The almost kiss

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Point of View Charlotte Adams - Two weeks later

A dias Justin não falava comigo, desde o dia que conversamos no seu quarto. Ele conseguiu me irritar profundamente, com seu jeito arrogante e todo seguro de si, falando como se me conhecesse.

Passei os dias me perguntando o que ele faria que me magoaria tanto.

O pior é que com ele me ignorando, eu não tinha com quem conversar. Paro na fila do refeitório, e Bianca, vulgo a enfermeira vadia, passa por mim, me dando um esbarrão. Respiro fundo, me controlando pra não dar na cara dela, e ter que ficar na camisa de forças. Era isso que ela queria.

Pego meu almoço e caminho até a mesa que Justin estava sentado, sozinho.

- Você tem que dar um jeito na sua namorada. - digo um pouco alto, e coloco minha bandeja em cima de sua mesa, ele ri baixinho, o que me deixa mais brava.

- Você está muito nervosa, Char. - ele ainda não me encara e isso me incomoda.

- É claro que eu estou muito nervosa, Justin. Essa mulher está me perseguindo só porque eu conversei com você aquele dia. - ele não diz nada. - As vezes eu sinto vontade de ... de matá-la. - digo com a raiva transbordando em minha voz. Ele tira os olhos do livro, e me encara pela primeira vez.

- Então mate-a. - o encaro, eu não tinha falado sério, foi só uma expressão. - Menos uma vadia no mundo. - sorri, aquele sorriso sombrio que só ele tem, e percebo que ele está falando sério. Reviro os olhos. Ele volta a atenção pro livro, e percebo que ele voltaria a me ignorar.

- Você me ajudaria com isso? - ele ri.

- Eu estava brincando, Charlotte. Eu sei que você não teria coragem. - bufo.

- Não aja como se me conhecesse Justin, você não sabe nada sobre mim.

- Tudo bem, vai hoje a noite no meu quarto para conversarmos sobre isso. - assinto. Pego minha bandeja e vou pra uma mesa mais afastada, termino meu almoço, vou até o meu quarto, escovo meus dentes e vou em direção a sala da Dr. Joana, a psicologa. Dou duas batidas na porta e ouço um ''Entra''.

- Boa tarde, Charlotte. - ela diz gentil, e aponta pra que eu me sente na cadeira. - Como está se sentindo hoje?

- Muito bem. - sorrio.

- Sentiu vontade de se cortar nas ultimas semanas?

- Não. - digo com sinceridade, e é a vez dela de sorrir.

- É um grande progresso, Charlotte. - ela responde animada, sinto vontade de dizer, que não quero me matar, e sim matar outra pessoa. Rio do meu pensamento. - Se continuar assim, logo sairá daqui.

Ela me faz mais algumas perguntas, e eu respondo da melhor forma possivel.

O dia passou rápido, e eu agradeci por isso.

Depois do jantar, eu fui pro meu quarto, e esperei até que, Kart, o guarda que apaga as luzes, saisse.

Caminhei com passos largos até o quarto de Justin, e entrei sem bater.

- Eu poderia estar nu, Charlotte. - dou de ombros e me sento na beirada da cama que ele estava deitado.

- Vamos bolar o plano? - ele ri.

- Eu realmente havia falado brincando, Charlotte. Eu sou um serial killer, se uma pessoa morrer aqui, logo a culpa será de quem? Do psicopata, ou da suicida? - bufo, ele entra no banheiro falando alguma coisa que eu não prestei atenção. Vejo sua lâmina de barbear e pego a mesma, guardando em meu bolso. Sério que eles deixavam ele ter uma? Tudo bem que ele não tentaria se matar, mas poderia tentar matar alguém.

Saio dos meus pensamentos, com a porta do banheiro se abrindo.

- Eu pensei que fosse me ajudar, Justin. - digo brava, ele senta ao meu lado, e acaricia meu rosto com o polegar, fazendo-me congelar.

- Você é uma garota corajosa, Char. Eu gosto disso! - seu rosto tão próximo do meu, que pude sentir seu halito de menta se misturando com o meu. Encaro seus olhos cor de mel, antes de fechar os olhos.

Ele ri fraco, e se afasta de mim. Minha boca está aberta, e eu coro com vergonha.

Eu realmente pensei que ele ia me beijar? Eu realmente o deixaria me beijar?

O que está acontecendo com você, Charlotte Adams? 

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