- Depois que almoçamos aqui em casa tudo se tornou um pouco mais tranquilo, acho que eu precisava vê-lo, saber como ele estava, e por Deus parecia que um tanque de guerra havia passado em cima dele. Christian poderia ter evitado tudo isso, não me machucaria e nem afastaria sua família de perto dele. Sinto falta de tudo, até da sua auto proteção, fiquei nervosa neste dois dias, queria ligar, mais preferi pensar. Meu coração quer demais que eu aceite esse jantar, mais minha razão quer que eu fique longe dele, eu estou confusa, confusa mesmo, mais ainda vou optar pelo não, já decidi. Depois de tanto pensar, pego o meu telefone e disco o seu número, no primeiro bip ele atende.
- Ana! Por Deus ainda bem que você ligou, achei que não iria ligar. Sua voz parece aflita, meu coração se derrete e minha lágrimas querem me trair, porém eu as contenho.
- Oi Grey!. Digo friamente.
- Diga Ana, diga que aceitou jantar comigo. Ele parece que vai ter um ataque a qualquer momento, porém já estou decidida e respondo com o coração em pedaços, fico calada por uns dez segundos e respondo tentando ser o mais grossa possível.
- Não Grey, eu não vou jantar com você, quero lhe pedi para que não me faça mais este tipo de proposta, peço que me deixe em paz, eu tenho que viver minha vida caramba, você tem que entender que tudo entre nós acabou no momento em que você decidiu colocar suas mãos em outra mulher, ACABOU PRA VOCÊ.
- Meu Deus, não diga isso nem brincando, você é minha vida, meu porto seguro Ana. Reconsidere meu pedido, deixe eu te mostrar que eu nunca mais vou te machucar.
- Grey minha resposta é não e espero que você compreenda, passar bem. Quando vou pra desligar escuto um grito no outro lado da linha.
- NÃO ANA! POR TUDO QUE É DE MAIS SAGRADO, EU NÃO CONSIGO MAIS VIVER SEM VOCÊ, EU NÃO SEI O QUE VOU FAZER SE VOCÊ DECIDI SAIR DA MINHA VIDA, NÃO FAZ ISSO COMIGO. Ele chora desoladamente ao outro lado da linha e eu desabo também.
- Christian facilite as coisas pra nós dois, eu só quero o seu bem e o meu ainda mais, durante anos você esteve em primeiro lugar na minha vida, hoje não vou permitir ser manipulada pelos meus sentimentos, eu ainda o amo, mais não te quero, você é apenas pai dos meus filhos. Ele parece escutar com atenção e mais calmo responde.
- É eu perdi mesmo, perdi tudo que eu mais amava, porque em GREY? Porque você é um babaca incompetente que trocou sua família por um chicote e sei lá mais o que. Diz ele recriminando a si mesmo.
- Pense como quiser, adeus!. Encerro a ligação e desabo no chão do hall. Meu pai preciso de muita força pra passar essa barra, pra tirar esse homem de mim, tirar a dependencia que eu sinto dele, meu odio já passou, minha raiva também, eu só consigo ama-lo, como posso amar alguem que me fez tanto mal assim?. Ainda bem que estou só, os meninos estão na casa da Grace e vão passar o final de semana lá, ainda preciso demais ficar só e acho que Grace me entende. Fico sentada no hall não sei por quanto tempo, quantas horas, só sei que quando me levanto assustada são quase duas da manhã, vou para o quarto que era meu e de Christian e me recordo como fui feliz aqui. Entro e tranco a porta, separo uma roupa de dormir e vou tomar uma ducha, choro de novo quando lembro que fizemos amor debaixo deste chuveiro, o tanto que minha vida se resumia a ele, lavo meu cabelo e saio do banho, visto minhas roupas e deito.
Pego o meu telefone e olho a galeria, as fotos do almoço de quarta feira ainda estão aqui, como estavamos contentes nas fotos tirada por Kate, depois ela me comentou que Christian é melhor comigo. Ah qual é Kavanagh logo você defendendo o Grey?, Mais olhando essas fotos, vejo que é verdade, nossos olhos estão radiantes um perto do outro. PORQUE MEU DEUS? AONDE FOI QUE EU ERREI?, me pergunto sempre e nunca acho uma resposta. Em um movimento imperceptivel digito o numero dele, não me importo com o horário e nem com nada, quando vejo estou ligando e como sempre no primeiro toque ele atende.
- Ana aconteceu alguma coisa com as crianças? Responde ele ofegante, será que estava tendo pesadelos? Me vem a cabeça um menino sujo e com fome, balanço minha cabeça e descarto esse pensamento.
- Não, eles estão com sua mãe, só liguei pra te dizer que eu te amo mais que a mim mesmo. Porque você acabou com tudo ? Digo em lágrimas de novo.
- Ah Ana, eu também te amo mais que a mim mesmo, foi um deslize, um erro, uma merda, eu sei que só faço merdas, mais eu não deixei de te amar.
- Desde quando? Preciso saber quantas vezes você ficou com ela. Será mesmo que quero saber? Preciso saber, preciso achar o erro.
- Ana foi uma vez, no dia do nosso aniversário de casamento, aquele outro dia graças a Deus você me interrompeu.
- Como você encontrou ela?.
- Estava bebendo sozinho e quase me preparando para ir embora, sabia que era nosso aniver... Interrompo ele, não quero saber, isso me machuca demais, só me despedaça mais.
- Eu não quero saber, desculpe ter te ligado essa hora, boa noite. Encerro a ligação e desligo o celular, sei que ele vai ligar desesperadamente pra mim, preciso de tempo pra assimilar o que eu ouvi e o que eu estava prestes a ouvi. Na minha cabeceira tenho uma foto da família toda, incluindo Christian, estico meu braço e pego-a coloco em meu peito e durmo depois de tantas lágrimas.
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