Não digo que estou bem, digo que estou ''indo''. Só não digo pra onde, porque eu também não sei.
Autora
Dias antes
- Charlotte, levante daí agora mesmo e vá comer alguma coisa! - Maria disse puxando o cobertor da menina.
- Eu não estou com fome, Ma. - Charlotte disse baixinho.
- O que é que está acontecendo com você, Charlotte? Eu pensei que tivesse ido se resolver com Justin ontem. - sentou na beirada da cama da menina, acariciando seus cabelos. Charlotte sentiu seus olhos marejarem, havia prometido para si mesma que não choraria, não mais, não por Justin.
- Ele não quer nada comigo, fui apenas uma diversão para ele. Provavelmente, ele deve estar rindo da minha cara nesse momento. - disse enquanto brincava com seus dedos. - Está doendo tanto, Maria. Tanto mesmo! Dizem que é um coração partido, mas.. Meu corpo inteiro dói. - disse encarando o rosto redondo de sua única amiga nesse lugar.
- Olhe, não fique assim não, eu sei como dói, é horrível. Eu sei que parece que você não vai aguentar, mas aguenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um ziper nas costas e sair do corpo porque a gente, nesse momento, não é um bom lugar pra se estar. Dor é assim mesmo, arde, depois passa. Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. A gente acha que não vai aguentar as dores da vida, mas aguenta. Você é forte. Mais que imagina, Char. É preciso mais que um Justin Bieber para destruí-la, eu sei disso e você também sabe. Agora levante-se daí, tome um banho, e encontre-me na cozinha, vou te fazer uma comida bem gostosa. - disse dando um beijo na testa de sua menina.
- Obrigado, Maria. Por tudo!
Point of view Charlotte Adams
Eu queria esquecer aquilo tudo, eu queria tirar aquela dorzinha, angustiante que sambava de salto agulha em meu peito. Eu o amava, droga, apesar de tudo, eu ainda queria que ele passasse por aquela porta, e me dissesse que foi apenas um de seus transtornos, que não queria me dizer nada daquilo, que de um jeito estranho e irreconhecível pra ele, no fundo ele também me amava, que só tinha medo do que sentia por mim. Queria que ele me dissesse que temos uma chance, que podemos ficar juntos, se quisermos.
Mas eu sei que ele não virá, sei que nada disso irá acontecer. O que mais doía, era ter que aceitar o fato, de que ele quis mesmo dizer aquilo, ele quis mesmo me humilhar, ele gostou de me ver magoada.
Apoio-me em meus joelhos e me fecho ainda mais em mim mesma. Desejo sumir, talvez essa dor absurda possa ficar menor, se eu sumir.
Entro no banheiro e faço o que Maria mandou-me. Ligo o chuveiro e espero que todas as minhas dores vão embora pelo ralo junto com minhas lágrimas.
Respiro fundo, tentando esvaziar minha mente, eu não quero mais me sentir assim. Eu não aguento mais me sentir assim.
Termino de me vestir e saio do banheiro, encontrando uns enfermeiros em meu quarto junto com Bianca.
- Algum problema? - pergunto encarando-nos.
- O doutor Flynn quer ver você. - ela diz e eu encaro as sobrancelhas. - vai vir por bem ou vai precisar da ajuda do Paul e do Ed? - reviro os olhos e caminho em direção à porta. Que diabos ele poderia querer comigo? Nem meu psicólogo ele era.
Caminho em passos rápidos, com os dois brutamontes e a vadia atrás de mim. Dou duas batidinhas na porta, e ouço um ''entra''.
- O senhor queria me ver? - pergunto colocando somente o rosto dentro da sala.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Manicômio
FanficEle: Um psicopata. Ela: Uma suicida. Combinação perfeita ou desastre? Com ele, nunca se sabe ao certo quando a verdade começa e a ironia termina. Apenas os tolos acreditam que fechar os olhos fará os monstros irem embora. '' -Eu não consigo mais, J...