Capítulo XIII

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Nesse dia não ouse abrir suas brancas páginas, talvez pelo tempo estejam amareladas, mas, ainda assim excluo esse horripilante capítulo desse amigo e querido diário.

Tudo ainda ressurge com frescor em minha memória, sobretudo nesse dia que precinto o findar de minhas palavras, amável diário lhe conto todos meus segredos, fraquezas e amores de uma vida. Aquele corpo frio, cabelos negros cuidadosamente penteados e uma serenata de flores harmonizavam aquele pecado, sim, Esmeralda está morta e um cortejo de negros carrega seu caixão pelas ruas do Rio de Janeiro tendo o barão vestido de melancolia e esculpido no mais bárbaro luto onde meu luto já dura uma eternidade.

Ele brinca, ele zomba, ele me despreza, afinal, o traste teve a audácia de interrogar sua fogosa cúmplice e questionar o porquê de a mesma ter assassinado sua adorável índia. Basta! Aurora teve ciúme e tragada por esse doido sentimento, destruiu essa semente de amor que ousou nascer nesse pobre solo que é o coração de meu marido, Sr. George Ward, barão de Liverpool.

Querido diário os dias voaram como folhas secas que o vento carrega, enfim, o lado bom dessa tempestade tinha nome e sobrenome, o príncipe Dom Pedro, meu novo amante e infeliz salvador. Nosso último encontro fora especial, igualmente como os anteriores, todos no paço imperial como de costume, outrora não como o primeiro tendo o luar das estrelas como testemunha. Inevitavelmente neste dia tive o prazer de esbarrar em Aurora. Uma infeliz coincidência, estava me aproximando da carruagem quando a mesma admirava-me com os olhos todo encharcado e suplicava para que lhe concedesse um minuto de minha atenção. Quem diria que um dia Aurora suplicaria por minha atenção, aquilo soava como uma piada ou mais uma brincadeira de seu confiável barão. O lamento tinha explicação, Bernardo descobriu que ela matou Esmeralda, ou melhor, graças ao cesto de palha que levou a fazenda contendo uma cobra e causaste a morte da indefesa índia e, claro, que George era seu amante.

—Basta, Aurora! Seus lamentos não são louváveis de minha atenção. — Contestei —Por favor, retire-se de minha presença, na verdade, me enojo só de lhe contemplar. — Lhe estendi a rua para que a mesma transita-se com maior facilidade.

—Basta, Aurora! Seus lamentos não são louváveis de minha atenção. — Contestei —Por favor, retire-se de minha presença, na verdade, me enojo só de lhe contemplar. — Lhe estendi a rua para que a mesma transita-se com maior facilidade.

Que alegria, Bernardo pediu o divórcio e anunciou que lutaria pela única mulher digna de seu amor, nesse caso, a Srta. Isabel Leal, atualmente noiva do Sr. Miguel Laitano curiosamente sócio do Barão de Liverpool.

— Quem a senhora julga ser? — Esbravejou. — Sua Graça não passa de uma rapariga, uma meretriz... — Ela sorria e chorava ao mesmo tempo. — Eu matei aquela sonsa da minha irmã, acha mesmo que terei piedade de vós apenas porque salvaste minha vida? Estas, enganada Sra. Duquesa de Madrid.

Uma leve bofetada fora necessário, sobressai meus princípios e julgo que fora enriquecedor, ao menos, essa louca de minha prima desapareceu e suas lágrimas de atriz não quebrantaram esse machucado coração que busca sua alforria das mãos que o escraviza e a impede de ser feliz.

Açúcar: Um Amor Real/ Livro 1 da série Açúcar.Onde histórias criam vida. Descubra agora