Me deixaram em um casulo, mais morto que o normal. E se não houvesse dado certo? E se eu houvesse simplesmente morrido para sempre? Mas felizmente, tudo funcionou e eu já me sentia diferente.
O ar começou a circular pelos meus pulmões, eu sentia a raiva circulando em minhas veias, meu corpo começou a esquentar, eu me sentia mais forte, meu corpo estava mais forte e rígido. Comecei a me mexer dentro do casulo ainda com os olhos fechados, minha audição estava ainda melhor, ouvi pessoas falando ao fundo:
— Está na hora. Já são 20:00. Venham.
Começaram a abrir o casulo, tiraram toda a casca que havia em volta de mim, quando chegaram na minha cabeça, retiraram a casca e eu abri os olhos. Todos me olharam assustados, me espreguicei, levantei da maca, a Avó da Vênus me olhou e falou:
— Funcionou. Bem-vindo de volta.
A olhei e falei com a voz um pouco mais grossa que o normal:
— Por que estão me olhando assim?
A Hera pegou um espelho, me entregou e falou:
— Seus olhos...
Ao me olhar no espelho, vi que meus olhos estavam completamente pretos, que eu estava mais pálido e que meu corpo estava mais forte e gelado. Respirei fundo e voltei ao normal. Ao fechar os olhos, senti uma energia ruim, os abri e falei:
— Tem um inimigo aqui.
A Hera me olhou e falou:
— Sim, tem.
Ela mal acabou de falar e eu senti uma coisa estranha, mas ao mesmo tempo incrível. Meu corpo ficou parado, mas eu comecei a correr mais rápido que o normal, quase na velocidade da luz. Eu conseguia ver as pessoas e coisas ficando para trás, em câmera lenta. Ao chegar atrás do inimigo, eu parei e todos me olhavam assustados por eu aparecer lá "do nada" como num passe de mágica e pelos meus olhos estarem todo pretos. O olhei de costas e falei:
— Quem é você e o que faz aqui?
Era o Pitter, ele virou me olhou assustado e antes dele falar alguma coisa, peguei seu pescoço e o joguei na parede. O olhei e falei:
— Como se atreve a vir até aqui?
A Hera saiu do porão correndo e gritou:
— Owen, para. Ele veio ajudar.
O joguei em outra parede e falei:
— Ajudar no que?
Ele se levantou e falou:
— Vou ajudá-lo a destruí-los.
Senti os raios circulando meu braço e dessa vez, estavam mais fortes, o olhei e falei:
— Por que eu acreditaria em você?
Ele me olhou e falou:
— Porque eu sou vítima deles, metade de mim é Androide agora. Eu só sou humano da cintura para cima. Eu fugi de lá, pois queriam me transformar em Androide por inteiro, só iam utilizar minha cabeça. Sou o primeiro que eles criaram, mas sei que vão criar outros. E eu sei como cortar os efeitos dos dardos.
O olhei e falei:
— Prove!
Ele pegou um punhal que estava em cima da mesa, enfiou na perna e tirou. Não havia sangue na faca e ele não esboçou dor alguma no rosto. Ele colocou o punhal em cima da mesa e falou:
— Viu? E a bala é feita de uma planta nativa, ela se chama cactaze litium silvestre. O que corta o efeito dela, é o litium misturado com bromélia roxa.
Olhei para a Hera e falei:
— Vá até um dos cientistas e o traga até aqui, agora.
Ela afirmou com a cabeça, ele me olhou e falou:
— Você está diferente.
O olhei e falei:
— Acho melhor que esteja falando a verdade e que não esteja me enganando para conseguir alguma coisa. Porquê dessa vez você não vai perder o movimento das pernas, vai perder a vida.
Ele abaixou o olhar e falou:
— Pode acreditar em mim. Estou falando a verdade, vai ver.
Todos continuavam me olhando, sem entender como eu fui de um lugar para outro tão rápido. Algum tempo depois, a Hera chegou com a cientista principal da pesquisa, ela entrou e falou:
— Boa noite.
A olhei e falei:
— Do que é feita a bala e o que pode cortar seu efeito?
Ela me olhava assustada, respirou fundo e falou:
— Ela é feita de uma planta nativa CLS, ou seja, a cactaze litium silvestre. E estou desenvolvendo uma vacina de litium e bromélia roxa. Foram as únicas coisas que cortaram o efeito imediatamente.
Olhei para ele e falei:
— Muito bem, obrigado. Já pode ir.
Ela saiu e eu falei:
— Hera, você está responsável por ele. Se ele aprontar qualquer gracinha, quem vai pagar é você, está avisado.
Saí da casa, respirei fundo, voltei ao normal e comecei a caminhar até o alojamento. Estava faminto e cansado. Passei pela cozinha, comi tudo que havia por lá, entrei no quarto e tranquei a porta.
Fui para o banheiro, tomei banho, troquei de roupa, que por sorte, ainda coube. O bom, é que eu sempre gostei de usar roupas maiores, porque se eu usasse no tamanho normal, elas não iriam caber mais. Desliguei as luzes, deitei na cama, me enrolei e adormeci.
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Meu pé de cerejeira branca - Livro II.
FantasiMe fiz perguntas a vida toda, saí de casa para procurar respostas e as encontrei. Conheci pessoas maravilhosas, fiz novas amizades, encontrei o amor da minha vida... E depois da grande batalha, muitas responsabilidades caíram sobre mim, o fato de eu...