Capítulo XVI

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O baile real amanheceu sonoramente como travessura de criança, um baile de máscaras organizado pela rainha Carlota, tamanha homenagem é desconhecida, mas precinto que a dona desse diário com lástima não encerra a última folha que se pinta de branco

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O baile real amanheceu sonoramente como travessura de criança, um baile de máscaras organizado pela rainha Carlota, tamanha homenagem é desconhecida, mas precinto que a dona desse diário com lástima não encerra a última folha que se pinta de branco. A leveza da pena que molha o tinteiro com graça borra suas linhas, adoraria revelar meu nome, todavia esse autor mantém-se no anonimato, afinal, longos capítulos foram aqui descritos, entretanto, ousou o destino ser um desconhecido o autor desses açucarados versos reais.

Lembro com nitidez que o príncipe vestia sua casaca azul com babados amarelos, seria uma farda militar, entretanto, reluzia como imitação a veste original do rei. Não tardou e uma carruagem acomodou-se na calçada de fronte ao palácio, sobreas ruas, curiosos e alguns que relutavam em adentrar na festa organizada pela rainha espanhola, contudo sem convites, sem festa. Sobre olhares fumegantes aporta da carruagem revelou uma distinta senhora acompanhada de uma jovem que levava homens ao delírio, velhos aos mais insanos sonhos, e as mulheres, embora, com muita hipocrisia queriam ser como esta, que se ilumina com as tochas de fogo colocada propositalmente no rol de entrada do palácio.

Ela adentrou no salão principal e mesmo não desejando sua presença assemelhava-se ao brilho do vasto e negro céu noturno, seus olhos cor de mel durante o dia tinham a cor do fogo nesta noite em especial, e escondida sobre uma máscara veneziana, o mistério incendiava a boca dos nobres e o ciúme das senhoras e senhoritas se aguçava a cada segundo.

O vestido vermelho que cobria sua branca pele lembrava a cor do tentador fruto do paraíso, brincos de um simpático rubi vermelho sobressaiam ao toque do confuso cabelo que se amarrava em um formoso coque ao típico desenho de uma princesa de conto de fadas. Luvas negras afirmavam que luto corria em seu sangue, mas o doce de seus olhos logo despertou o inquieto príncipe, que loucamente abandonou sua arquiduquesa para uma dança roubar no calor dos braços da duquesa de Madrid.

— Vossa alteza não se aborrece ao saber que o príncipe morre de amores pela duquesa? — Questionou a Sra. Domitila que se remoía de ciúmes.

— Perdoe-me, todavia não me recordo de vós? — Interrogou Leopoldina — Seu nome... — Ela mentia, embora soubesse pressentia a maldade no coração da jovem que a cercava.

— Domitila de Castro. — Apresentou-se — Para servi-la, alteza! — Disse em tom de sarcasmo.

— Afirmo não ser uma grande honra conhecer a discípula de meu marido e futuro rei desse reino.

Fora uma breve conversa, mas o suficiente para registrar nesse diário o que os livros ocultaram, a verdadeira história de duas mulheres que em poucos meses iriam duelar pelo coração do jovem príncipe Dom Pedro.

Domitila ensaiou uma amizade com a arquiduquesa Leopoldina que se mostrou frustrada, o jogo deveria ser revisto pensou ela, entretanto ao lado de Victoria, a duquesa, sua singela presença era de todas as formas ocultadas. Sendo assim ela se aproximou do fiel amigo do príncipe, o Sr. Chalaça que na companhia do general Avilez e outros cavalheiros se divertiam ao admirar as mulheres a dançar e muitas em busca de um certo matrimônio.

Açúcar: Um Amor Real/ Livro 1 da série Açúcar.Onde histórias criam vida. Descubra agora