Quero fazer direito

1 2 3
                                    

- Isso aqui. - Ele falou e logo em seguida me puxou pela cintura.


Não posso negar que ele beijava MUITO bem, mas também não posso negar que fiquei comparando com o Caíque. Nem posso dizer que nossas bocas se encaixavam tão bem como a minha e do Caíque. De repente tive a sensação de estar sendo observada, mas ignorei até o Miguel me soltar, nessa hora olhei para o corredor e vi o Caíque indo em direção ao apartamento dele, mas sem tirar os olhos de mim.


- Agora sim, tudo está perfeito. - O Miguel disse e sorriu.

- Concordo.


Mal consegui me concentrar no que o Miguel falava pelo fato de o Caíque estar ainda na porta fingindo procurar a chave. O Miguel se despediu e foi embora e eu praticamente corri para dentro do meu apartamento.

Acabei me sentindo super culpada depois, principalmente por ter passado, praticamente, todo o beijo comparando os dois. Ainda tentei assistir um filme, mas a todo segundo o Caíque me vinha na cabeça.

Por mais que eu odiasse admitir eu tinha me apegado a ele muito rápido, não só por nós termos ficado, mas porque ele era uma pessoa maravilhosa. Eu adorava abrir a porta e descobrir que era ele que estava tocando minha campainha, adorava as nossas conversas, por mais aleatórias que fossem, sempre que eu estava com ele parecia que o tempo voava porque ele me fazia um bem danado. E ao mesmo tempo em que eu sentia essa falta toda dele, me subia uma raiva por ele ter estragado tudo me beijando. Eu sei que eu pedi o beijo, mas quem ficou me cantando e me provocando a todo instante foi ele, então sim, a culpa do beijo era dele.

Eu ainda estava refletindo sobre isso quando alguém começou a socar a porta. E admito que uma pequena parte minha estava torcendo para ser o Caíque, a mesma pequena parte que fez meu coração dar pulinhos quando eu abri a porta e descobri que era ele mesmo.


- O que...


Ele não me deixou terminar a frase, simplesmente me prendeu na parede e me beijou. Não vou fazer a difícil e dizer que quis socar ele. Na verdade, a última coisa que eu queria era socar ele. Quando nos largamos, ele passou a mão pelo cabelo e me olhou.


- Pode me chamar de idiota, mentiroso, ou qualquer coisa do gênero, mas a promessa que eu te fiz eu simplesmente não consigo cumprir. Bárbara, os últimos dois dias foram os mais longos da minha vida. Toda hora me dava vontade de vir aqui, bater na tua porta nem que fosse só pra te ver por alguns segundos, mas eu me controlei. Por mais difícil que tenha sido, eu me controlei porque eu te fiz uma promessa. Mas depois de ver aquele cara te beijando eu não consegui mais. Se você quiser me expulsar daqui eu vou te entender, mas não adianta pedir para eu me afastar porque isso eu não consigo, nem que todo dia você me expulse daqui, mas eu não... – Nessa hora eu não deixei que ele falasse mais, só o puxei pela nuca e tasquei um beijo.

Só depois de perder o fôlego foi que nos largamos. Se eu me arrependeria disso depois? Muito provavelmente, mas fingir que eu não me importava com ele era algo que eu não seria capaz de fazer naquele momento.


- Isso foi um "Eu te perdoo"?

- Não, foi um "Não tem o que perdoar".

- Como não?

- Não tem, Caíque. Você nunca fingiu ser uma pessoa que não era para mim. Desde aquele dia que eu te dei carona para a faculdade você deixou bem claro que não se apega a ninguém e eu tive uma reação exagerada demais naquele dia. Você não fez nada que um cara normal solteiro não tivesse feito.

Oceanos nada pacíficosOnde histórias criam vida. Descubra agora