A mesa redonda feita de vidro que estava ocupada por carreiras brancas, garotas e cigarros impressionou Bella. Ela não reconheceu a maioria dos rostos e isso a deixou feliz por algum motivo.
— Ah, Bella! — gritou uma mulher de aparência jovem demais para sua idade, de cabelos negros e pele clara andando em direção ao casal. — Prazer, eu sou Esme, mãe de Edward.
— Prazer — Elas se cumprimentaram com as mãos.
— Eu estava tão ansiosa para te conhecer, estou tão feliz por você e Edward. —
Seu sorriso era o mais sincero e amoroso que ela recebia há anos.
Edward apertou a cintura de Bella com os dedos, falando discretamente que ela teria que mentir.
— Obrigada.
— Apresente-a aos outros, querido.
Esme saiu de perto e voltou para a confusão mal cheirosa.
Edward queria fugir dali o mais rápido possível. Aquele não era seu lugar, muito menos o da garota ao seu lado. Ele não queria que isso estivesse acontecendo, mas estava, afinal, e ele teria que conviver com isso.
— Eu não sei o nome da maioria, mas aqueles são da família Lutti — ele apontou para a direita com o nariz — e aqueles são de alguma família que eu não sei o nome. Aquele é Jacob — sua voz quase se tornou um rosnado. — Jacob Black, filho de Billy Black. Eu o odeio.
— Por quê? — Perguntou Bella, balançando a cabeça. — Ele parece ok.
A expressão de Edward se tornou mais furiosa ainda. Jacob percebeu uma pessoa nova estava no local ao lado de Edward e, como um bom garoto, resolveu cumprimenta-la. Ele se aproximou arrumando o cabelo longo e a sua gravata cor de grafite.
— Olá — ele sorriu revelando seus dentes perfeitamente alinhados. — Você é Bella, não? É a atração principal daqui, todos querem saber quem foi a... garota que descongelou o coraçãozinho de Edward. A propósito, meu nome é Jacob.
— Muito prazer, Jacob — ela estendeu sua mão para o moreno, mas antes que ele pudesse pega-la Edward puxou a garota para trás.
— Deixe os bons modos para depois, criança. É melhor você sair daqui antes que eu quebre seus dentes de novo. — Edward falou de forma calma, mas tão ríspida que poderia quebrar uma pessoa ao meio.
Jacob levantou os braços em rendição e saiu de perto balançando os ombros por conta de sua risada sarcástica.
— Aquele filho da puta!
— O que houve aqui? — Bella virou-se para Edward, fitando seus olhos mornos e esverdeados. — Ele estava sendo educado.
— Educado. Rá-rá.
A mais nova cruzou os braços.
— Eu vou ter que beijar esse bico se você não melhorar essa cara agora mesmo.
— Edward, você vai experimentar um pouco? — Gritou o moreno de antes. — Talvez a sua garota goste um pouco do seu trabalho, não? — Ele riu abafado enquanto esfregava o dedo indicador no lado direito do nariz.
Edward andou em direção a mesa de bebidas atrás dele e pegou uma garrafa de licor de malte, girou a tampa, engoliu um pouco do líquido e a quebrou na mesa em seguida, fazendo com que milhares de pedaços pequenos e brilhantes de vidro dançassem e rodopiassem no ar.
— Fale mais alguma coisa e eu enfio isso daqui na sua garganta com muito gosto — ele segurou a parte da tampa com força e apontou a afiada para Jacob.
— Calma aí, cara.
— Edward — chamou Bella, tocando seus dedos finos no braço do ruivo. — Vamos.
O mais velho rosnou, mas deixou Bella puxá-lo para fora da sala. Eles foram até o carro, Edward xingava o garoto o tempo todo e usava todos os palavrões que conhecia.
— O que foi aquilo? — indagou a mais nova, procurando alguma coisa que poderia usar para limpar a sujeira de Edward.
— Eu falei que eu odeio aquele filho da puta. Eu estou disposto a matá-lo hoje mesmo.
Bella tentou disfarçar o arrepio que percorreu o seu corpo. Edward não parecia estar brincando, ela nunca o vira tão furioso; ele estava violento, mas não podia fugir disso.
— Me distraia ou eu voltarei lá e quebrarei aquela cara perfeita e adolescente que ele tem.
— Você está com alguma arma?
— Eu sabia que ficaria irritado em algum momento, então deixei todas em casa. Eu vou quebrar a cara dele até o sangue de sua boca se misturar com o da minha mão.
Bella tocou o rosto do ruivo torcendo para que ele não quebrasse nenhum de seus ossos. Ela o acalmou parcialmente com uma carícia em sua bochecha.
Ele dirigiu até um hotel luxuoso no centro da cidade; um lugar que ele não poderia pegar suas armas para cometer um homicídio em massa.— Edward... — Bella jogou o tecido felpudo sobre a cama luxuosa assim que passou pela porta.
— Eu não quero falar sobre isso
Ela tirou seus sapatos e sentou na cama. Estava tão confusa que não sabia se falava com ele ou não. Edward tirou sua gravata e bagunçou seu cabelo perfeitamente penteado para trás.
— Eu não queria que você tivesse visto aquilo.
— Está tudo bem.
— Não — ele caminhou até ela —, não está!
Ele a segurou pelos ombros com mais força do que deveria. Ela reclamou de dor, mas ele não a soltou.
— Você está ficando maluco?
— Eu sou maluco! — gritou ele, olhando friamente para a garota desesperada na sua frente. — Você sabe que eu sou maluco!
— Edward, me solta!
Ele tirou o seu paletó e o jogou no chão assim que se soltou de Bella, ele estava instável e ela sentiu um arrepio percorrer o seu corpo novamente.
— Eu sou um traficante, Bella. Todos aqueles são. Eu vendo cocaína para o pior tipo de gente que você nem pensa em conhecer — murmurou ele. — A elite nos conhece muito bem. Eu ganho dinheiro com a destruição de outras pessoas. Eu pago tudo com desgraça.
A boca de Bella se abriu de forma involuntária. Ela imaginou muita coisa, só não isso.
— Se você quiser correr é melhor fazer isso agora.
Ele fechou os olhos e cerrou os punhos, estava se preparando mentalmente para ver a sua garota escapando de seus braços por uma coisa que ele não queria ser, uma coisa que ele não escolheu ser. Andou até a porta e ficou de costas para Bella.
— Edward, eu... não sei o que falar — a voz de Bella estava trêmula e fraca. Adrenalina corria pelo seu corpo e seus pelos da nuca estavam eriçados.
— Corra logo! — gritou ele ainda de olhos fechados, seu corpo tremia. — Corra, corra!
— Não.
Ele sentiu alguma coisa em sua barriga e suas costas. Bella passou os dedos pelo abdômen do homem enquanto encostava em suas costas dando-lhe um abraço.
— Eu não vou sair daqui — sussurrou ela enquanto encostava sua cabeça nas omoplatas do homem.
Os pêlos da nuca de Bella ainda estavam eriçados, a adrenalina que corria por suas veias agora estava enlouquecida. Ela estava louca.
A mais nova suspirou e fechou os olhos, sentindo a postura de Edward relaxar.
Oh, Deus, pensaram juntos.
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Vermelho Selvagem
Roman d'amourIsabella Swan está desesperada para manter o estilo de vida que possuía com seu padrasto antes da morte de sua mãe. Para isso ela usa seus melhores truques para enfeitiçar um jovem rico da Flórida. Mas ao descobrir que sua vítima, Edward Cullen, é u...