Tão fodida, e nem é no bom sentido...

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- Porque... - Ele beijou meu pescoço e meu corpo inteiro pareceu responder. - Como eu já te falei... - Ele beijou o outro lado do meu pescoço. - Eu sou um cara de palavra... - Ele falou e mordeu minha orelha e se não fosse muita força de vontade minhas pernas provavelmente teriam falhado ali mesmo. - Eu só vou te beijar quando você me pedir. Boa noite, Babi.


Ele piscou e entrou no apartamento dele. Simples assim. Ele fazia toda aquela provocação e depois simplesmente entrava em casa, como se tivesse acabado de comentar o placar do último jogo do Fluminense e do Vasco.

Bastardo.

Eu poderia socar ele naquela hora, mas reuni minha pouca dignidade, se é que ainda me restava alguma, e entrei no meu apartamento.

Joguei-me no sofá e fiquei olhando o teto e pensando na bagunça que aquele filho da mãe estava fazendo na minha vida. E tudo isso por uma noite. Era claro que a única intenção dele era essa, dormir comigo, mais uma na lista, um tchau no dia seguinte e só. E talvez por isso eu estivesse evitando-o tanto. Era quase óbvio que eu acabaria cedendo, eu só estava tentando adiar isso porque eu estava começando a gostar da companhia dele.

Apesar de toda aquela pose dele, ele era uma pessoa agradável, alguém com quem valia a pena conversar. Fiquei mais alguns minutos tentando entender que merda estava acontecendo comigo, mas acabei desistindo.

Fui tomar banho e tentar tirar aquilo da minha cabeça. Preparei meu jantar e depois de comer, fiquei lendo no quarto. Acordei no dia seguinte com uma preguiça enorme de me levantar. Mesmo assim, levantei e fui fazer o café, o resto do dia passou voando, perto das 16:00 alguém tocou a campainha. Antes de conferir o olho mágico eu já imaginei quem era.


- O que foi agora, Caíque?

- Boa tarde para você também, Bárbara. Eu trouxe filmes. Diário de uma paixão, Querido John e A Culpa é das estrelas.

- Isso é trabalho demais para ficar comigo. Além do mais, romance?! Sério?

- O que? Eu imaginei que você fosse gostar.

- Ah claro, porque eu sou mulher, então eu tenho que gostar de romance.

- Não. Ok, eu posso trocar os filmes. Mas você faz a pipoca.

- O que exatamente te faz pensar que eu quero ver filme com você?

- O fato de você não ter me expulsado ainda.

- Bom argumento. Mas eu ainda acho que isso é trabalho demais para quem só está a fim de ficar comigo.

- E quem disse que essa é a minha intenção? Ahh, Bárbara... Se você soubesse do meu histórico você ia repensar os seus conceitos.

- Ah ia? Eu não tenho tanta certeza. Mas eu faço a pipoca se você voltar aqui com filmes decentes. - Eu o encarei.

- Ótimo, eu volto em cinco minutos.


Não sei porque eu aceitei isso, talvez fosse a minha carência de dignidade afetando meus processos cognitivos, ou talvez a blusa branca que ele usava e que destacava bem os músculos dele. O fato é que cinco minutos depois eu estava na cozinha fazendo pipoca, enquanto ele colocava um filme no DVD. Levei a pipoca para a sala e me sentei ao lado dele.


- Que filmes você trouxe agora?

- Match Point, Psicose e Donnie Darko.

- Eu sabia que com o incentivo certo você podia fazer melhor que aquilo. - Nós dois rimos.


Oceanos nada pacíficosOnde histórias criam vida. Descubra agora