Capítulo 11 - Momentos Roubados

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O relógio na parede do escritório estava sincronizado com o pé inquieto de Edward, que balançava por causa de sua agonia. Ele queria gritar para todos que estava feliz, que aquilo que ele tinha com Bella havia durado mais de quinze dias.

Ela já não sentia o mesmo.

Sua cabeça doía como se tivesse sido atropelada por um caminhão de emoções. Ela era apenas uma garota que procurava por ouro, e encontrara uma verdadeira mina muito valiosa, o que estava acontecendo?

O plano deu errado! foi o que ela gritou para si mesma, tentando conter as lágrimas que queriam escapar de seus lares. Ela não podia mais negar que sentia alguma coisa, qualquer coisa, por Edward. A mina de ouro se tornara algo que ela desejava mais do que materialmente. Ela agora precisava dele carnalmente, amorosamente, psicologicamente.

Ela olhou para as notas de cem dólares que pesavam sua bolsa; vinte delas embrulhadas, apertadas em seda. Ela nem mesmo sabia como isso tinha entrado ai. Talvez o dinheiro venha fácil quando um olhar pode matar seu namorado.

Bella colocou a alça da bolsa cor bege no ombro e correu para fora do apartamento, procurando por ar. Seus passos eram inconsistentes no chão pálido da rua, pessoas olhavam para ela e se perguntavam se ela estava bêbada. Seu estômago estava agitado, sua garganta tinha uma sensação estranha, ia vomitar a qualquer momento.

Ela começou a correr olhando para o borrão vermelho que eram seus tênis, esbarrou em algumas pessoas, mas continuou andando totalmente sem rumo. Ou ela tinha um rumo; ela queria ver aquele rosto.

O rosto pelo qual ela estava apaixonada.

O homem queria tirar aquele terno de negócios e deixar que Bella arruinasse a arrumação em sua mesa, queria vê-la sentada na sua frente e admirá-la até ela sumir. Aquilo também era paixão.

Ele olhou para o relógio, ansioso, ignorando totalmente o que seus irmãos conversavam bem na sua frente.

— Edward? — Emmett não parecia estar com o melhor humor. O ruivo simplesmente o ignorou. Ele desistiu de chamá-lo e saiu da sala, com Alice e Jasper.

Bella continuava correndo e sentindo-se enjoada, sentindo um espaço enorme em seu corpo que precisava ser preenchido. Ela parou de andar quando percebeu que chegara ao centro e que suas pernas ardiam. Muito.

Ela ofegava enquanto tirava o cabelo que estava grudado em sua testa com os dedos e o prendendo em um coque no topo da cabeça. Puxou o celular do bolso de seu shorts e procurou pelo nome de Edward, respirou fundo e ligou para ele que atendeu em menos de dois toques.

— Oi — disse ela, tentando não parecer cansada, mas mal conseguia respirar.

— Olá.

— Eu posso ir para sua casa? — perguntou ela, se sentindo uma idiota.

— Claro. Quer que eu mande alguém te buscar? — O sorriso de Edward deixou rastro em sua voz.

— Não, obrigada. Até logo.

Ela desligou e ficou paralisada na calçada, pensando no que ia fazer. Alguma coisa estava errada, ela não conseguia entender e muito menos explicar. Ela não acreditava que podia estar se tornando a presa, nada era pior do que isso. Duvidas enchiam sua cabeça, ela não sabia se ele sentia mesmo o que falava que sentia. Ele nem mesmo falava. Apenas seu comportamento havia mudado; o cara extremamente seco agora falava um pouco mais, sorria mais e adorava tocá-la, mesmo em público. Ela se lembrou dos seus lábios roçando sua pele da testa e um arrepio percorreu seu corpo.

Bella chamou um táxi e tentou não pensar enquanto estava dentro do carro balançante. Mas não pode evitar de passar a viagem com a sua antiga vida infernizando-a. Ela lembrou dos olhos azuis e carinhosos de sua mãe, que nesse momento estariam muito felizes, mas ao mesmo tempo ferozes por sua filha se tornar uma caçadora de dinheiro. Mas ela apenas queria ver sua única filha feliz, então acabaria aceitando qualquer coisa. Mesmo ele, o felizardo, um traficante. Lágrimas molharam suas bochechas.

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