Capítulo II

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Do alto na enorme janela a paisagem dos campos acinzentados era o retrato das noites geladas que se denunciavam há um bom par de semanas

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Do alto na enorme janela a paisagem dos campos acinzentados era o retrato das noites geladas que se denunciavam há um bom par de semanas.

— Sua graça já está de pé? — Lupita perguntou cheia de surpresa. — Se repetir esse feito o duque pode me demitir. — Comentou a mesma logo corando-se de vergonha.

— Não tem porque o demitir... — Sorri. — Gosto de sua companhia. — Disse.

O xale vermelho com tons de branco me cobriu, no momento, uma caminhada pela propriedade soou ser uma ótima escolha. Admirar as figueiras todas secas pela geada e os poucos pássaros que roubavam quebrar o silêncio do inverno revelou-se encantador.

— Sua graça! — Uma distante uma voz masculina me chamava. — Sua graça! — A voz era persistente, mas encantada com o esplendor da natureza permiti viajar sem nem ao mesmo precisar de muito esforço. — Sua graça, por favor, sua graça. — Agora insistente o dono da voz revelou-se um oficial do rei.

— Como posso ajudá-lo? — Perguntei.

— Sua majestade, requisita sua presença no palácio. — Revelou o oficial.

— Eu! — Comentei surpresa. — Está certo disso, oficial?

Ele mirou-me atentamente e demostrando um ar de deboche frisou se acaso não seria eu, a duquesa de Madrid, se for, então a ordem de sua majestade refere-se a mim.

— Permita-me alguns minutos, senhor. — Respondi e o mesmo me entregou uma carta com o selo do rei.

— Uma carruagem lhe aguarda, sua graça. — Gritou o oficial enquanto me afastava do mesmo e corria para meus aposentos, pois a curiosidade das palavras descritas naquela carta me corroía a cada segundo.

"Deslumbrante senhora, não há como negar que o brilho de vossa alma me fascina e seus lindos olhos cor-de-mel me enlouquece, sua boca, detém o portal para a felicidade e seria louco se recusasse esse açúcar que emana dos céus. As noites são vazias e as madrugadas se assemelham a morte, porém quando ouço vosso nome sinto-me como se a brisa da primavera tocasse esses queimados campos, ou seja, ouvir seu belo nome é como chegar da guerra e ser recebido pelos beijos da ninfa do amor que se abriga em vossa casa. Sra. Duquesa, seu rei, vosso imperador clama sua presença na corte da Espanha."

Perdida na floresta do amor encontrei-me e jamais sonhei ser o centro das atenções do rei. Este coração nunca teve dono e infelizmente nunca provou do açucarado amor.

— Sua graça! — O nobre oficial estendeu sua mão e me guiou até a carruagem.

A porta se fechou e junto meus problemas derramei ao vento, por apenas alguns minutos adentrei nesse conto de fadas e a cada segundo uma nova paisagem se revelava diante de meus olhos. Era a carruagem do rei, cavalos do rei, oficiais do rei, na frente e na retaguarda, todos fazendo a minha escolta.

Açúcar: Um Amor Real/ Livro 1 da série Açúcar.Onde histórias criam vida. Descubra agora