Hoje eu quero trair...

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Talvez por isso ou por algum outro motivo que eu ainda não identifique até hoje, eu acabei fazendo o que fiz. Puxei-o pela nuca e aproximei nossas bocas, mas ele foi mais rápido e colocou o dedo indicador sobre os meus lábios.


- Ainda não. - Ele sorriu de canto.


Bastardo. Ele não ia abrir mão daquilo. Eu já devo ter falado sobre a minha falta de dignidade, mas ali foi o auge. Eu revirei os olhos e falei.


- Me beija.

- Com o maior prazer. - Ele sorriu e me encostou na parede. Uma das mãos dele viajava entre minha nuca e meu cabelo, puxando-o levemente. A outra permanecia na minha cintura. E a boca, ah meu Deus, a boca... Beijar ele era como estar no céu e no inferno ao mesmo tempo. Não por ser ruim, era maravilhoso, tão bom que me fazia pensar que eu estava no céu, mas ao mesmo tempo me fazia ter tantas sensações diferentes e a maioria delas não era digna do céu.


Eu odiava dar o braço a torcer, mas eu realmente me arrependia de não ter feito aquilo antes. Não que eu fosse deixa-lo saber daquilo. Eu só desgrudei nossas bocas, quando nós já não tínhamos mais fôlego.


- Não foi tão difícil assim admitir que queria me beijar, foi?

- Eu não queria. - Menti para salvar qualquer resquício de dignidade.

- Eu percebi depois daquele pedido. - Ele sorriu maliciosamente e eu quis socá-lo.

- E só para sua informação, esse... Foi um beijo horrível.

- Ah foi? - Ele beijou meu pescoço e meu corpo inteiro se arrepiou. - Nesse caso, eu tenho uma obrigação moral de fazer melhor. - Dessa vez ele quem me puxou pela nuca e me beijou. Não que eu não tenho gostado, mas é melhor não deixar que ele saiba disso.


Passamos provavelmente mais uns quinze minutos ali fora, trocando insultos e beijos. Até que eu achei melhor entrar para tentar organizar meus pensamentos.

Não que tenho funcionado muito bem, porque a cada cinco minutos eu lembrava da sensação das mãos dele me segurando e das sensações que o beijo dele me causava.

Eu estava jogada na cama pensando em como eu cheguei até ali quando eu recebi uma mensagem da Becca.


"Amiga, está ai?"

"Não."

"Ai que grossa."

"Eu acho que tenho que te contar uma coisa ."

"EU TAMBÉM."

"Ok, você primeiro."

"Ah não."

"Fala logo, Rebecca. Ou então eu não conto nada e nós sabemos muito bem qual das duas vai sofrer mais com a curiosidade."

"Eu tenho que fazer uma lista de quantos socos eu preciso te dar quando voltar."

"NÃO ENROLA, REBECCA."

"Tudo bem. Lembra que eu te falei que ia sair com o Thiago?"

"Lembro."

"Bom... Desde aquele dia, nós temos saído muito. Então, ontem ele me convidou para casa dele. Só nós dois. Eu aceitei e nós acabamos transando."

Oceanos nada pacíficosOnde histórias criam vida. Descubra agora