Sra. Duquesa
— Vosmecê não merece meu perdão, Victoria. — Contestou Germana de boca cheia. — Se morro agora, chegarei ao céu de barriga vazia.
— Chegara? Nesse caso será preciso um batalhão de anjos para carregá-la.
Querido diário com lástima risco suas belas páginas, afinal, não obstante, descobri que o barão é um homem de índole ainda mais devassa, mataria se pudesse, porém, a vingança é sagrada e me alegrarei quando sua face de perfeito cavalheiro ruir ao chão. Naquela tórrida manhã iriamos a Santa Casa do Senhor, contudo, a visita um tanto real impediu o deslocamento, embora compartilhar de vossa presença ressuscite as palavras do marquês de Sussex.
— Sra. Victoria — Uma grossa e suave voz masculina roubou meus pensamentos.
Seria uma apresentação formal, mas a constante presença de George intrigava-me e não posso olvidar do intenso pavor que o mesmo me causava, embora, o barão não fosse tão presente como outrora devido ao seu novo amor selvagem, sua distância se assemelhava igual aos ventos e raios de uma tempestade de verão.
Em uma sexta-feira, 1816....
Recordo-me com perfeição da intensa chuva que varria essas terras e com sua fúria cobria o pó e silenciava o grito dos inocentes, deveras a mesma tempestade trazia seus ventos ou suas brisas com faces de furacão, mas atitudes de crianças um tanto rebelde.
Aquele homem que adentrou em minha casa estava possesso de raiva e tão logo julgou-se o santo Papa, enfim sua soberba me enojava. Não o conhecia, porém, imaginei ser inimigo de meu marido, sendo assim, ele me odiava.
— Bom-dia, senhor! O que deseja? — Indaguei apavorada
— Não lhe importa... — Respondeu todo arrogante. — Apenas me diga se eres é a famosa duquesa de Madrid?
— Por favor, senhor, responda minha pergunta ou retire-se! — Apresentei a saída da residência, claro, olvidei que era uma mulher e ele um gigante homem vestido em sua faceta inglesa. — O senhor nega-se a responder? — Contestei — Perfeito! Germana comunique a Modesto para que o cavalheiro se retire de minha propriedade. — Completei e logo assenti que minha ordem o desagradava.
— É, ele! — Sussurrou Germana na companhia de suas guloseimas — É o marquês de Sussex, o marquês! — O estranho som que escutei enquanto mirava o cavalheiro viera da barriga de Germana — De verdade, estou faminta Sra. Victoria. — Anunciou.
— E, quando, a senhorita está sem fome? — Perguntei surpresa se o contrário fosse verdade.
— Edward, o marquês, Senhora. — Anunciou Germana enquanto já devora alguns biscoitos, na verdade, ela se sentiu no palácio imperial.
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Açúcar: Um Amor Real/ Livro 1 da série Açúcar.
Historical FictionVamos conjugar o verbo trair? Eu traio. Tu trais. Ele trai. Nós Traímos. Vós traís. Victoria e George traem muito. Saiba mais dos babados imperiais em Açúcar: Um amor real. No Brasil do século XIX, Victoria, regressará ao seu país como duquesa de Ma...