Capítulo VI

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Um céu quase alaranjado vestia os verdes campos e o sol com seu belíssimo esplendor ainda não surgira no horizonte, todavia o balé das aves já anunciavam sua chegada, mas a gélida sensação de liberdade se irradiava ao sopé da enorme queda d'água e...

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Um céu quase alaranjado vestia os verdes campos e o sol com seu belíssimo esplendor ainda não surgira no horizonte, todavia o balé das aves já anunciavam sua chegada, mas a gélida sensação de liberdade se irradiava ao sopé da enorme queda d'água está a poucos metros de nossos corpos.

— Quando o sol se esconde atrás desses montes a sensação de estar no paraíso remonta um cenário a conto de fadas. — Benjamim sussurrou e arrastando-me a força convenceu-me que a água da cachoeira era a mais quente da região. — Permita quebrar esse medo. — Disse ele. — Um pouco de aventura não a machucará. — Salientou.

— Tenho um certo receio. — Complementei e um tanto medrosa fazia referência as deslizantes pedras deitadas sobre o curso d'água.

— Vossa graça vai colocar a culpa nessas miseráveis pedras? — Ele burlava de meu medo. — Está convicta que viver nessa mesmice dos livros é o melhor que pode fazer?

— Deveras está a julgar meu gosto pelas novelas? — Indaguei. — Pois saiba o senhor que já vivi grandes aventuras.

— Concordo. — Ele forçava um tom de seriedade e aos poucos sem que percebesse caminhávamos sobre as pedras. — Muita adrenalina, afinal, todas essas fantasias ou digamos sonhos de tolos homens das quais sua graça aprecia nesses romances.

— Tu és merecedor da guilhotina por tamanho infame. — Declarei. Ele não poderia ridicularizar o meu gosto pela literatura.

— Claro, vossa graça! — Ele gesticulou com as mãos gestos de reverência. — Se não tem pão, que comam brioches. — Murmurou. 

Sorri e um tanto ferida por seu vasto conhecimento com a história digo que o mesmo me assustou como jamais imaginei.

— Porque me desafiaste chegarei primeiro que vós, — Neste segundo o jogara no leito do rio e roubara sua frente. — O último a chegar, a guilhotina como presente receberá.

Essas águas são como remédio, elas concedem uma liberdade jamais ousada e afortunadamente imaginada. Mirei esses olhos ao céu com objetivo de admirar o princípio de sua queda, mas quase ceguei pelo brilho de sua força, o presente não estava no dinheiro, o presente vivia dentro do meu coração.

Dom Benjamim era assim que poderia imaginá-lo, todavia esse encanto lancei aos ventos que me trouxeram o oposto dos livros. Um corpo desenhado e doce como o açúcar, uma pele quente e negra como o chocolate, Benjamim, o homem que no chuveiro desta enorme cascata me abraçou e sobre as ladeiras da sedução o viril cavalheiro me levou.

Nossos corpos selados pelo sublime amor foram bruscamente separados por flechas de desespero, essas flechas não eram reais, mas a pessoa que detinha o pavor encravado em sua fala trouxe o sentimento do maior horror já sentido que tão logo depositou no seio de nosso amor.

Açúcar: Um Amor Real/ Livro 1 da série Açúcar.Onde histórias criam vida. Descubra agora