Mal notei o tempo passar, quando eu percebi já estava na hora de ir embora. Dei uma carona para a Sof e logo eu e a Becca estávamos em casa. Fui me arrumar para o jantar e quando eu fiquei pronta o Caíque já estava me esperando. Ele ficou me olhando que nem um bobo quando eu apareci na sala.
- Para com isso, garoto.
- Isso o que? - Ele fez cara de inocente.
- Não faz o sonso, Caíque. Enfim, que tal? - Dei uma volta para ele ver minha roupa toda. - Estou digna de ser apresentada ao resto da sua família?
- Com certeza. - Ele levantou e se aproximou de mim. - Mas a minha vontade agora é cagar para esse jantar, te jogar na minha cama e tirar essa tua roupa toda. - Ele sussurou essa última parte bem próximo ao meu ouvido, fazendo meu corpo inteiro se arrepiar.
- Pena que isso vai ter que esperar. - Sorri de lado, provocando-o. - Agora, vamos.
Nos despedimos da Becca e fomos. A casa dos pais dele ficava a, pelo menos, uns vinte e cinco minutos do meu apartamento, mas o Caíque foi o tempo inteiro conversando comigo, talvez tentando aliviar minha ansiedade em conhecer o resto da família dele. O que funcionou, ou pelo menos eu achei que tinha funcionado, mas quando nós chegamos a um casarão e um segurança teve que autorizar nossa entrada, minha ansiedade voltou.
O Caíque abriu a porta para mim e eu fiquei olhando a casa, considerando sair correndo dali. Mas antes que eu desistisse dessa ideia maluca, o Caíque segurou minha mão e tocou a campainha.
Uma senhora que aparentava uns cinquenta anos abriu a porta e abriu um sorriso enorme quando viu o Caíque.
- Caíque, que saudade. - Ela abraçou-o.
- Paula, eu estava morrendo de saudade também. - Quando os dois se soltaram, ela virou para me olhar.
- Você deve ser a Bárbara. - Ela abriu outro sorriso para mim.
- Isso, mas pode me chamar de Babi.
Eu sorri e estendi a mão, mas ela olhou para a minha mão estendida, fez um gesto de "Que bobagem" e me puxou para um abraço. Claro que o mundo não podia ser bom comigo uma vez na vida e fazer da Paula a mãe do Caíque, já que ela gostou bem mais de mim do que a mãe dele.
Ainda conversamos alguns instantes, até que ela nos levou até uma sala de estar parecida com aquelas de novela, onde os pais deles e a irmã mais nova estavam.
- Chegamos. - O Caíque soltou assim que adentramos na sala.
- Ora, ora, o bom filho a casa torna. - O pai dele se levantou e veio em direção a ele, abraçá-lo.
O Caíque revirou os olhos, mas retribui o abraço com afeto.
- Olá, querido. - A mãe dele abraçou-o também, mas ele não mostrou tanto ânimo em abraçá-la quanto com o pai dele.
Logo atrás dos dois estava uma garota que parecia uma mini-mãe-do-Caíque, que eu sabia tanto pelas fotos quanto pelas nossas conversas que se tratava da irmã dele.
- Quanto tempo, pirralha.
Ele fez menção de bagunçar o cabelo perfeitamente arrumado dela, porém ela foi mais rápida e desviou, mas logo em seguida abraçou-o também.
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Oceanos nada pacíficos
RomanceEu nunca fui uma pessoa que me destaquei, não era a mais bonita ou a mais inteligente ou a mais engraçada, eu era normal, comum, eu diria. Não que eu esteja reclamando disso, eu gostava do comum. Eu não posso reclamar da minha vida, sério, nunca foi...