu pescoço e o joguei na parede. O olhei e falei:

— Como se atreve a vir até aqui?

A Hera saiu do porão correndo e gritou:

— Owen, para. Ele veio ajudar.

O joguei em outra parede e falei:

— Ajudar no que?

Ele se levantou e falou:

— Vou ajudá-lo a destruí-los.

Senti os raios circulando meu braço e dessa vez, estavam mais fortes, o olhei e falei:

— Por que eu acreditaria em você?

Ele me olhou e falou:

— Porque eu sou vítima deles, metade de mim é Androide agora. Eu só sou humano da cintura para cima. Eu fugi de lá, pois queriam me transformar em Androide por inteiro, só iam utilizar minha cabeça. Sou o primeiro que eles criaram, mas sei que vão criar outros. E eu sei como cortar os efeitos dos dardos.

O olhei e falei:

— Prove!

Ele pegou um punhal que estava em cima da mesa, enfiou na perna e tirou. Não havia sangue na faca e ele não esboçou dor alguma no rosto. Ele colocou o punhal em cima da mesa e falou:

— Viu? E a bala é feita de uma planta nativa, ela se chama cactaze litium silvestre. O que corta o efeito dela, é o litium misturado com bromélia roxa.

Olhei para a Hera e falei:

— Vá até um dos cientistas e o traga até aqui, agora.

Ela afirmou com a cabeça, ele me olhou e falou:

— Você está diferente.

O olhei e falei:

— Acho melhor que esteja falando a verdade e que não esteja me enganando para conseguir alguma coisa. Porquê dessa vez você não vai perder o movimento das pernas, vai perder a vida.

Ele abaixou o olhar e falou:

— Pode acreditar em mim. Estou falando a verdade, vai ver.

Todos continuavam me olhando, sem entender como eu fui de um lugar para outro tão rápido. Algum tempo depois, a Hera chegou com a cientista principal da pesquisa, ela entrou e falou:

— Boa noite.

A olhei e falei:

— Do que é feita a bala e o que pode cortar seu efeito?

Ela me olhava assustada, respirou fundo e falou:

— Ela é feita de uma planta nativa CLS, ou seja, a cactaze litium silvestre. E estou desenvolvendo uma vacina de litium e bromélia roxa. Foram as únicas coisas que cortaram o efeito imediatamente.

Olhei para ele e falei:

— Muito bem, obrigado. Já pode ir.

Ela saiu e eu falei:

— Hera, você está responsável por ele. Se ele aprontar qualquer gracinha, quem vai pagar é você, está avisado.

Saí da casa, respirei fundo, voltei ao normal e comecei a caminhar até o alojamento. Estava faminto e cansado. Passei pela cozinha, comi tudo que havia por lá, entrei no quarto e tranquei a porta.

Fui para o banheiro, tomei banho, troquei de roupa, que por sorte, ainda coube. O bom, é que eu sempre gostei de usar roupas maiores, porque se eu usasse no tamanho normal, elas não iriam caber mais. Desliguei as luzes, deitei na cama, me enrolei e adormeci.


Meu pé de cerejeira branca - Livro II.Onde histórias criam vida. Descubra agora