Let the game begin

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      Pretend that I'm not hurt and walk the world like I'm having fun

Point view of Charlotte Adams - Manicômio Santa Mônica 

Uma semana! Exatamente uma semana que eu estou nesse manicômio. O que por um lado é bom, porque eu não tenho que encarar as más linguas, e aqui todos são como eu. Não que eu seja louca, como eu sou de fato tratada aqui, mas somos tratados todos iguais.

Exceto pelo homem dos olhos cor de mel, ele é normal pra mim, diferente de todos aqui. Que tem problemas mentais, ou como eu, tentaram suicidio. Pra mim, ele não se encaixava em nenhuma dessas categorias.

- Ouu, presta atenção. - a pessoa atrás de mim, toca meu ombro fazendo-me sair de meus pensamentos.

- Desculpa. - digo baixo, pra mulher mal encarada atrás de mim. Encaro mais uma vez a mesa onde o loiro está sentado lendo um livro qualquer.

- Está ficando obssecada Charlotte. - Disse Maria, a senhora do refeitório, me entregando o meu almoço. Reviro os olhos pra ela, que me encara séria. - Entendo que deve ser horrível não ter com quem conversar aqui, além da psicologa e eu, mas não pense em fazer amizade com ele. - assinto respirando fundo, e caminhando em direção a única mesa vaga.

Coloco minha bandeja sobre a mesma, e me sento. Seus olhos estão em mim, e me sinto desconfortável. Encaro o homem dos olhos caramelados e ele não desvia o olhar. Ele me intrigava, nunca era gentil com ninguém, mas mulheres que trabalhavam aqui sempre faziam de tudo para agradá-lo.

Ele faz um movimento com a cabeça, como se me chamasse pra sentar com ele. Olho pra onde Maria estava e ela não está mais lá. Levanto-me receosa, segurando minha bandeja com força. Caminho com passos largos até a mesa que estava a poucos metros de onde eu estava.

- Pode se sentar. - ele deu uma risadinha, fazendo-me sentir uma idiota.

- O que você quer comigo? - pergunto sem encarar seu rosto.

- Só queria uma companhia. e acho que você também, te vejo sozinha desde que chegou, e você parece a pessoa mais normal daqui. - apenas balanço a cabeça em um gesto positivo e bebo um gole do meu suco. - Como se chama?

- Charlotte, Charlotte Adams, e você? - encaro seu rosto, agora de perto. O que eu observei durante dias, seus olhos em uma cor de mel que eu nunca havia visto, escondiam alguma coisa.

- Justin Bieber.

- Por que está aqui, Justin? Você não me parece louco. - digo ainda o encarando.

- Porque eu fiz coisas ruins. - ele me encarava de forma tão profunda e estranha que fazia-me sentir desconfortável.

- Que tipo de coisas ruins?

- Coisas ruins que machucaram pessoas. - disse simples. - E você, por que está aqui?

- Fiz coisa ruins, que me machucaram. - agora é a vez dele arquear as sobrancelhas.

- E por que?

- Por que têm pessoas ruins lá fora. - digo e sorrio simples

- Ruins como eu?

- Piores que você.

- Acho que isso não é possivel. - sorriu perverso. - Eu posso machucá-la como nunca foi machucada antes.

- Me mostre então - encaro seus olhos, frios, tentando me intimidar. 

- Você terá medo de mim. - ele da uma risada baixa. - Se eu começar, você provavelmente não sairá viva.

- Não é como se eu me importasse muito com isso. - digo e sorrio pra ele, recebendo o seu melhor sorriso.

- Que comece o jogo então, Charlotte Adams!

- Que comece o jogo ! 

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